Edição 374 | 26 Setembro 2011

Editorial

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Redação

Há 90 anos nascia Henrique Cláudio de Lima Vaz, na bucólica Ouro Preto, no interior de Minas Gerais. Intelectual de saber enciclopédico e considerado uma “lenda” já em vida em função de sua trajetória filosófica, o jesuíta dedicou sua vida à filosofia, construindo um majestoso e importante edifício teórico centrado na importância do ser humano e de suas relações com a alteridade e a transcendência. Para isso confrontou-se com gigantes do porte de Aristóteles, Platão, Tomás de Aquino, Kant e Hegel.

Celebrando a memória desse filósofo brasileiro, a IHU On-Line entrevistou diversos especialistas no pensamento vaziano. Ex-aluno de Lima Vaz, Álvaro Mendonça Pimentel, professor da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE, pontua que seu legado reflete as “urgências de nossa cultura”. Marly Carvalho Soares, da Universidade Estadual do Ceará – UECE, ex-orientanda e amiga do mestre, menciona que sua obra está enraizada nas tradições clássica e escolástica, além de se confrontar com temas da filosofia moderna, em autores como Kant e Hegel principalmente. Para Rubens Godoy Sampaio, o sistema vaziano é uma resposta ao niilismo ético que grassa em nossa sociedade. A doutoranda pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma – PUG, Cláudia Maria Rocha de Oliveira, segue o mesmo raciocínio e aponta que a ética de Lima Vaz vai além do relativismo e da fragmentação, confrontando-se com os dualismos do século XX, como a aparente oposição entre o cristianismo e o mundo moderno. O filósofo Delmar Cardoso, coordenador do Grupo de Estudos Vazianos – GEVaz e um dos pesquisadores ligados ao Memorial Padre Vaz, considera Lima Vaz como um autêntico trabalhador da filosofia, avesso aos rótulos acadêmicos. A dimensão comunitária de Lima Vaz, Taylor e MacIntyre é o tema abordado por Elton Vitoriano Ribeiro, professor da FAJE, que constata que a existência ética é exercício árduo a ser conquistado a cada dia pela humanidade. Marcelo Perine, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, fala sobre “o Platão de Lima Vaz”, acentuando que o filósofo ouro-pretano ainda não possui o devido reconhecimento no panteão filosófico. “A razão calculadora reorganiza os traços comuns do sistema simbólico, ou sistema das razões, da civilização que se colocara sob a regência do logos filosófico greco-cristão”, constata Marcelo Fernandes de Aquino, da Unisinos. É o que Vaz denominará de ‘modernidade pós-cristã’.

Glauber e a catedral latino-americana. Ou o legado que não devemos renunciar! é o tema do artigo de Augusto de Sá Oliveira, professor do curso de Comunicação Social da Faculdade 2 de Julho (F2J/Bahia).

O livro Foucault e a função-educador é apresentado e comentado por seu próprio autor, Alexandre Filordi de Carvalho.

A exceção jurídica e a vida humana. Cruzamentos e rupturas entre C. Schmitt e W. Benjamin é o tema do filósofo espanhol Castor Bartolomé Ruiz, adiantando aspectos que irá abordar hoje, 26-09-2011, no evento Giorgio Agamben: “O Homo Sacer I, II, III. A exceção jurídica e o governo da vida humana”.

A pesquisadora Júlia Coelho de Souza analisa o consumo responsável e a responsabilidade no consumo, tema que será discutido nesta quinta-feira, 29-09-2011, no Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

A todas e a todos uma ótima semana e uma excelente leitura.

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