Edição 353 | 06 Dezembro 2010

Editorial

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IHU On-Line

Dos povos originários da África, surge uma concepção ética que desafia o estilo de vida da sociedade contemporânea: o ubuntu. Para os povos de língua bantu, esse termo significa “eu sou porque nós somos”. Essa “filosofia do Nós” pensa a comunidade, em seu sentido mais pleno, como todos os seres do universo. Todos nós somos família. Grande parte da luta contra a colonização na África e contra o apartheid, especialmente a partir das contribuições dadas pelo prêmio Nobel Desmond Tutu, arcebispo anglicano emérito da Cidade do Cabo, na África do Sul, encontrou sua força nessa filosofia.

A edição desta semana da IHU On-Line, junto com a edição 340, intitulada Sumak Kawsay, Suma Qamaña, Teko Porã. O Bem-Viver, busca contribuir, em parceria com escritório brasileiro da Fundação Ética Mundial no Brasil, com a reflexão sobre uma Ética Mundial a partir dos povos originários do nosso continente e dos demais povos que aqui chegaram.

Na discussão sobre o tema contribuem o filósofo e psicólogo sul-africano Dirk Louw, que afirma que nós somos por meio de outras pessoas, mas também por meio de todos os seres do universo; o filósofo sul-africano Mogobe Ramose, para quem a comunidade que nasce do ubuntu é uma “entidade dinâmica” entre os vivos, os mortos-vivos e os ainda não nascidos; a educadora sul-africana Dalene Swanson, que vê o ubuntu como uma “alternativa ecopolítica” à globalização econômica neoliberal; o teólogo norte-americano Charles Haws, que analisa o ubuntu como “liberdade indivisível” a partir das contribuições do arcebispo Tutu; o teólogo congolês e doutor em sociologia Bas’Ilele Malomalo, que situa o ubuntu dentro do contexto social brasileiro; e a filósofa e advogada norte-americana Drucilla Cornell, que reflete sobre as contribuições do ubuntu para as lutas feministas e dos grupos de direitos humanos em geral.

Publicamos ainda, nesta semana, uma entrevista com Eduardo Tomazine Teixeira, mestrando em Ciência Política na Universidade de Paris VIII, sobre as Unidades de Polícia Pacificadora – UPPs e com Horácio Costa que é organizador, juntamente, com Berenice Bento, Wilton Garcia, Emerson Inácio e Wiliam Siqueira, do livro Retratos do Brasil Homossexual. – Fronteiras, Subjetividades e Desejos, recentemente lançado pela Edusp.

O artigo “Televisão e interesse público”, de Carine Prevedello, doutoranda e pesquisadora do Grupo CEPOS, e uma entrevista com Ricardo Bins di Napoli, professor na Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, sobre o tema Evolução e transumanismo, completam a edição.

A todas e todos, uma ótima leitura e uma excelente semana!

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