Edição 429 | 15 Outubro 2013

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Redação

Cadernos IHU ideias: contribuições de Stefano Zamagni A IHU On-Line destaca, nesta edição, a colaboração do economista italiano Stefano Zamagni para os debates gerados a partir da publicação dos Cadernos IHU ideias. Desde 2011, o Instituto Humanitas Unisinos – IHU já publicou seis edições destes cadernos com textos de sua autoria. Stefano Zamagni é professor da Universidade de Bolonha, Itália, e vice-diretor da sede italiana da Johns Hopkins University.
Globalização e o pensamento econômico franciscano: orientação do pensamento econômico franciscano e Caritas in Veritate

Globalização e o pensamento econômico franciscano: orientação do pensamento econômico franciscano e Caritas in Veritate

A 153ª edição dos Cadernos IHU ideias apresentou o texto Globalização e o pensamento econômico franciscano: orientação do pensamento econômico franciscano e Caritas in Veritate. O próprio Stefano Zamagni sintetiza a linha de argumento central do artigo no último parágrafo de texto: "O século XV foi o século do primeiro humanismo, cujo impulso motor foi a transição do feudalismo para a modernidade. Hoje em dia, é uma passagem radical da sociedade industrial para a pós-industrial que sugere a urgência de um novo humanismo. Globalização, financeirização da economia, uma terceira revolução industrial, a questão da migração, conflitos de identidade, enorme aumento de desigualdades sociais e degradação ambiental são alguns dos assuntos que sugerem um descontentamento generalizado. Limitar-se a atualizar categorias de pensamento antigas ou simplesmente recorrer a técnicas ou procedimentos mais sofisticados não basta para enfrentar os novos desafios. É necessário ter coragem e trilhar caminhos novos. Neste sentido, a orientação do pensamento econômico franciscano me parece correta e adequada". O economista foi um dos principais consultores do Papa Bento XVI na redação da encíclica Caritas in Veritate, dedicada ao tema do desenvolvimento humano integral, publicada em 2009. 

O arquivo da edição nº 153 está disponível em PDF.

 

Civilizar a economia: o amor e o lucro após a crise econômica

Em sua 155ª edição, os Cadernos IHU ideias publicaram o texto Civilizar a economia: o amor e o lucro após a crise econômica. "Há lugar para a categoria do dom como gratuidade no âmbito do discurso e da prática da economia? Ou esta última está "condenada" a falar a linguagem e, por isso, a ocupar-se somente de eficiência, lucro, competitividade, desenvolvimento e, no máximo, de justiça distributiva?", pergunta o economista italiano Stefano Zamagni logo no início do artigo. Nesta publicação, o autor analisa o discurso e a categorização do bem comum a partir da revolução industrial e da passagem dos mercados nacionais para o mercado global. Também aprofunda o debate sobre a fraternidade e os bens de gratuidade, entendendo o primeiro conceito como o princípio que permite aos iguais serem diversos. Aqui, Zamagni enfatiza que diferença não é o mesmo que diversidade, pois a diferença se opõe à igualdade, enquanto a diversidade se opõe à uniformidade. Assim, os indivíduos podem ser iguais e diversos, mas não podem ser iguais e desiguais. Nesta perspectiva, o economista também avalia o espaço da ética nas sociedades sob a hegemonia do mercado e repercute a economia civil como proposta para superar o individualismo. Dessa forma, lembra o argumento de Platão de que os indivíduos bons não precisam de leis para fazer o que é certo, ao passo que os indivíduos de má índole não serão impedidos pela lei de fazer o que é errado. 

O arquivo da edição nº 155 está disponível em PDF.

 

Democracia, liberdade positiva, desenvolvimento

Os Cadernos IHU ideias apresentaram, em sua 157ª edição, o texto Democracia, liberdade positiva, desenvolvimento. No documento, Stefano Zamagni afirma que "não existe somente o voto político como instrumento de democracia. Existe também o voto econômico, cujo sentido é o de conduzir para a arena do mercado o exercício da opção voice". O economista aborda a economia expondo relações que fundamentam o próprio sentido econômico, na medida em que ninguém participa da economia de forma politicamente neutralizada. “É evidente que a democracia não pode consistir unicamente dos mecanismos da representação e da tutela de interesses”, eis a base da sua argumentação. Para Zamagni, três princípios são fundamentais para a investigação da democracia: a permuta de equivalentes, instituído na base do contrato e ao qual se requer eficiência; a redistribuição e, assim, o estabelecimento de níveis decentes de equidade para a cidadania; a reciprocidade, visando favorecer a difusão da cultura da fraternidade. Assim, a dimensão econômica também precisa ser redefinida democraticamente, para que o espaço político não seja invadido e direcionado exclusivamente pela lógica econômica. A deliberação econômica deveria então considerar a ideia de responsabilidade, tanto empresarial quanto do consumidor, para alcançar objetivos socialmente legitimados.

O arquivo da edição nº 157 está disponível em PDF.

 

A ética católica e o espírito do capitalismo

Os Cadernos IHU ideias trazem, na sua edição 159, o texto A ética católica e o espírito do capitalismo, uma alusão direta à obra de Max Weber: A ética protestante e o espírito do capitalismo (São Paulo: Martin Claret, 2001). Inspirado em uma reflexão do Papa João Paulo II sobre o mercado, Stefano Zamagni resgata historicamente a origem do mercado em seu sentido ético de bem comum. O autor descreve então essa origem a partir de um movimento católico do final da era medieval, em que a importância da economia era identificada com o espírito de sociedades fraternas. “A ideia-guia do pensamento católico em âmbito socioeconômico é a do bem comum, como repetidamente registramos nestas páginas. Por certo, os modos e as formas que o bem comum pode assumir mudam de acordo com os tempos e os lugares; porém jamais a ética católica poderá ser chamada a fornecer um suporte cultural a modos de produção ou a organizações econômicas que nos fatos, prescindindo das declarações verbais, negam a perspectiva do bem comum”, afirma o economista no texto. O autor utiliza-se do conceito de bem comum empregado no compêndio da Doutrina Social da Igreja, publicado em 2004, que o entende como o bem de todos e de cada um tomados em seu conjunto e de forma indivisível, “constituído pelo seu significado e autêntica razão de ser de sua própria subsistência” (grifo do autor). 

O arquivo da edição nº 159 está disponível em PDF.

 

A Europa e a ideia de uma economia civil

Na sua 183ª edição, os Cadernos IHU ideias publicaram o texto A Europa e a ideia de uma economia civil. No texto, Stefano Zamagni discorre sobre a identidade e o futuro do continente europeu com foco na economia, tecendo relações entre a política e a história do velho continente. Ele chama a atenção para o fato de que a Europa é o único continente em que houve um processo de secularização, o que ocorreu após a Revolução Francesa, no século XVIII. Disso resultou a constituição de Estados laicos e o surgimento de um dilema moral na organização social, o de que as regras de mercado deveriam ser contrabalanceadas com os direitos humanos. Zamagni sustenta que uma saída para os problemas enfrentados pela Europa seria um retorno ao princípio da reciprocidade, já que muitos dos problemas do mundo derivam de uma escassez social, e não material. Fechando o artigo, o autor destaca que uma das características mais marcantes daquele continente é justamente a capacidade de transformar-se estruturalmente para acompanhar um mundo em mudança. Dessa forma, seria capaz de modificar-se mais uma vez para atender aos desafios deste novo humanismo, caracterizado pelas palavras-chave pessoa humana, democracia e fraternidade.

O arquivo da edição nº 183 está disponível em PDF. 

 

A identidade e a missão de uma universidade católica na atualidade

A edição nº 185 dos Cadernos IHU ideias publicou o texto A identidade e a missão de uma universidade católica na atualidade. No caderno, Stefano Zamagni analisa o papel das universidades católicas na contemporaneidade. Para isso, faz um resgate histórico do protagonismo do espaço acadêmico desde a Idade Média. O autor destaca que a universidade, em sua fase inicial, tinha por orientação principal atender às necessidades do reino. A partir do Iluminismo, houve um período de transição, quando a universidade passou a servir mais diretamente ao Estado, principalmente em relação aos seus objetivos militares. A partir do século XIX, entretanto, embora continuasse a serviço do poder político, passou a sintonizar esforços com a economia e o mercado, sobretudo nos Estados Unidos. Zamagni entende que essa ideia se mantém ainda hoje. Tendo em vista esta perspectiva, o autor ressalta que a proposta de “eficiência” nascida desse modelo de universidade foi tema do último discurso público do Papa João Paulo II, em 29 de novembro de 2004: “A discriminação baseada na eficiência não é menos desumana do que a discriminação baseada em sexo, religião ou raça”.

O arquivo da edição nº 185 está disponível em PDF.

Os Cadernos IHU ideias podem ser obtidos diretamente no Instituto Humanitas Unisinos – IHU, no campus da Unisinos, ou solicitados pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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