Edição 457 | 27 Outubro 2014

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Redação

Confira as entrevistas do dia publicadas no sítio do IHU na semana de 20 a 24-10-2014.

Dois partidos, um modelo econômico: O desenvolvimento às avessas

Entrevista especial com Reinaldo Gonçalves, economista e professor da UFRJ

Publicada em 20-10-2014

Na “essência”, pontua o economista Reinaldo Gonçalves, as mudanças na política econômica brasileira, com a reeleição de Dilma ou a eleição de Aécio no segundo turno das eleições presidenciais deste ano, serão somente de “aparência”, porque o “Modelo Liberal Periférico” continuará sendo “aprofundado e ampliado qualquer que seja o resultado das eleições”. Crítico do modelo econômico e político adotado no país nos últimos 20 anos, o economista salienta que “o argumento de que há dois modelos em disputa” nas propostas do PT e do PSDB, sendo, o primeiro, o “neodesenvolvimentismo” e, o segundo, o “neoliberalismo”, “reflete ignorância, ilusão ou má-fé”. E alfineta: “Esse argumento só serve aos grupos dirigentes do PT e do PSDB e seus aliados”.

 

“O lulismo é a baliza desta eleição”

Entrevista especial com Bruno Lima Rocha, professor de jornalismo e doutor em Ciência Política

Publicada em 21-10-2014

O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais e o crescimento de Aécio Neves nas intenções de voto para o segundo turno são consequência, em parte, “de uma grande crise de projeto” que assola “as estruturas permanentes do movimento popular brasileiro”, à medida que os movimentos sociais “não aderem plenamente ao lulismo (pois este implica em pacto social) e tampouco rompem com o mesmo governo”, avalia Bruno Lima Rocha. O professor esclarece ainda que PT, PSB e PC do B compõem o grupo do que denomina de “ex-esquerda” brasileira, porque abriram mão da luta de classes e abandonaram “bandeiras e grupos de alianças históricas. O PSB traiu seu aliado mais importante, e o PT fez o mesmo ao aproximar-se de oligarcas para ter maioria no Congresso”.

 

Nanotecnologia e segurança do trabalho: impactos toxicológicos e psicológicos

Entrevista especial com Arline Arcuri, membro do Conselho Científico do Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes – DIESAT

Publicada em 22-10-2014

O “segredo industrial” tem dificultado as pesquisas acerca dos impactos das nanotecnologias na saúde do trabalhador, informa Arline Arcuri. Pesquisadora da Fundacentro, instituição ligada ao Ministério do Trabalho, Arline menciona que é difícil saber quantas e quais empresas estão desenvolvendo produtos com nanopartículas no Brasil, porque há sigilo em torno das informações e ainda falta regulamentação na área. Ela comenta que “como há um investimento alto das indústrias, as empresas não querem divulgar a forma como estão produzindo produtos com nanotecnologia”. Ela lembra também o fato de não existir “uma regulamentação no âmbito da Anvisa que exija que se coloque no registro do produto a forma como ele foi produzido: se existe nanopartícula disponibilizada no meio ambiente, ou se terá algum impacto na pele da pessoa, por exemplo”, salienta.

 

"Dilma e Aécio são o ‘Estado contra a sociedade’. Duas faces de um mesmo esgotamento”

Entrevista com Giuseppe Cocco, cientista político e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Publicada em 23-10-2014

O segundo turno das eleições presidenciais representa uma “situação bastante paradoxal”, pois o PT e seu governismo “deram uma sobrevida ao candidato da direita (que por um bom momento aparecia como tendo sido eliminado do segundo turno)”, avalia Giuseppe Cocco ao comentar que o “PT preferiu arriscar a vitória da direita para não ter que enfrentar Marina Silva no segundo turno”. Para ele, “o medo governista de ter que enfrentar Marina Silva em paridade de condições traduz (ou é a tradução, pouco importa em qual direção o pensamos) as dificuldades do PT de realizar um debate pela ‘esquerda’ e a necessidade imperiosa que ele tem de produzir a qualquer custo o binarismo que lhe proporciona o candidato tucano”. E finaliza: “Parafraseando Pierre Clastres, Dilma e Aécio são o ‘Estado contra a sociedade’, duas faces de um mesmo esgotamento”.

 

A complexa teia hídrica que brota do Cerrado está ameaçada 

Entrevista com Altair Sales Barbosa, antropólogo e arqueólogo, professor titular da Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Publicado em 24-10-2014

O problema que gera as crises de abastecimento de água que afetam o estado de São Paulo “jamais será solucionado em sua totalidade”, alerta o antropólogo Altair Sales Barbosa. Segundo ele, a dificuldade de solucionar tais crises está relacionada a outros dois fenômenos: “o primeiro é a estiagem prolongada provocada por fatores que independem da ação humana, como el Niño, por exemplo. O segundo é a vazão dos rios alimentadores das represas, que não ostentam mais a quantidade de água de tempos atrás. A consequência: com a normalização da precipitação pluviométrica depois de certo tempo (uns quatro anos), os níveis das represas podem atingir a plenitude. Entretanto, com o advento de outra estiagem cíclica, a situação voltará a se repetir”.

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