Edição 402 | 10 Setembro 2012

Editorial

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Redação

O pensamento complexo seguindo as rotas abertas por Edgar Morin, é o tema da revista IHU On-Line desta semana. Pesquisadores e pesquisadoras de várias áreas do conhecimento contribuem no debate.

A fragmentação dos saberes obstaculiza a consolidação do humanismo, atesta Edgard de Assis Carvalho, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. A ciência se tornaria menos arrogante e prepotente caso assumisse a unidade indissolúvel entre o sapiens e o demens dos seres humanos, assinala. 

Jean Louis Le Moigne, professor emérito da Universidade Aix-Marseille (França), analisa a importância das obras de Morin em conexão com as ciências dos sistemas, a engenharia e a inteligência artificial. Todos somos responsáveis pela aventura do conhecimento humano e de suas sociedades, avalia.

Unir conhecimentos, ciências exatas e humanas é o objetivo da transdisciplinaridade hoje, afirma o físico romeno Basarab Nicolescu. Saberes entrelaçados são esperança de “uma vida mais humana”, além de reencontrarmos o sentido em nosso mundo. 

A autonomia dos saberes acontece na “relação criativa com outras partes”, e não através do isolamento, que atesta miopia e morte, assinala Laércio Pilz, professor na Unisinos. A abertura ao Outro e aos diferentes saberes é o que “alimenta o nosso viver e o desejo pelo saber”. 

Gerson Egas Severo, professor da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, examina o legado de Morin para compreendermos a miopia dos saberes que não dialogam, o delírio arrogante de tudo conhecermos, e a falta de sentido num ensino compartimentalizado. 

“Pode parecer dramático, mas é realista: a necessidade da transdisciplinaridade aparece mesmo no interior de uma ciência como a Física”, constata o físico Mario Novello.

Na visão de Angelita Maders, Defensora Pública do Estado do Rio Grande do Sul, o pensamento aberto à transdisciplinaridade e o pensamento complexo auxiliam a compreensão do sujeito e o diálogo com outros saberes para encontrar uma solução, mesmo que provisória, aos problemas da humanidade.

Um artigo e mais duas entrevistas completam a presente edição.

Dênis de Moraes, professor do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense, recorda a trajetória e o testemunho de Valério Brittos, recentemente falecido, descrevendo-o como um missionário da ética e da solidariedade.

James Alison reflete sobre a doutrina do pecado original à luz da Ressurreição de Jesus Cristo, seguindo as trilhas de Paulo de Tarso e René Girard. O teólogo inglês busca superar uma visão moralista e chantagista do pecado original.

Apostando numa teologia capaz de ler os ‘sinais dos tempos’ sendo profética, o teólogo jesuíta venezuelano Pedro Trigo, refletindo sobre a caminhada da reflexão teológica latino-americana, aponta os riscos de teólogos enclausurados na academia.

A todas e a todos uma ótima semana e uma excelente leitura!

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