Edição 323 | 29 Março 2010

IHU Repórter - Caroline Santilli

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Patricia Fachin e Márcia Junges

Quieta, reservada, tranquila, detalhista e cuidadosa em seu trabalho e nas suas relações pessoais. Alguém que gosta do que faz e que procura sempre ver o lado bom das coisas. Essas são algumas das características de Caroline Santilli, 31 anos, secretária editorial do setor de Periódicos da Unisinos. Natural de São Paulo, vive no Rio Grande do Sul desde 1985, e, desde 2007, é funcionária da Universidade. Conheça mais sobre ela na entrevista a seguir, concedida pessoalmente à IHU On-Line.

Origens, família e infância – Nasci em São Paulo. Vim para o Rio Grande do Sul em 1985, quando meu pai foi transferido para a filial da gráfica onde trabalhava. Até hoje vivo em Gravataí com meus pais e meu irmão Eduardo. O restante da família permanece em São Paulo – tios, primos e avó. Temos familiares vivendo na capital, outros no interior, de onde vieram meus pais. Mantemos contato regular por telefone. A cidade onde nasci, São Paulo, não conheço muito. Quando vou para lá, fico com minha avó. Prefiro não deixá-la sozinha, já que passamos tanto tempo longe. Meu avô faleceu recentemente. O pessoal de lá fala que já tenho um sotaque muito gaúcho. Quando chego aqui, dizem que estou com o sotaque muito paulista. Então, há controvérsias. Houve uma época em que tínhamos a expectativa de voltar, mas a vida foi se estabelecendo por aqui, e ficamos. Hoje não vamos tanto para São Paulo. Vou apenas uma vez por ano. Viajava com mais frequência quando eu era pequena, e não trabalhava. Hoje em dia, isso já é mais difícil.

Trabalho e estudos – Estudei sempre em Gravataí. Quando chegou a idade de faculdade, fui para a PUCRS, onde cursei Letras. Desde os 18 anos, trabalho com o idioma inglês. Já estudava esse idioma quando mais nova. Ao entrar na faculdade, estudava inglês há uns 5 ou 6 anos. Comecei a dar aula numa escola de Gravataí, paralelo ao curso da universidade. Ao todo, foram uns dez anos lecionando. Dei aulas em Gravataí e depois no Cultural, em Porto Alegre. A seguir, fui procurar outra coisa para fazer. Queria algo em que eu já pudesse utilizar a experiência que tinha. Resolvi enviar um currículo para a Unisinos. Alguns meses se passaram e ligaram porque precisavam de uma pessoa para o setor de revistas científicas. Nunca havia trabalhado com publicações de tipo algum. Aceitei o desafio para uma tarefa totalmente nova, uma rotina diferente daquela de professora. A Unisinos confiou em mim, e eu confiei nela. Felizmente, deu tudo certo. Em julho completo três anos aqui na universidade.

Inglês - Aprendi inglês só de estudar, nunca cheguei a fazer alguma viagem de imersão no idioma. Cheguei a pensar nisso, mas aí veio o episódio do atentado terrorista às Torres Gêmeas, em 2001. Então, desisti. Em seguida, ficou caro viajar. Mas pretendo viajar, sim. Às vezes, sinto falta de estar em sala de aula, ministrando. Inglês é algo de que eu gosto. De vez em quando, pego um livro para ler ou dou umas aulas particulares para “matar” a vontade de falar.

Publicações - As revistas da Unisinos são, em geral, quadrimestrais, outras semestrais. Temos um trabalho constante com textos das publicações, mas há picos de demanda. Em abril, há movimento intenso, quando saem bastantes revistas. Agora, especificamente, estamos num processo em que algumas revistas que são impressas passarão a ser eletrônicas, somente. Eu e minha colega, Jully, estamos num processo de criação de layouts, que não é o que costumeiramente fazemos. Temos 17 publicações da Unisinos até agora. Ainda neste ano, apenas duas permanecerão publicadas em papel. A meta é que, até 2011, todas já estejam em formato digital. Em geral, são revistas de pós-graduações. As impressas são enviadas como doação, outras como permuta e, ainda assim, temos um bom estoque. Esse é um dos motivos pelos quais iremos priorizar as versões eletrônicas. Imprimimos apenas 250 exemplares de cada uma das publicações. Todas elas são de acesso livre, sejam impressas ou on-line. Mesmo as revistas impressas são disponibilizadas on-line.

Educação continuada – Em 2005, cursei especialização em Estudos Avançados em Língua Inglesa, na PUCRS. Com isso, pensei em definir melhor um foco para cursar mestrado. Na ocasião, eu não conhecia a Unisinos. Na PUCRS, as opções de mestrado não eram do meu interesse. Tenho vontade de fazer outros cursos de duração menor, que me ajudem na função que desempenho hoje.

Lazer – Gosto de cinema, embora esteja em débito comigo mesma. Gostaria de assistir a mais filmes. Música e rádio são outros interesses. Tenho amigas da época da graduação e com elas continuo tendo contato. Nos encontramos para almoçar, passar a tarde juntas. Meus pais têm uma casa em Canela, então, de vez em quando, vamos para lá. Também gosto de levar amigos para passarmos alguns dias lá.

Esporte - Há pouco tempo comecei a fazer pilates. Achei superlegal. Iniciei depois de uma consulta médica, e me entusiasmei. È que abriu perto da minha casa um estúdio de pilates, então comecei a frequentá-lo. Tem tudo a ver comigo, com meu perfil, mais do que ir para uma academia com som alto. É um exercício mais tranquilo. Estou bem animada com ele, e indo aos poucos, pois estava há tempo sem fazer uma atividade física regular.

Sonhos – Ainda não tenho minha própria família. Esse é um sonho que quero realizar. Como na época de estudante não pude viajar para o exterior, gostaria de fazer um curso rápido ou uma viagem a passeio. Não há muita explicação, mas gostaria imensamente de conhecer Chicago. Como sou de origem italiana, também seria legal conhecer a Itália.

Religião – Sou católica e tenho minha fé bem definida. Não misturo minha crença com nenhuma outra coisa. Contudo, já fui mais praticante na Igreja.

Vida – Defino a vida como única. Devemos aproveitá-la bem, estar perto das pessoas que gostamos e valorizá-las. Por vezes, só nos damos conta disso quando alguém com quem nos importamos “vai embora”, quando algo passou e não fizemos ou não dissemos algo. Em função da minha fé, como acredito que somos seres únicos, o meu momento é agora. Devemos aproveitar e viver, porque isso só acontece uma vez. Precisamos viver bem e em paz. Já existe tanta correria no nosso cotidiano... Trabalhar no que se gosta e viver feliz é fundamental.

Unisinos – Quando cheguei na Unisinos, fiquei positivamente impressionada. É um lugar diferente, o campus é bastante aberto. Isso chamou a minha atenção, sobretudo para alguém que vem da PUCRS, como eu. Lá há diversos prédios, todos perto uns dos outros - é outra lógica, horizontal. Outro aspecto que me atraiu aqui foi o trabalho em si, as pessoas da unidade de pesquisa à qual a editoria de periódicos está ligada. Cito, em especial, a Raquel Koste, as professoras Renata Netto e Beatriz Marocco, que me acolheram muito bem.

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