Edição 453 | 08 Setembro 2014

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Redação

Entrevistas especiais feitas pela IHU On-Line no período de 01-09-2014 a 05-09-2014, disponíveis nas Entrevistas do Dia do sítio do IHU (www.ihu.unisinos.br).

"A juventude despolitizada de 2013 parece ter encontrado sua redentora"
Entrevista com Adriano Codato, cientista social, mestre e doutor em Ciência Política pela Universidade de Campinas – Unicamp, professor na Universidade Federal do Paraná – UFPR
Publicada no dia 05-09-2014
O crescimento de Marina Silva nas pesquisas eleitorais é uma “repercussão das manifestações de junho de 2013”, avalia Adriano Codato. “Uma política de carreira”, como ele a define, Marina “conseguiu encarnar a figura da política pura em meio aos impuros e apresentar-se como a promessa de redenção dos males nacionais repetindo um chavão sem conteúdo: ‘reforma política’”, avalia o cientista político. Para ele, Marina "só conseguirá, porém, firmar-se como força política (e não simplesmente eleitoral) se conseguir eleger também uma bancada razoável na Câmara dos Deputados (bem acima dos atuais 5%), governadores nos estados, etc”. E acrescenta: “Será inevitável aceitar, caso Marina vença, o desembarque maciço da tropa do PMDB, a aproximação e, tão logo seja decente, o casamento com o PSDB e, quem sabe o futuro, até mesmo a ressurreição do DEM”.

A gestão dos recursos hídricos num período de crise
Entrevista com Pedro Roberto Jacobi, cientista social e economista, doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo - USP, onde leciona atualmente
Publicada no dia 04-09-2014
“Nós sabemos quantos litros de água são gastos para se tomar um cafezinho?”, pergunta Pedro Jacobi. A indagação faz parte de uma série de perguntas a serem respondidas através da pegada hídrica, um indicador que analisa o uso da água na produção, para identificar quando e como ocorre o desperdício. Esse tipo de contabilização, explica o sociólogo, “passa a ser algo importante, mas é um processo lento e (...) ainda está se internalizando na sociedade”. Jacobi menciona que, no Brasil, as pesquisas sobre pegada hídrica ainda são “insignificantes” em relação ao volume de trabalhos realizados na área, e as empresas apresentam resistência em aderir ao indicador, porque “têm medo de que os números indiquem que elas não estão usando a água racionalmente”.

A disputa política é movida pelo terreno difuso das emoções
Entrevista com Paulo Baía, cientista social, mestre em Ciência Política e doutor em Ciências Sociais, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Publicada no dia 03-09-2014
Com o crescimento de Marina nas pesquisas, a novidade da disputa eleitoral da campanha à Presidência deste ano “é o fim da polaridade PT e PSDB”, comenta Paulo Baía. Na avaliação do sociólogo, “Marina preencheu um espaço do eleitor que estava descrente com a política”. Baía lembra que, nas primeiras pesquisas, “aproximadamente 59% das pessoas diziam que não tinham candidatos. Então, a maior parte do eleitorado escolhia um candidato, ainda sem convicção, e o número de votos brancos, nulos e de indecisos era elevado”. Com a entrada de Marina na disputa pela Presidência, pontua, foi redesenhado um “novo cenário eleitoral, (...) no qual a população começou efetivamente a ser mobilizada pela eleição e pela emoção, mobilizada pelos afetos”. Baía acrescenta: “De maneira difusa, é resgatada a indignação também difusa de junho de 2013”.

Papa Francisco e a cultura do encontro
Entrevista com Letícia Soberón Mainero, doutora em Comunicação pela Universidade Gregoriana de Roma e consultora do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais
Publicada no dia 02-09-2014
“O Papa Francisco é em si mesmo criador de eventos midiáticos”, diz Letícia Soberón, integrante de um comitê do Vaticano para a revisão das mídias da Santa Sé, recém-nomeada pelo Papa. Conforme ela, “cada Pontífice tem seus carismas e seu estilo pessoal. Por isso, a comunicação vaticana se matiza segundo o Papa do momento, assim como acontece com o estilo episcopal nas dioceses do mundo. Mas existe uma continuidade extraordinária, realizada pelo Espírito Santo. Cada Papa caminha sobre a senda que os anteriores abriram, e abre, por sua vez, novas sendas no caminho da Igreja”, pontua. Para Letícia, o foco da comunicação da Santa Sé “deve ser, e é, ao mesmo tempo o anúncio de Jesus Cristo como caminho, verdade e vida, e também a contemplação dos acontecimentos de cada dia em chave de esperança, de paz e de concórdia. É um trabalho ao mesmo tempo humanizador e evangelizador”.

Uso dos recursos genéticos. Legislação contraproducente e incapaz de fomentar o uso
Entrevista com Nilo Luiz Saccaro Junior, graduado e mestre em Ciências Biológicas, técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea
Publicada no dia 1º-09-2014
Ao mesmo temo em que é um dos países “pioneiros” entre os que participaram da Convenção da Diversidade Biológica - CDB, ao instituir um Marco Legal Nacional referente à biodiversidade biológica e aos recursos genéticos, o Brasil tem uma legislação que “impõe medidas rígidas de proteção e controle, pelo governo federal, relativas à pesquisa sobre os recursos genéticos em território brasileiro, como, por exemplo, a necessidade de autorização prévia do governo federal para que a pesquisa possa iniciar”, afirma Nilo Saccaro. Para ele, isso é motivo de críticas. Conforme o técnico do Ipea, as regras que determinam a repartição dos benefícios oriundos dos recursos genéticos “também são rígidas, difíceis de serem aplicadas em muitas situações. Empresas ou instituições estrangeiras só podem realizar a bioprospecção se associadas a instituições brasileiras com o intuito de tornar mais fácil o controle e favorecer a transferência de tecnologia”

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