Edição 447 | 30 Junho 2014

Memética, multidão e midialivrismo - A comunicação pós-mídia de massas

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Andriolli Costa

Para Ivana Bentes, o mídialivrista é um corpo da multidão e a comunicação é uma das formas de mobilizar e organizá-la e expressá-la

Pesquisadora e professora de Comunicação, Ivana Bentes relembra que o termo “pós-industrial” vem no lastro de transformações mais amplas no próprio campo da economia. É o próprio Capitalismo que se torna pós-industrial, que, desta forma “co-evolui com os processos de comunicação de massas”. Segunda ela, o modelo industrial fordista, fabril, mecanicista “vem dando lugar a uma problematização do vivo e das redes, paradigma biotecnológico que incide nos processos de produção de conhecimento, entre eles o jornalismo”.

Pensar que o modelo tradicional produziu e impôs uma cultura e estética próprias, implica em pensar também que o pós-industrial tem igualmente seus próprios valores. “O modelo da comunicação pós-mídia de massas é a conversação e/ou a memética, ideias replicantes, memes que buscam se reproduzir e para os quais somos meros vetores”.

Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, Bentes analisa o portal colaborativo recém-lançado da Mídia NINJA, as diferenças entre o posicionamento ideológico das mídias tradicionais e das emergentes, uma compreensão de mídia Multidão (a partir de Negri) e de seu interesse no prefixo pós em jornalismo: “apontar para a emergência desse campo aberto e desconfigurado de experiências heterogêneas e díspares de midialivrismo e midiativismo que emergiram nas redes sociais, assim como essa conversação e interconexão incessante”. Um movimento que, para ela, os conceitos clássicos de jornalismo não dão conta.

Ivana Bentes é professora e pesquisadora da linha de Tecnologias da Comunicação e Estéticas do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRJ. É Doutora em Comunicação pela UFRJ, ensaísta do campo da Comunicação, Cultura e Novas Mídias. Foi Diretora da Escola de Comunicação da UFRJ de 2006 a 2013. É coordenadora do Pontão de Cultura Digital da ECO/UFRJ. Atualmente desenvolve as pesquisas: “Estéticas da Comunicação: Novos Modelos Teóricos no Capitalismo Cognitivo” (pesquisa CNPQ) e "Periferia Global" sobre o imaginário e as ações vindas das favelas e periferias na cultura brasileira e no cenário global e suas redes de articulação.

Confira a entrevista.

IHU On-Line - Em que consiste pensar uma comunicação pós-mídia de massas? Quais paralelos você percebe com o conceito de jornalismo pós-industrial, produzido pelo Tow Center de Columbia?
Ivana Bentes –
O campo da comunicação e da produção de conteúdos é estruturante no capitalismo do conhecimento. Estamos falando de transformações mais amplas no próprio campo da economia no chamado capitalismo cognitivo ou pós-industrial que co-evolui com os processos de comunicação de massa. O modelo industrial fordista, fabril, mecanicista (da produção em série, da repetição, homogeneização) que produziu uma cultura, um pensamento e uma estética, vem dando lugar a uma problematização do vivo e das redes, paradigma biotecnológico (com seus processos viróticos, por contaminação), que incide nos processos de produção de conhecimento, entre eles o jornalismo.

Não que esse modelo de produção fordista deixe de existir, mas perde a centralidade com a disseminação das redes sociais, plataformas, dispositivos de publicação e difusão de conteúdos. Até a memética, teoria inspirada nos memes  replicantes proposta por Richard Dawkins , vem da biologia. Essa produção instantânea realizada por uma multidão heterogênea desloca os intermediários clássicos: a corporação jornalística, o jornalista profissional, as agências de noticias, põe em xeque a “reserva de mercado” que existia para os formadores de opinião corporativos.  Aponta para outros modelos e campos, expandidos.

A discussão que interessa é como as redes sociais, com sua miríade de singularidades e processos de subjetivação rompem com a lógica da reprodução através da informação e da comunicação que neutraliza e domestica os acontecimentos, reduzindo a imprevisibilidade, conformando ao já sabido.  Essa proliferação e disseminação pós-midias de massa já está acontecendo e criando uma nova ecologia midialivrista, uma quantidade muito de grande de coletivos, redes, grupos e também “perfis”.

Pessoas que individualmente começam a se ver e assumir como produtores relevantes de conteúdos. Essa percepção de que a mídia somos nós, esse conjunto de singularidades que podemos acessar, com quem podemos interagir e trocar realmente é uma mutação antropológica. E, mais do que isso, não é o jornalismo que se tornou o modelo das trocas nas redes. O modelo da comunicação pós-mídia de massas é a conversação e/ou a memética, ideias replicantes, memes que buscam se reproduzir e para os quais somos meros vetores.

IHU On-Line - De que forma pensar em uma explosão de singularidades, e não na unidade da ideia de “massa”, altera ontologicamente o jornalismo?
Ivana Bentes –
As modernas teorias da informação e da comunicação não se deram conta que a conversação é à base de uma nova erótica do contato, da contaminação, da experiência da insurgência em fluxo. Temos que compreender essa outra lógica do sentido, esse cooperação entre muitos, entre singularidades quaisquer que estabelecem uma “conversa infinita” como propunha Blanchot , uma outra comunicação, quando ela escapa ao poder. 

Não se trata de se “informar” no sentido jornalístico, mas efetivamente experimentar uma prática dialógica, em que a conversação entre muitos cria pensamento. É uma experiência que altera ontologicamente o jornalismo pensado como prática de poder, que se esconde sob o manto do informar, “reportar”, reproduzir. Estamos vendo um deslocamento da comunicação para sua função expressiva e de invenção, nessa conversação de muitos com muitos. Não que essas funções clássicas desapareçam. Mas do que nos serve estar “informado” se não temos autonomia ou meios para criar conhecimentos derivados, para fazer da informação potência de transformação dos desejos e das crenças?

A mídia de massa, na sua prática pseudocientífica ou “neutra” e “imparcial” funciona com palavras de comando ou de ordem, como colocam Deleuze  e Guattari . O jornalismo e a publicidade massivos trabalham com comandos: “ordenar, interrogar, prometer, afirmar, não é informar” (…) “a informação é apenas o mínimo estritamente necessário para a emissão, transmissão e observação das ordens consideradas como comandos”, dizem de forma certeira, pois essas informações trazem pressupostos implícitos, não discursivos, obrigações sociais.

A questão hoje é menos nos informar, do que entender justamente que “palavras de ordem” e mundos estão embarcados na informação e nas controvérsias. Mapear essas controvérsias, como propõe Bruno Latour , mas para arrancar, explicitar, as palavras de ordem que as habitam. Para criar outros possíveis e sensíveis. O que entendo como comunicação “massiva” é tudo o que nos rouba a potência de efetuar outros mundos e pensamentos.

A distinção pode ser feita também nesses termos: existe um jornalismo massivo que funciona buscando a unificação e a centralização, a homogeneização, a diminuição da polifonia, que desconsidera a ruidocracia e a heterogeneidade das falas. Buscar essa unidade na variedade tem seu preço e é diferente de buscar a multiplicidade e as diferenças em si mesmas. São pressupostos realmente distintos.

IHU On-Line – Como você compreende o pós-jornalismo? O Mídia NINJA e demais experiências de midiativismo seriam suas manifestações?
Ivana Bentes –
O prefixo “pós” é uma comodidade que indica que estamos problematizando um campo, a modernidade ou no caso o próprio jornalismo, como regime discursivo. O que me interessa no “pós” é apontar para a emergência desse campo aberto e desconfigurado de experiências muito heterogêneas e díspares de midialivrismo e midiativismo que emergiram nas redes sociais, assim como essa conversação e interconexão incessante. É um momento em que os conceitos clássicos de jornalismo não dão conta das experiências que estão sendo feitas.

IHU On-Line – De que forma essas novas articulações midiáticas espontâneas e temporárias, como nos protestos de junho passado, dialogam com o conceito de multidão de Negri ?
Ivana Bentes -
O conceito de Multidão de Negri não esgota as possibilidades e matrizes conceituais que podemos invocar para pensar o midialivrismo, o midiativismo, ou a reconfiguração pós-mídias de massas do campo da comunicação. Mas podemos usar o conceito de Multidão para entender como pode haver sinergia e cooperação entre singularidades, entre diferentes, e distinguir multidão cooperante de uma massa amorfa e “irracional” ou do conceito de “povo” (domesticado e referente a um Estado-Nação). 

Gosto da definição do Gabriel de Tarde  que diz belamente: “a sociedade é a possessão recíproca, sob as mais variadas formas, de todos por cada um”. A leitura que Maurizio Lazzarato  faz de Tarde também nos ajuda a dar carne a Multidão: “essa captura mútua estabelece fluxos de crença e de desejo que constroem imanentemente o mundo, se estabelece uma maneira diferenciada de pensar o social, pois a cooperação e a coordenação entre cérebros precede as relações entre trabalhador e capitalista, explorado e explorador, relações estas que são fundadas na primeira relação de cooperação e coordenação.”.

Pensando na mídia livre, podemos dizer que o sujeito qualquer, o mídialivrista, diferente do jornalista corporativo, não está em um protesto, ato, manifestação, apenas para fazer o registro (ou reportar) dentro de uma relação de trabalho. Ele é um corpo da multidão e a comunicação é uma das formas de mobilizar e organizar, expressar, essa Multidão.

Público
Tarde concebe também outra noção absolutamente pertinente que é a ideia de público, sublinhada por Maurizio Lazzarato. Para ele o público (a Multidão, poderíamos dizer no sentido negriano) não é nem a massa amorfa e nem um conjunto de diferentes grupos ou classes (de pertencimento exclusivo e único). Para ele o público se compõe de indivíduos que podem pertencer “simultaneamente a diferentes públicos”, caracterizando um multipertencimento.

Muitas vezes o conceito de Multidão parece abstrato e incapaz de dar conta, por exemplo, de comportamentos francamente fascistas nos protestos.  Também poderíamos continuar perguntando, essa foi uma das questões trazidas por Junho de 2013, mas como uma Multidão pode se organiza sem liderança? Essa organização, para Gabriel Tarde, se dá por influência mútua. É o que permitirá que alguma ordem, ainda que não estável, apareça.  Mas certamente existem outras formas de organização e auto-organização.

As questões que Negri traz com o conceito de Multidão já estavam presentes em Deleuze e Guattari no conceito de Rizoma e de Multiplicidade, em Mil Platôs – Capitalismo e Esquizofrenia (São Paulo: Editora 34, 2011), igualmente disruptivos e inspiradores.

IHU On-Line – É possível pensar em um jornalismo de multidão? Como seria?
Ivana Bentes -
Mídia Multidão para mim é a possibilidade de incluir o público na produção desse pós-jornalismo (que não descarta técnicas e práticas que sempre existiram como a apuração, reportagem, pesquisa, edição, etc.). Por exemplo, as informações trazidas pelas redes (cruzadas com as informações colhidas nas ruas) funciona, nas transmissões on-line da Mídia NINJA (no ao vivo do streaming) como um GPS humano, um novo circuito rede-rua.  O chat da transmissão (onde todos comentam livremente) vira um lugar de atualização, contrafação, disputa, colaboração, uma real ruidocracia intensa e instigante. Mais do que isso, é parte de uma experiência de subjetivação coletiva singular, uma audiência que interage, comenta, informa, analisa, dialoga e interage com o cinegrafista/performer nas ruas, orienta espacialmente e subjetivamente (inclusive debochando, criticando, trazendo repertórios outros).

Esse pós-telespectador faz parte do ao vivo de forma distinta da audiência televisiva tradicional, apontando para uma televisão reversa, em que o chat de comentários, mas poderia ser uma outra câmera em diálogo, se constitui como parte de uma intensa demanda por sentido e montagem que ativa o “ex-pectador” tornado inter-ator. As transmissões ao vivo funcionam como um “material bruto” que vai sendo editado, montado, coletivamente e ao vivo. Podemos pensar esse potencial nas redes sociais também, as conversas infinitas e diálogos que se dão junto às postagens originais e que rivalizam, complementam, perspectivam o dito. Conceitos como o de polifonia em Mikhail Bakhtin , a teoria P2P, o perspectivismo são arsenais conceituais para pensarmos essas experiências no que tem de potenciais e radicais. Pois obviamente podem também se apresentar como novos processos de massificação, centralização e homogeneização.

IHU On-Line – Recentemente, o Mídia NINJA estreou um portal colaborativo. Em junho passado, a cobertura feita pelo grupo foi criticada por fugir de preceitos do jornalismo – não apenas em termos de imparcialidade, mas também quanto à própria forma. Fotos e vídeos sem edição, áudios ruidosos, streamings infinitos, sem necessariamente a preocupação com o relato jornalístico. Por outro lado, esta estética foi aplaudida por outros grupos que enxergavam nela uma “anti-narrativa”, diferente do padrão de qualidade das mídias tradicionais – sendo inclusive incorporada por estas em sua cobertura. Em seu portal atual, no entanto, percebe-se texto enxutos e informativos, fotos bem editadas, etc. Como você entende estas aproximações inevitáveis entre dois modelos tão distintos e por vezes conflitantes?
Ivana Bentes –
  A principal diferença  a meu ver é entre uma mídia que monopoliza e controla a produção de mundos e os processos de subjetivação e outras práticas e conceitos que apontem para a emergência de uma “intelectualidade de massa” e uma cultura popular digital, ou seja, a distribuição da inteligência humana, com as transformações na forma de sentir, ser e conhecer.

Concretamente, vejo que as postagens da Mídia NINJA e de outros coletivos, mesmo quando não vem assinadas, explicitam sua parcialidade e de onde se fala. Funcionam muito mais como crônicas, parciais e subjetivas, do que textos informativos. Carregam mundos possíveis dentro de cada enunciado.  Cada “matéria” traz uma causa, um afeto, um horizonte de mundos em torno da “notícia”.  Essa comunicação por afetação e não por discurso de verdade é uma distinção. Buscam essas diferentes modulações subjetivas por isso a Mídia NINJA vem enfrentando o desafio de produzir narrativas plurais, alternando perspectivas, o que mesmo certo ativismo não admite. Ficam prisioneiros de um discurso de verdade.

Por exemplo, em plena Copa das Confederações, em 2013, no auge dos movimentos e protestos que explodiram no Brasil, a Mídia NINJA cobriu as manifestações anti-Copa, foi pra linha de frente entender a linguagem da violência dos Black Bloc, mas também fez a etnografia reversa mostrando os mundos fabulados pela Juventude católica que veio ao Brasil acompanhar a visita do Papa e se confrontou com outros valores, por exemplo, ao cruzar a Marcha das Vadias que fazia um uso erótico de cruzes e signos católicos, podendo [essa juventude] se deixar contaminar ou não por essas derivas. Narrar esse “choque” de mundos, perspectivar é realmente sair da prisão dos guetos.

Ou seja, vejo um midiativismo que não se fechou em uma narrativa “monolinguistica” que só fala para um grupo, atravessou mundos apontando como grupos distintos veem-se a si mesmos e aos outros no mundo. A troca de pontos de vista entre singularidades em luta podendo constituir um Comum, além de apontar, de fato, para a “possibilidade de sermos outros do que somos”, como no perspectivismo de Eduardo Viveiros de Castro .

Essa mobilidade subjetiva, esse colocar-se em outro “ponto de existência” me parece decisivo para um novo ativismo. A nova plataforma da Mídia N iNJA trouxe esse respiro, conseguindo expressar com a intensidade necessária. A disputa de mundos contida no enunciado necessário e provocador do #NãoVaiTerCopa e a palavra de ordem do #VaiTerCopa efetuando diferentes possíveis. A Mídia NINJA imbricou e implicou, nas crônicas e coberturas em rede, perspectivas aparentemente inconciliáveis entre manifestantes e torcedores na Copa do Mundo de 2014 em curso, mostrando que o dilema manifestar ou torcer era redutor e empobrecedor. Essa mobilidade, essa capacidade de entrar e sair das controvérsias construindo lugares Comuns de lutas me parece decisiva para o midiativismo. Essas ideias sugerem uma possibilidade de redefinição relacional de dualismos estéreis a partir do conceito de perspectiva ou ponto de vista. Ou seja, particularmente acho a teoria do perspectivismo do Viveiros de Castro, muito mais inspiradora que o conceito (quando usado de forma abstrata) de Multidão.

IHU On-Line – Embora os modos tradicionais de fazer jornalismo estejam, de alguma forma comprometidos com o mercado e seus anunciantes, iniciativas “independentes” também dependem, por sua vez, de financiamento governamental, de grupos ou de entidades filantrópicas. Em última instância dependem, ao menos, do interesse do público em acessar sua produção. O que muda na ideologia das novas possibilidades de produção jornalística?
Ivana Bentes -
A Mídia Livre e o midiativismo é resultado do trabalho de seus colaboradores. A Mídia NINJA, por exemplo, que acompanho de perto e da qual sou uma entusiasta, conta com a estrutura e força de trabalho da rede Fora do Eixo para realizar suas atividades, além de organizações internacionais que se interessam em custear a formação de novos agentes de comunicação e a produção de conteúdos ligados às questões socio¬ambientais e culturais. Ou seja, tem autonomia conceitual, politica e financeira, em relação aos poderes econômicos.

Não existe financiamento ou alinhamento ideológico com nenhum partido politico, o compromisso é com a luta por direitos fundamentais e mais do que direitos é uma luta para dar visibilidade e efetuar a infinidade de mundos possíveis que precederam e ultrapassaram o que chamamos hoje de capitalismo. As causas se transformam em pautas e vice-versa. É um esforço enorme para a construção de um Comum, de um solo de lutas, que não “centraliza”, nem unifica, mas potencializa diferenças. Isso é criar autonomia. A palavra independente é um equívoco porque tudo se comunica e somos co-dependentes uns dos outros. A ecologia midiativista e esse outro jornalismo só existem porque emergiu uma miríade de mídias e coletivos em todo o Brasil e no mundo. 

Mas, se formos radicalizar, o que financia o novo jornalismo ou midiativismo? A própria vida de cada um. Pois se trata de atividades que excedem e rompem a relação trabalhista ou de subordinação a um patrão ou centralidade. A cooperação entre cérebros, a transferência de conhecimentos e a produção entre pares, a cooperação livre, a gestão compartilhada com a comunidade de produtores de conteúdos. Essas são as características de um pensamento e cultura P2P (peer to peer), entre pares, que ai sim podemos dizer que é “alternativa” ao modelo fordista.

Sobre modelos de financiamento, existe toda uma nova economia do comum e das redes que vai desde o financiamento coletivo, crowdfounding, doações, cooperativismo. Mas é preciso pressionar por politicas públicas para a Mídia Livre.  Os grandes veículos de comunicação sobrevivem com alto investimento público, tanto em publicidade quanto com crédito e financiamento, assim como renegociações de dívidas tributárias. Por outro lado, não existe nenhum tipo de politica pública que democratize investimentos destinados às redes, blogs, sites, plataformas de Mídia Livre. É preciso que a Mídia Livre se constitua como campo e como sujeito politico novo reivindique politicas especificas para fortalecer essa. A distribuição dos desejos mudou. O possível foi criado, ou seja, novas possibilidades de vida estão se expressando e se trata de efetuá-las.

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