Edição 440 | 07 Abril 2014

Dívida pública. Quem ganha? Quem perde?

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Redação

A dívida pública é, atualmente, um dos principais alimentos do capitalismo, favorecendo a concentração de renda no setor financeiro e aumentando ainda mais o seu poder, como constata Maria Lucia Fattorelli nesta edição. “O que mata não é o tamanho da dívida, mas a taxa de juros, que faz com que esta tenda a crescer sempre”, afirma, peremptório, o economista Amir Khair. “Apesar de todo o esforço do setor público em pagar, ele não consegue”. Desta forma, como descreve Ivo Poletto, o Brasil se mantém como um dos pilares da especulação financeira globalizada.

O endividamento do Estado, suas causas e implicações é o tema em debate na edição da IHU On-Line desta semana. De início, com a colaboração do economista Rodrigo Vieira de Ávila, da Auditoria Cidadã, desenha-se um panorama sobre as principais dúvidas envolvendo a dívida pública e seus temas correlatos. Adriano Benayon, economista e consultor, trata das implicações da internacionalização do capital como uma das consequências para o endividamento.

O economista e consultor fiscal Amir Khair explica como as altas taxas de juros cobradas no Brasil tornam-se o principal freio da economia nacional. Assessor de pastorais e movimentos sociais, Ivo Poletto relata as implicações sociais da fidelidade no pagamento da dívida em nome de uma dita “governabilidade”, sacrificando recursos da saúde, da cultura e da previdência. Maria Lucia Fattorelli, auditora fiscal da Auditoria Cidadã, detalha a construção de um “sistema da dívida”, que, ao invés de aportar recursos, onera e subjulga o Estado frente ao setor privado. 


O economista Wilson Cano critica o encolhimento do Estado brasileiro na política neoliberal, que deixou o Brasil de mãos atadas ante os grandes dilemas econômicos. João Sucupira, economista e ex-diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE, trata da formação e manutenção da dívida dos estados. Guilherme Delgado, economista e consultor, expõe que a dívida é um sintoma do padrão de subdesenvolvimento. Assim, há urgência de o Brasil romper com a dependência externa, provocada por um modelo econômico agroexportador.

Completam esta edição entrevistas com a historiadora Cristina Wolff, da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, sobre a participação feminina na resistência à ditadura militar, e Jorge David Barrientos-Parra, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP, sobre o conceito de técnica enquanto segunda natureza humana, conforme o pensamento de Jacques Ellul. Barrientos-Parra estará na Unisinos nesta quarta-feira, dia 09-04-2014, participando do III Seminário em preparação ao XIV Simpósio Internacional IHU: Revoluções tecnocientíficas, culturas, indivíduos e sociedades. A modelagem da vida, do conhecimento e dos processos produtivos na tecnociência contemporânea, a ser realizado nos dias 21 a 24 de outubro de 2014.

A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!

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