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Patricia Fachin
“O desenvolvimento do Vale do Sinos, principalmente com a presença do parque de tecnologia, tem se destacado através de uma economia moderna e de alto valor agregado”, aponta Luiz Gerbase, presidente da Altus Sistemas de Informática, empresa integrante do Tecnosinos desde 2003. Gerbase acompanha o desenvolvimento do Tecnosinos desde o início e destaca que as empresas “agregam um importante valor na economia, pois adicionam ao mercado produtos que seriam de outra maneira importados”. Na entrevista que segue, concedida, por e-mail, para a IHU On-Line, ele sinaliza que o maior desafio do parque é “a interação sólida com a pesquisa feita nas universidades, de maneira a canalizar o esforço em temas que as empresas estejam atuando”.
Luiz Gerbase é graduado em Engenharia Elétrica e mestre em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. É sócio-fundador da Altus e responsável técnico por todos os projetos de engenharia e de produtos desenvolvidos na instituição. Além disso, é diretor regional da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica - ABINEE-RS, vice-presidente da ABINEE e diretor do Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul - CIERGS.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Pode traçar, em linhas gerais, um perfil da Altus Sistemas de Informática?
Luiz Gerbase - A Altus foi fundada em 1982 e hoje é líder no Brasil entre as empresas que desenvolvem tecnologia para automação e controle de processos industriais. Atualmente, estamos estruturados em duas unidades de negócios: produtos, onde desenvolvemos e fornecemos equipamentos como Controladores Programáveis, indispensáveis no aumento de qualidade e produtividade da indústria; e integração de sistemas, oferecendo soluções completas para os segmentos de Energia Elétrica e Óleo & Gás.
Desde 2003, a nossa matriz está situada no Tecnosinos, em São Leopoldo. Contamos ainda com filiais em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Macaé, Belo Horizonte, Salvador, Manaus, São José dos Pinhais e Balneário Camboriú, além de operações na Argentina, Alemanha e Estados Unidos. A empresa é formada por 263 colaboradores.
IHU On-Line - Quais são as perspectivas da empresa Altus no estado, em especial na região do Vale do Sinos?
Luiz Gerbase - O desenvolvimento do Vale do Sinos, principalmente com a presença do parque de tecnologia, tem se destacado através de uma economia moderna e de alto valor agregado. A Altus, como empresa que possui em sua essência o uso do conhecimento como base para atuar em mercados de alto valor agregado, acredita que a região possui grande potencial de crescimento impulsionando as organizações locais.
IHU On-Line - Quais as potencialidades do Vale do Sinos na área de eletroeletrônica? Que fatores justificam a escolha de instalar a empresa na região?
Luiz Gerbase - A região oferece mão-de-obra altamente qualificada e localização que facilita a logística das empresas. Além disso, na Altus, por exemplo, que está situada no Tecnosinos de São Leopoldo, usufruímos de um ambiente propício para a interação de três forças fundamentais para o nosso desenvolvimento: a universidade, as empresas e o estado. Essa força estimula o surgimento de empresas de base tecnológica e o processo de inovação.
IHU On-Line - Quais são, em sua opinião, os desafios postos às empresas instaladas no parque tecnológico?
Luiz Gerbase - A maturação de todo potencial de um parque tecnológico e do seu relacionamento com suas empresas é demorado, estamos ainda todos aprendendo, mas suas vantagens já são uma realidade. Talvez o maior desafio seja a interação sólida com a pesquisa feita nas universidades, de maneira a canalizar o esforço em temas nos quais as empresas estejam atuando.
IHU On-Line - Em que sentido o parque pode inovar e auxiliar no desenvolvimento sustentável da região?
Luiz Gerbase - Os parques de tecnologia têm se mostrado como um importante fator de desenvolvimento para as regiões onde estão instalados, pois ajudam a criar uma economia moderna, de alto valor agregado, almejada por qualquer país que queira se desenvolver de forma sustentável.
IHU On-Line - Como percebe e analisa a expansão de parques tecnológicos e científicos no estado? O que justifica esse investimento no Rio Grande do Sul?
Luiz Gerbase - Os parques tecnológicos favorecem o próspero relacionamento entre empresas, instituições de ensinos, estado e sociedade. Essa proximidade favorece as empresas de base tecnológica, aquelas em que o valor investido em pesquisa e desenvolvimento é alto em relação ao faturamento. Temos a consciência hoje, no Brasil, da importância do desenvolvimento tecnológico em vários níveis do estado. No âmbito federal, a Lei da Inovação , com inúmeras consequências no ambiente institucional e de financiamento a novos empreendimentos em tecnologia, vem influenciando os estados, como o Rio Grande do Sul, a formular suas políticas, e acima de tudo, incentivar a expansão desses parques de tecnologia.
IHU On-Line – De que forma essas empresas podem atuar no desenvolvimento tecnológico brasileiro?
Luiz Gerbase - As empresas com produtos inovadores agregam um importante valor na economia, pois adicionam ao mercado produtos que seriam de outra maneira importados. Um exemplo é o setor de eletroeletrônica, onde ainda temos um déficit muito alto, cerca de 20 bilhões de dólares. Esse valor é hoje maior que toda a exportação de ferro que o Brasil realiza. Temos aí, portanto, uma grande oportunidade de crescimento.
IHU On-Line - O senhor acompanha o parque desde sua formação inicial? Que avaliação faz destes anos?
Luiz Gerbase - Acompanho o parque desde seu início. A Altus contou com uma filial na Unitec durante 3 anos antes de mudarmos a matriz para cá, em 2003. Em todos esses anos, pude vivenciar sua evolução e a importância que um ambiente como esse traz para as empresas.
Tem sido uma busca contínua por empreendimentos caracterizados pela inovação e tecnologia em produtos e processos. Para isso, o parque oferece a estrutura ideal para o desenvolvimento de uma empresa.