Edição 416 | 29 Abril 2013

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Redação

PINKER, Stevem. Os anjos bons da nossa natureza - Por que a violência diminuiu. (São. Paulo : Companhia das Letras, 2013. 1.048 pág)

Acabo de atravessar, ao longo de mil páginas, centenas de argumentos detalhadamente articulados em defesa de uma tese que parece absolutamente improvável para a nossa experiência cotidiana: a violência diminuiu em termos absolutos ao longo da jornada milenar do homo sapiens até os dias de hoje. Essa é a tese central de Os anjos bons da nossa natureza, nova obra de Steven Pinker, um dos expoentes da chamada psicologia evolucionária, professor da Universidade de Harvard e considerado pela revista Time uma das cem personalidades mais influentes do mundo atual. A última e mais gratificante leitura que fiz nos últimos tempos. As críticas a sua tese são compreensíveis. Enfatizamos muito mais eventos recentes do que devastações de séculos e milênios passados. O assassinato de um vizinho tem mais impacto para nossa mente do que os cerca de 100 milhões de mortos em nome do comunismo no século XX ou os 65 milhões de mortos durante o tráfico transatlântico de escravos nos séculos XVI e XVII. Essa é a chave de ouro de Pinker: desfazer sensos-comuns. Desativar as afirmações superficiais sobre o tema. 

Rodrigo Petronio Ribeiro é editor, escritor e professor. Formado em Letras Clássicas pela USP, é professor da Casa do Saber, da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, do Museu da Imagem e do Som – MIS e da Fundação Ema Klabin.

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