Edição 436 | 10 Março 2014

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Redação

Entrevistas especiais feitas pela IHU On-Line no período de 02-03-2014 a 07-03-2014, disponíveis nas Entrevistas do Dia do sítio do IHU.

As estratégias econômicas do governo Dilma: “O caminho está certo”. 

Entrevista com Enéas de Souza, mestre em Economia pela Unicamp e ex-economista da Fundação de Economia e Estatística – FEE. 

Publicada no dia 07-03-2014

 “O fundamental é o país perceber que no horizonte desta crise precisamos dar um passo a mais: sair da estratégia do consumo da pós-crise financeira para a estratégia do investimento em infraestrutura e uma nova onda de investimentos na esfera produtiva, afastando um modelo financeiro como o da época FHC”, afirma o economista Enéas de Souza. Para ele, não existe possibilidade de avanço da economia, ao menos no momento, fora do desenvolvimento do capitalismo. Por isso, o desempenho brasileiro nos âmbitos econômico e social depende, fundamentalmente, da ação estatal, aponta ele. Entre as ações que o Estado deve perseguir, menciona, está a de inserir o Brasil na 3ª Revolução Industrial, a partir de uma política de articulação entre o capital nacional e o capital estrangeiro, vislumbrando atender, por meio deste “pacto”, as demandas da população brasileira.

 

Conflitos fundiários e urbanos: “o Judiciário está sendo cada vez mais demandado”

Entrevista com Darci Frigo, graduado em Direito, coordenador da ONG Terra de Direitos e conselheiro do Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos

Publicada no dia 06-03-2014

 “A cultura geral, no âmbito do sistema da justiça — que vai além do Poder Judiciário —, é voltada para a proteção dos direitos dos mais fortes ou do direito de propriedade, em detrimento dos direitos humanos fundamentais de uma coletividade”, afirma Darci Frigo. Para ele, diante do “histórico processo de tratamento desigual que os órgãos públicos dão às problemáticas sociais coletivas”, é preciso utilizar instrumentos jurídicos que apontem para um novo olhar em relação aos conflitos fundiários envolvendo indígenas, quilombolas, agricultores e produtores rurais. “A cultura do Poder Judiciário acha que o processo tem duas partes, como se fossem dois indivíduos, quando se pode ter, num processo, uma pessoa que é o demandante, normalmente um proprietário de imóvel rural ou urbano, e, do outro lado, uma coletividade enorme”, enfatiza o coordenador da Terra de Direitos.

 

Xisto: Brasil precisa fazer uma avaliação estratégica

Entrevista com Gerôncio Albuquerque Rocha, graduado em Geologia, autor de Um copo d’água (São Leopoldo: Unisinos, 2003).

Publicada no dia 05-03-2014

“Se a exploração de xisto vier a acontecer agora, os órgãos públicos não estão preparados para dar conta desses estudos”, adverte o geólogo Gerôncio Albuquerque Rocha. O sucesso econômico dos Estados Unidos com a extração do gás de xisto despertou o interesse brasileiro em explorar as reservas do país que, especula-se, está entre os dez que possuem as maiores quantidades de xisto do mundo. A pressa em lucrar com as possíveis reservas fez com que a Agência Nacional do Petróleo – ANP incluísse, no final de 2013, a extração de xisto na pauta de licitações do Plano 2012-2021. A decisão causou polêmica entre geólogos e pesquisadores, porque ainda não se tem “certeza de que o Brasil possui grandes reservas e, principalmente, não se conhece bem qual é o tipo de gás nas bacias sedimentares brasileiras”, aponta Gerôncio Rocha.

 

O mito da juventude: “o problema de envelhecer é dos velhos”

Entrevista com Ted Polhemus, antropólogo com formação pela Temple University, Estados Unidos.

Publicada no dia 04-03-2014

“Se há um problema que me preocupa sobre a juventude de hoje é que muitos dos jovens parecem viver sob a sombra da minha geração”, afirma Ted Polhemus. “A ideia de que nós, os Boomers, criávamos, inventávamos e éramos definidos por nossa ‘juventude’ era tão pervasiva, que nos tornamos a primeira geração que nunca lidou bem com o envelhecimento”, complementa o antropólogo. Segundo ele, diante da “inabilidade de crescer e envelhecer, os Boomers tentaram colar em si mesmos uma etiqueta de ‘jovens para sempre’ que, em certo sentido, nega a juventude àqueles que realmente são jovens”. Autor do livro BOOM! A Baby Boomer Memoir, Polhemus evidencia um processo de “juvenilização”, ou seja, “a transferência da cultura da juventude do domínio estrito dos jovens para a penetração em todos os grupos etários e na cultura em seu sentido mais amplo”.

 

“A atual política indigenista brasileira permanece nos moldes deixados pela ditadura militar”

Entrevista com Egydio Schwade, graduado em Filosofia e Teologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, um dos fundadores do Conselho Indigenista Missionário - Cimi

Publicada no dia 02-03-2014

 “Antigamente nós conseguimos evitar a obra de Belo Monte; hoje em dia, não se consegue mais", constata Egydio Schwade. Como um “organismo oficiosamente” ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, e não “oficial”, para ter mais “agilidade” na sua atuação, o Conselho Indigenista Missionário – Cimi foi criado em 1972, impulsionado por Schwade e pelo padre jesuíta Antônio Iasi Jr., responsáveis pela elaboração do primeiro plano de ação da organização. O Cimi surgiu com dois objetivos: “primeiro, organizar os indígenas para que eles tivessem uma organização entre si, pudessem se conhecer, se reunir, porque até então, desde 1500, não existiam organizações que defendessem os direitos indígenas [...]; e o segundo objetivo, mudar a pastoral indígena”, relata Egydio Schwade, atualmente residindo no estado do Amazonas.

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