Edição 400 | 27 Agosto 2012

Editorial

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Redação

O Censo 2010, recentemente publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE desenha os contornos que apontam para a grande transformação do campo religioso brasileiro. O mapa religioso que emerge desta publicação, já debatido por pesquisadores e pesquisadoras nas páginas diariamente atualizadas do sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU, são tema desta edição da IHU On-Line.

 

O docente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião, da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Faustino Teixeira, comenta que a diminuição da declaração de crença católica vem se acentuando há mais tempo.

Para Pierre Sanchis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, é das religiões tradicionais que as pessoas tendem a se afastar.

Já para o professor titular do PPG em Ciências Sociais da Unisinos, José Rogério Lopes, as religiões no Brasil tendem a compor futuramente um campo complexo e difuso de filiações e trânsitos dos fiéis entre elas, com tendências ao acirramento da concorrência religiosa.

O professor titular da Universidade Metodista de São Paulo – Umesp, Leonildo Silveira Campos, por sua vez, acredita que talvez os evangélicos não determinados sejam uma expressão dos “desigrejados” que nos EUA ou Europa são muitos, nestes tempos de individualismo e de formação de um rebanho virtual.

Monica Grin, professora do Departamento de História e da Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ e Michel Gherman, doutorando no Programa de História Social na UFRJ, avaliam que o censo de 2010 revela um crescimento da população judaica no Brasil.

Já o professor sênior do Departamento de Sociologia da USP, José Reginaldo Prandi, acredita que as religiões afro-brasileiras possuem participação na cultura nacional não religiosa.

Frank Usarski, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, por sua vez, avalia que, baseado nos dados disponíveis, pode-se dizer que em números absolutos, entre 2000 e 2010, houve um crescimento de brasileiros que se declaram budistas.

Para Bernardo Lewgoy, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o espiritismo é invocado como recurso terapêutico em situações de crise pessoal, como doenças, separações, perdas, desemprego, etc.

Renata Menezes, por sua vez, analisa que o censo é uma fotografia da autodeclaração religiosa em determinado contexto.

Por fim, a professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, Cecilia Loreto Mariz, frisa que, além de Rondônia, que já se destacou no último censo como o estado mais pentecostal, o Amapá, Pará e Acre têm mais de 20% da população pentecostal.

Igualmente compõem esta edição uma entrevista especial realizada com o professor Ronaldo Henn, que afirma que as redes de relacionamento podem constituir os acontecimentos.

Nesta semana recordamos de maneira especial a obra de Robert Kurz, recentemente falecido. 

O Grupo de Estudos de Crítica ao Valor-Cisão, estabelecido no Laboratório de Geografia Urbana (Labur), do Departamento de Geografia da FFLCH/USP e Ricardo Antunes, professor da Unicamp, discorrem analiticamente sobre a contribuição de Kurz para a crítica da economia política.

Palestina e Israel: caminhos para uma paz justa é o tema da entrevista com Nancy Cardoso Pereira, filósofa, teóloga, pastora da Igreja Metodista. Ela, juntamente, com Eduardo Minossi de Oliveira, graduado em Gegrafia pela UFRGS e Érico Teixeira de Loyola, graduado em Direito pela UFRGS, abordarão o tema na próxima quinta-feira, no IHU, às 17h30min.

O Instituto Humanitas Unisinos - IHU agradece, de maneira particular, ao Prof. Dr. Faustino Teixeira que inspirou e nos assessorou na construção desta edição da revista IHU On-Line.

A todas e a todos uma ótima semana e uma excelente leitura!

 

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