FECHAR
Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).
Redação
De acordo com o professor da Universidade de São Paulo – USP, Luiz Antonio Martinelli, a destruição florestal para garantir o desenvolvimento e crescimento econômico faz parte da história do Brasil e tem causado “perda de um patrimônio genético que demorou milhares de anos para ser construído em troca de um ganho econômico e social baixíssimo”.
Na mesma perspectiva, o biólogo Ricardo Ribeiro Rodrigues, docente da Universidade de São Paulo – USP, argumenta que a falta de cuidado com as florestas brasileiras é consequência da ausência de uma política agrícola que incentive a expansão da agricultura em terras já destinadas ao plantio. “Em vez de aumentar as áreas agrícolas, temos de utilizar melhor o solo disponível para a agricultura”, propõe.
Engenheiro florestal e professor da Universidade Federal Rural da Amazônia, Fernando Jardim defende que “é impossível manter intocável a floresta (…) mas considerá-la como um obstáculo que deve ser removido em favor do desenvolvimento vai muito longe”. Segundo ele, é possível manter a “floresta em pé” através da conservação e do manejo florestal.
Na avaliação do professor da Universidade Federal do Paraná – UFPR, Renato Marques, as políticas de preservação florestal ainda são tímidas considerando a importância desse ecossistema para a população que vive em seu entorno.
Para o presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, Clayton Ferreira Lino, as políticas de preservação florestal devem considerar todo o território em que as florestas estão inseridas e não apenas remanescentes fragmentados. “As áreas protegidas, às vezes, são pensadas como ilhas isoladas em meio a uma paisagem destruída. Neste contexto ambiental precário, elas não conseguem sobreviver ou conservar a biodiversidade”, salienta.
Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM, lembra que em função das mudanças climáticas e do clima aquecido, as florestas funcionam como o ar-condicionado do Planeta e ajudam a amenizar os efeitos do aquecimento global. Segundo ele, o desmatamento é considerado a maior ameaça à sustentabilidade florestal. “Na Amazônia, nos últimos 30 anos, foram desmatadas mais de 50 milhões de hectares, o que corresponde a duas vezes ao tamanho do estado de São Paulo”, informa.
A advogada e pesquisadora do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – Imazon, Elis de Araujo menciona também que florestas são fundamentais para garantir a proteção da biodiversidade e dos povos tradicionais que dependem dessas terras.
Contribuem ainda para este debate Adalberto Veríssimo, engenheiro agrônomo e pesquisador do Imazon, para quem “o futuro da Amazônia será decidido nesta década”; e Daniel Melo e Maria de Fátima Fernandes Lamy Rasera, pesquisadores da Universidade de São Paulo – USP e autores de uma pesquisa que analisa a quantidade de gás carbônico e metano concentrada nos rios da região amazônica.
Completa esta edição uma entrevista com a professora de Filosofia da Universidade Aberta da Catalunha e da Universidade de Saragoza, Marina Garcés. Ela analisa o movimento 15-M, dos ‘indignados’ com a situação política, econômica, social e ambiental do mundo, hoje.
A jornalista e doutoranda em Comunicação, Carine Prevedello, é autora do artigo que aborda o tema do futuro da TV Digital e a democratização.
A todas e todos, uma ótima leitura e uma excelente semana!