Edição 402 | 10 Setembro 2012

Sérgio Trombetta

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

Graziela Wolfart e Thamiris Magalhães

“Sou uma pessoa sensível, curiosa, inquieta, querendo sempre aprender cada vez mais. Procuro manter os valores que aprendi em casa com meus pais, tentando ser decente nesse mundo onde, às vezes, tudo é tão complicado. Sou tranquilo. Procuro sempre ouvir, dialogar e respeitar os outros. O que me incomoda é a incoerência e a cobrança aos outros. Gosto de levar a vida com humor, o que nos salva e dá leveza à vida”. Este é o professor Sérgio Trombetta, da Unidade de Ciências Humanas da Unisinos. Saiba mais sobre a trajetória pessoal e profissional deste gaúcho, morador de Igrejinha e pai de Emanuele e Sofia.
"A vida é um sonho", garante Trombetta

Origens – Nasci em 1970, em Planalto/RS, uma pequena cidade do norte do estado, com característica agrícola muito forte. Sou o quinto filho de uma família de seis. Minha mãe faleceu há três anos e meu pai continua morando lá. Devido às condições precárias da agricultura, alguns de meus irmãos foram morar na cidade.

Formação – Comecei meus estudos na minha cidade natal. Depois continuei a estudar no seminário de cidade de Viamão, onde cursei Filosofia. O Seminário Maior de Viamão formou gerações de religiosos, padres, mas também bons professores leigos. Hoje ele está incorporado à PUCRS. Mais tarde, fiz o mestrado em Filosofia na PUCRS e atualmente estou com o doutorado em andamento, faltando escrever a tese.

Carreira – Depois de ter concluído o curso de Filosofia, comecei a carreira no magistério, trabalhando com alunos de ensino fundamental e médio. Eu ensinava Filosofia e História. Era o ano de 1992, nos municípios de Taquara e Igrejinha. Em 1996 comecei a dar aulas nas Faculdades Integradas de Taquara – Faccat e, em agosto de 1998, entrei na Unisinos. Já se vão quase 15 anos de história aqui, trabalhando com disciplinas de Antropologia, Introdução à Filosofia, e hoje concentro minha atuação dentro da Antropologia Filosófica.

Família – Sou casado com Janice, que é professora na rede municipal de Igrejinha, cidade onde moramos. Somos pais da Emanuele, de 12 anos, e da Sofia, de 7. Hoje, em meio às novas tecnologias, tentamos ainda educar para o amor aos livros, à leitura. Temos que desconectar a gurizada das redes sociais, do Facebook, do Twitter, e despertar neles o amor pelos livros e a busca de uma sabedoria que só se encontra na leitura.

Política – Em Igrejinha tenho uma atuação política. Sou militante do Partido Socialista Brasileiro – PSB. Nesta eleição estou, de modo corajoso, concorrendo a vereador. Acredito na política feita com princípios, com seriedade.

Nas horas livres – Apesar de não ter muito tempo livre, gosto de poder me dedicar à leitura. Também gosto de viajar, apreciar a natureza, pescar, acampar na beira de um rio ou de uma lagoa. Não gosto de televisão. Só me sento diante dela para assistir aos jogos do meu glorioso Grêmio.

Autores – Minhas leituras contemplam Paulo Freire, Enrique Dussel, Levinas, Bauman, Edgar Morin, Husserl, Heidegger e Leonardo Boff.

Filme – Gosto de ouvir rádio e música. Em relação a filmes sou um fracasso, pois não costumo assistir.

Religião – Sou católico frequentador e colaborador em minha comunidade, nas equipes de liturgia. Mesmo saindo do seminário, continuo muito ligado à Igreja. Sou muito adepto à Teologia da Libertação. A Igreja que aponta para o céu não pode esquecer da situação das pessoas que vivem neste mundo.

Sonho – A vida é um sonho. Não há existência sem sonho, sem esperança. Um de meus sonhos é ver minhas filhas crescerem, estudando, tendo uma boa educação. Outro sonho, em caráter não privado, é de que tomemos consciência de que é preciso cuidar do meio ambiente e pensar com seriedade na questão da sustentabilidade. Também sonho com um mundo em que todos nos tenhamos acesso à educação e no qual consigamos vencer a violência, para que possamos viver em uma sociedade de paz e fraternidade.

Unisinos – Um lugar maravilhoso, onde construo uma história há 15 anos. Isso é parte da minha vida. É uma instituição importante para a região, respeitada perante a sociedade. Admiro a Unisinos, gosto de estar aqui. É uma universidade tradicional, que mantém seus valores, mas que acompanha o espírito do tempo.

IHU – Recebo a revista e posso dizer que é um dos espaços em que os grandes temas pertinentes da sociedade são discutidos. Sou um propagandista do IHU para meus alunos. Não resta dúvida de que o Instituto é uma conquista importante como espaço de discussão permanente dos grandes temas. Para a Unisinos, o IHU é muito importante para o diálogo com a sociedade, inclusive por intermédio das Notícias do Dia, com reprodução de artigos de jornais.

Uma frase – “Só o amor é grande”, de Fernando Pessoa.

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição