Edição 448 | 28 Julho 2014

Evolução consciente. Qual é o futuro da humanidade?

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Redação

Ainda nas primeiras décadas do século XX o jesuíta e paleontólogo Teilhard de Chardin vislumbrava a formação da noosfera — uma esfera de pensamento que envolveria a Terra, criada a partir da consciência dos processos evolutivos em nível biológico, tecnológico e espiritual.

Hoje, em uma época em que a internet, as redes sociais e as economias globalizadas permitem o surgimento de uma sociedade interconectada, talvez estejamos mais próximos do que nunca de atingir tal consciência. A revista IHU On-Line debate o tema com a participação de pesquisadores e pesquisadoras de diversas áreas do conhecimento.

John F. Haught, professor de Teologia da Universidade de Georgetown, Estados Unidos, e membro sênior do Woodstock Theological Center, aborda os processos evolutivos da consciência a partir de uma perspectiva ética de construção permanente do universo. 

Ilia Delio, diretora de Estudos Católicos da Universidade de Georgetown, afirma que “a evolução é um processo inacabado, o que significa que ainda não estamos completos; nós ainda estamos sendo criados”. Segundo ela, “a pessoa humana tem uma posição de fronteira na evolução. Com o ser humano, a mente reflete sobre a matéria. Essencialmente, isso é o que eu entendo por ‘evolução consciente’”.

Bárbara Marx Hubbard, bacharel em Ciências Políticas pela Bryn Mawr College e presidente da Foundation for Conscious Evolution, responde às críticas de gnosticismo que tem recebido. Ela reflete sobre o surgimento da noosfera e do (re)nascimento da pessoa humana, convidada a assumir seu papel de co-criadora na criação.

Diarmuid O’Murchu, psicólogo social, argumenta que a consciência permite ao ser humano aprender a fluir com o processo criativo da evolução, assumindo papel proativo na criação. Hazel Henderson, consultora de desenvolvimento sustentável e ex-assessora da National Science Foundation, nos EUA, critica o modelo de economia hegemônico que parece estar em descompasso com preceitos éticos alinhados à evolução consciente.

Para Ted Chu, professor de Economia na New York University, em Abu Dhabi, e fundador do Instituto CoBe (Cosmic Being, ou Ser Cósmico), com sede em Michigan, EUA, a evolução consciente pressupõe a construção de uma nova humanidade, devendo utilizar a evolução tecnológica para tal fim.

Elisabet Sahtouris, bióloga da evolução e membro da World Business Academy, considera que é pela cooperação que poderemos descobrir aspectos do mundo que não são mensuráveis por meio dos limitados instrumentos criados pela mão humana. Por fim, o filósofo Ervin Laszlo, considerado o fundador da Filosofia dos Sistemas e da Teoria da Evolução Geral, discorre que a criação é um processo universal que vem de dentro dos próprios sistemas, dada na natureza e no cosmos autocriativo. 

Completam esta edição as entrevistas com Ney Brasil Pereira, padre, mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e especialista em Musicologia pela Duquesne University, Pittsburgh, EUA, que fala de sua trajetória de mais de 60 anos de sacerdócio, professor de Teologia, compositor e agente da Pastoral Carcerária. E ainda com Antonio Lassance, cientista político e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, analisa o destino dos estádios construídos para a Copa do Mundo no Brasil e os resultados econômicos do evento.

No dia 31 de julho, serão reinaugurados os museus - Arqueológico e Museu Capela - do Instituto Anchietano de Pesquisa - IAP. A história dos museus pode ser lida na reportagem publicada nesta edição.

A todas e a todos uma boa leitura!

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