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O que leva um Octavio Paz, Prêmio Nobel de Literatura (1990), a escrever uma biografia sobre uma freira pouco santa como Sor Juana? Essa foi a pergunta que me levou a pegar o livro na mão numa livraria em Lima, Peru. Uma religiosa do século XVII, mexicana, que morre com pouco mais de 40 anos e que merece quase 700 páginas de biografia não se encontra em cada esquina. Mulher, mística, rebelde, filha bastarda, mas sobretudo uma intelectual que pensa e escreve em prosa, e cujo principal objeto é o amor, não o divino, mas o humano, o demasiado humano. Para fazer isso Sor Juana se vale de uma erudição invejável da mitologia grega e latina com cuja reconstrução nos conduz, e se expõe, aos mais pouco ortodoxos e profundos mistérios do amor humano. Octavio Paz a situa no seu contexto histórico tornando-a ainda mais fascinante.
Alfredo Culleton, filósofo, coordenador da Pós-Graduação em Filosofia da Unisinos; professor na Unisinos