Edição 323 | 29 Março 2010

O Holocausto e o dever da memória

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Márcia Junges e Mario Corso

Precisamos lembrar do que aconteceu sem recair numa atitude de vitimização que expresse masoquismo, valorizando o sofrimento, pondera o psicanalista Abrão Slavutzky. Em sua opinião, a humanidade é mais louca do que podemos supor.

Analisando o Holocausto e suas conexões com a vingança, o Mal em si, a memória e vingança, o psicanalista Abrão Slavutzky pontua que “a humanidade é mais louca do que conseguimos imaginar, porque, na verdade, o hommo não é só sapiens, mas é hommo demens também”. Segundo ele, preferimos falar que a crueldade é desumana, porque nos choca compreendê-la como um fenômeno humano. “Já a vitimização é a expressão do masoquismo, é a valorização do sofrimento, logo uma expressão da pulsão de morte. Quando se dramatizam as dores, o sentimento de vítimas, se cai numa atitude passiva diante do destino, diante do outro. O desafio é sair deste lugar para uma atitude ativa de luta por um espaço independente, um espaço construtivo”, pontua. Por outro lado, Slavutzky assinala que é fundamental mantermos a memória, aquela “obrigação bíblica de não esquecer”. Tecendo relações entre a fé e o processo de perdão e superação do Mal, afirma: “A fé deveria ser pensada não só como uma questão religiosa, mas como uma necessidade do ser humano de manter a ilusão”, fantasia que alivia a dor, ainda que não resolva a questão existencial. E conclui: “Depois do que ocorreu, como se pode sustentar que o homem foi feito à imagem e à semelhança divina, como consta na Bíblia? O problema da identidade judaica e alemã mudou com o nazismo, mas também a imagem que se fazia do ser humano”. As ideias fazem parte da entrevista, a seguir, concedida, por e-mail, à IHU On-Line.

Abrão Slavutzky é psicanalista e médico psiquiatra com formação em Buenos Aires. Graduou-se em medicina em 1971, na Fundação Católica de Medicina do Rio Grande do Sul. Desde 2001, é colaborador do jornal Zero Hora e de diversas revistas. Entre outros, é autor de Quem pensas tu que eu sou? (São Leopoldo: Unisinos, 2009) e Psicanálise e cultura (Rio de Janeiro: Vozes, 1983). Alguns dos livros que organizou são O Dever da Memória- O Levante do Gueto de Varsóvia (Porto Alegre: AGE, 2003) e A paixão de ser – depoimentos e ensaios sobre a identidade judaica (Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1998).

Confira a entrevista.

IHU On-Line - Como é possível manter a memória do que aconteceu no Holocausto sem que isso seja fonte de sofrimento para quem se sente envolvido? Ou seja, existe uma outra maneira de olhar para aquele horror sem que se diminua a sua importância de forma que possamos seguir tirando lições e não repeti-lo?

Abrão Slavutzky - Muitos historiadores enfatizam que o Holocausto foi único na História dos povos, pois o nazismo visou à eliminação do Povo Judeu não por motivos econômicos, geográficos, militares, mas simplesmente por serem judeus. Cada vez que se lê sobre os campos de extermínio, se vai a um museu sobre o Holocausto, ou se vê um filme, o sofrimento pode ocorrer de repente. Ficar diante do que se passou sem sofrer não é fácil, mas a segunda parte da pergunta abre a questão do que se pode aprender com a tragédia que exterminou seis milhões de judeus, milhares de ciganos e homossexuais. Perceber o quanto a ingenuidade frente à crueldade pode facilitar a ação dos assassinos. Por outro lado, descobrir como, no meio da violência, houve milhares de pessoas que arriscaram suas vidas para salvar os condenados à morte. Impressiona a leitura do que foi criado nos tempos de guerra quanto ao humor, à manutenção da espiritualidade, à solidariedade e à resistência armada.

IHU On-Line – Aliás, todos os anos se publicam livros sobre este tema... É um assunto recorrente.

Abrão Slavutzky – Li, neste ano, por exemplo, Quem escreverá nossa História – os arquivos secretos do Gueto de Varsóvia (Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2009), de Samuel Kassow. O livro conta como o historiador Emanuel Ringelblum  organizou um grupo que se reunia todos os sábados à tarde, em péssimas circunstâncias, para distribuir tarefas que constituíram os arquivos secretos que foram enterrados e descobertos depois do fim da guerra. Conheci este historiador ao ler seu livro Crônicas do gueto de Varsóvia (Lisboa: Livraria Morais, 1964), ao escrever o meu O Dever da Memória, sobre o levante do gueto de Varsóvia. O livro de Kassow impressiona pelo relato do esforço das pessoas em historiar o cotidiano de quinhentas mil pessoas fechadas em dois km quadrados.

IHU On-Line - Como é possível diferenciar o dever de mantermos a memória de uma simples vitimização?

Abrão Slavutzky - Todos os anos, em Auschwitz,  desde 1988, se bem me lembro, ocorre a Marcha da Vida, na qual se reúnem milhares de pessoas, de todo o mundo, para caminharem de Auschwitz até Birkeneau. Durante a Segunda Guerra, esse caminho ficou conhecido como a marcha da morte, isto é, os judeus faziam este trajeto até o campo de extermínio para morrer nas câmaras de gás. Ora, essa Marcha da Vida é uma forma de recordar os mortos, mas também de reafirmar a vida, reafirmar a dignidade humana frente à crueldade. No ano passado, saiu um livro com fotos e pesquisas cujo título é, justamente, A Marcha da Vida (Opeca, 2009), de autoria de Marcio Pitliuk.

Já a vitimização é a expressão do masoquismo, é a valorização do sofrimento, logo uma expressão da pulsão de morte. Quando se dramatizam as dores, o sentimento de vítimas, se cai numa atitude passiva diante do destino, diante do outro. O desafio é sair deste lugar para uma atitude ativa de luta por um espaço independente, um espaço construtivo. Lembro um trabalho do psicanalista Renato Mezan  Os que não foram heróis: sobre a submissão dos judeus ao terror nazista em que ele estuda temas como a submissão, o terror, a ilusão e a alienação ocorridas durante o nazismo.

IHU On-Line - Quais são as origens do mal no ser humano? Somos maus por essência? 

Abrão Slavutzky - Quantos livros já foram escritos sobre o mal ao longo dos séculos desde as mais variadas perspectivas! Creio que o mal não é o pior problema da humanidade, mas sim o da crueldade, o mal absoluto, o mal pelo mal em si. O último livro escrito por Primo Levi  foi Afogados e Sobreviventes (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990), no qual ele faz um balanço final de sua passagem como preso em Auschwitz. Há um capítulo sobre a violência inútil, no qual enfatiza o que foi a crueldade que viu, uma violência sem outro propósito a não ser o de fazer o mal ao outro. Ele questiona o que é mesmo o homem, quem é esta humanidade, por que tanta maldade. O mesmo tema é analisado no livro autobiográfico de Edgar Morin,  Meus Demônios (Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997), cujo capítulo final é sobre as origens da crueldade no mundo. A mesma preocupação teve Jacques Derrida  no fim de sua vida, quando sustenta que esse enigma ainda está mal estudado.

IHU On-Line - No seu livro Quem pensas tu que eu sou, editado pela Unisinos no ano passado, há um capítulo cujo título é “A crueldade é humana”. O que explora nesse trecho?

Abrão Slavutzky - Sim, porque preferimos dizer que a crueldade é desumana, já que ficamos chocados em pensá-la como humana. O homem ataca seus semelhantes de forma mais impiedosa que os animais que matam para comer. Imaginar a civilização como enferma não é uma ideia agradável. O poeta Fernando Pessoa,  apesar de seu otimismo na famosa frase "Tudo vale a pena se a alma não é pequena" escreveu uma quadra sombria pouco conhecida:

A vida é um hospital
Onde quase tudo falta
Por isso ninguém se cura
E morrer é que é ter alta [1].

A humanidade é mais louca do que conseguimos imaginar, porque, na verdade, o hommo não é só sapiens, mas é hommo demens também.

IHU On-Line - Qual é a especificidade da resistência judaica no levante do gueto de Varsóvia? Como seus protagonistas tinham pouca esperança de sobrevivência, seria uma aposta na memória do povo judeu como um coletivo corajoso? Como o senhor aborda isso em sua obra O dever da memória – o levante do Gueto de Varsóvia?

Abrão Slavutzky - O Levante do Gueto de Varsóvia foi a primeira resistência civil organizada contra o exército alemão durante a Segunda Guerra mundial. O mundo fala muito nesta história porque mil jovens, mais ou menos, quase sem armas, resistiram a tanques e metralhadoras do exército alemão durante três semanas. No manifesto que lançou o ZOB, as siglas da Organização dos combatentes judeus, em janeiro de 1943, está escrito: “Se somos muito fracos para defender nossas vidas, somos fortes para defender a honra judaica e o valor humano”. O que estava em jogo era a dignidade diante da morte, pois a opção era morrer lutando, tentando sobreviver – e de fato houve sobreviventes –, ou morrer nas câmaras de gás. Todos sabiam no Gueto que os trens levavam os prisioneiros para Treblinka  e que lá eram assassinados com gás Zyclon B  que saíam de falsas duchas. O trabalho de relatar a história do Levante me levou a rever a situação da Europa entre as duas guerras mundiais e perceber, como nem Freud  imaginou, o grau de loucura que estava por ocorrer.  Em 1933, quando seus livros foram queimados junto aos de autores como Marx, Thomas Mann  e tantos mais, em Berlim, na praça em frente à universidade, e em outras cidades, ele disse que, se fosse na Idade Média, ele seria queimado numa fogueira, enquanto que naquela ocasião só queimavam seus livros.

IHU On-Line – Por que razão escreveu esse livro?

Abrão Slavutzky - Mas esta é uma pergunta psicanalítica! Qual teria sido meu desejo inconsciente nesta iniciativa?  Durante toda vida escutei meu pai dizendo que o passado ainda é o passado. Esta frase ele pronunciava para concluir nossas conversas, e eu ficava quieto, sem entender muito bem o que ele queria mesmo dizer. Com o tempo, fui me interessando por História em geral, não só a judaica, e ao fazer este livro, dava razão ao meu pai sobre a importância do passado.  Na adolescência, estive em Israel e pude conhecer uma sobrevivente do Gueto, que pronunciou uma conferência sobre o que foi o dia-a-dia da resistência. Ela falou com muito sentimento e dor, pois fizera parte da direção do ZOB e foi escolhida para sair do gueto pelos esgotos com a missão de contar o que ocorrera nas batalhas. Essa função de dar testemunho se ligou à ordem paterna: o passado ainda é o passado, da importância da memória, da obrigação bíblica de não esquecer. O livro foi, portanto, uma forma de cumprir um mandamento de não esquecer, e o fiz com satisfação, mas inquieto, porque ler detalhes de tudo que ocorreu naquela época é sofrido por mais que os anos tenham passado. 

IHU On-Line - Diz-se que a história sempre é o relato dos vencedores. O que fazer no caso do Holocausto, no qual ambos os lados perderam: os alemães, a guerra; e os judeus e outros grupos exterminados, a vida e a maior parte da sua identidade?

Abrão Slavutzky - Nas últimas décadas, os historiadores escrevem não só a história dos vencedores, mas também a dos que perderam, como a história dos índios americanos, dos negros escravos e outras minorias aplastadas pelos donos do poder. Na Segunda Guerra Mundial, o nazismo foi derrotado, mas não erradicado. Os judeus perderam boa parte do mundo cultural em idische e um terço da sua população mundial. Entretanto, depois da guerra, ele conseguiu se reerguer em Israel e no mundo. Logo, conhecer o que ocorreu é um dever de memória da humanidade.

A tragédia do nazismo segue sendo motivo de estudos e da arte, afinal, um trauma desta magnitude não é fácil de se resolver em poucas décadas. A guerra envolveu não só o povo alemão e o povo judeu, mas todos os povos, é uma ferida narcisista na imagem da civilização. Depois do que ocorreu, como se pode sustentar que o homem foi feito à imagem e à semelhança divina, como consta na Bíblia? O problema da identidade judaica e alemã mudou com o nazismo, mas também a imagem que se fazia do ser humano.

IHU On-Line - Como interpreta os filmes Bastardos Inglórios e Invictus no que diz respeito à forma com que suas histórias lidam com a questão da vingança, no primeiro caso, e de sua transcendência, no segundo?

Abrão Slavutzky - Bastardos Inglórios é uma ficção, filme que começa muito bem e, aos poucos, perde força, especialmente no final, mas que traz à tona uma vingança que nunca ocorreu na realidade. Essa obra expressa o prazer da vingança. Heinrich Heine,  poeta e jornalista alemão, judeu que se converteu e se arrependeu, disse que não sentia raiva de seus inimigos. Só desejava que ao final da vida pudesse descansar e olhar, no horizonte, várias árvores onde estivessem dependurados todos seus adversários. Quem se acostuma a ser maltratado passivamente fica se sentindo um covarde e pode desenvolver uma perversão na qual se deixa agredir desde que se sinta amparado pelo agressor. Por outro lado, a vingança faz parte da história dos seres humanos, ela tem sua lógica baseada na coragem e astúcia. Mas Invictus, filme baseado numa história real, revela o líder negro Nelson Mandela,  da África do Sul, evitando a vingança dos brancos quando foi eleito presidente do seu país. Se houvesse tomado o caminho do ódio, teria lançado a negros e brancos em uma nova guerra. Logo, soube transcender o prazer da vingança.

IHU On-Line - Pensando nas inúmeras produções sobre o nazismo, poderíamos dizer que esse fato histórico se tornou um paradigma do mal, com isso indo além dos povos envolvidos, e talvez por isso haja tantos filmes, como uma maneira de curar o trauma duma ferida de todo o Ocidente?

Abrão Slavutzky - Para Adorno,  a ferida narcisista do que ocorreu na Segunda Guerra Mundial é definitiva, conforme escreveu no seu Crítica cultural e sociedade (São Paulo: Prismas, 1998): “Escrever um poema após Auschwitz é um ato bárbaro”. Escreve, com a ressalva de que a arte não pode mais ser inocentemente alegre, o mesmo escreveu Walter Benjamin  em suas famosas Teses sobre a História. Logo, é preciso resistir à crueldade, como fez, por exemplo, Irena Sendler,  uma enfermeira cristã que trabalhava para o governo polonês e foi responsável por salvar 2500 crianças judias do Gueto de Varsóvia. Sua compaixão deveria ser conhecida pelo mundo que lhe negou o prêmio Nobel da Paz. Felizmente, há milhares de exemplos de pessoas como Irene, que ajudam a iluminar os caminhos em tempos de trevas. Eles conseguem transcender o plano da realidade, se elevam, transformam a si e aos demais e enriquecem a imagem do ser humano.

IHU On-Line - Uma pergunta recorrente é: onde estava Deus enquanto acontecia o Holocausto? Como a fé se expressava entre aqueles que sabiam que iriam morrer?

Abrão Slavutzky - Quem é Deus? Se pensarmos Deus, como fez o filósofo Espinosa,  não se deveria fazer uma pergunta destas, pois Ele não intervém diretamente na História. Os religiosos seguiram acreditando no Todo Poderoso mesmo diante da morte, aliás, morriam rezando para mostrar que nem a morte lhes tirava a fé. Li cenas de homens e mulheres que festejaram os feriados judaicos durante os anos da guerra. É possível pensar Deus como uma ideia importante para a humanidade, um amparo talvez. Esta fé resiste às guerras, às mortes e às atrocidades como uma luz de esperança. Tenho respeito pelos que tem fé no Todo Poderoso, por que não?

IHU On-Line - Qual é o lugar da fé dentro desse processo de perdão e superação do mal?

Abrão Slavutzky - A fé deveria ser pensada não só como uma questão religiosa, mas como uma necessidade do ser humano de manter a ilusão. A palavra ilusão é formada de i mais ludere, ou seja, ilusão é um jogo dentro de si na realidade psíquica que se desenvolve desde muito cedo na criança. A fé é, portanto, uma fantasia que alivia a dor, e mesmo que não resolva a questão existencial, ela pode ser decisiva. Vivi numa família que tinha fé, de cunho religioso sem ser ortodoxa, e lembro com carinho a forma como todos acreditavam num ente superior, sem dúvidas ou questionamentos. Fui marcado por esta identidade ao lado de uma atitude irreverente, questionadora, que formam um bom paradoxo.

IHU On-Line - Existe perdão ou simplesmente esquecimento?

Abrão Slavutzky - Recordo a história de uma tia que teve suas meias de nylon rasgadas, cujo responsável logo lhe pediu desculpas. Ela disse que desculpa, desculpa, mas o buraco na meia ficou. É difícil perdoar quem nos feriu profundamente, bem mais do que uma simples meia rasgada. Mas, se alguém mantém o ódio, através do ressentimento, se empobrece. É o que se pode constatar no romance As Brasas de Sándor Marái, que trata da história de uma amizade, em que um general aposentado sofreu durante 41 anos com a traição do grande amigo, que teve um romance com sua esposa. Triste é a condição de quem vive ressentido, com o outro, com a vida, consigo, pois sofre sempre. Quem sabe poderia se pensar não só em perdão ou em esquecimento, mas também em transcendência, em reparação, em justiça e tolerância.

IHU On-Line – Como foi possível ocorrer o Holocausto em pleno século XX no coração da Europa?

Abrão Slavutzky – O espanto desta pergunta é necessário para estudar como o antissemitismo é maior do que se imagina. O preconceito contra os judeus, o que muitos chamam de judeofobia, uma fobia, um medo aos judeus, tem dois mil e quinhentos anos de história. Começou no helenismo e se desenvolveu no Cristianismo com as Cruzadas e a Inquisição, que durou vários séculos. No século XIX, o ódio religioso aos judeus se transformou numa questão política, no qual o caso Dreyfus foi um sintoma desta nova forma de agressão. Os judeus foram o bode expiatório de tudo de ruim que havia na humanidade, os assassinos de Cristo, que por sinal nasceu judeu e morreu judeu, e tantas mentiras mais que marcaram a civilização ocidental. O nazismo teve nos judeus seu inimigo principal, como expressou Hitler no seu derradeiro discurso pouco antes da derrota, em 1945. A obra LTI- a linguagem do Terceiro Reich (Rio de Janeiro: Contraponto, 2009), de Victor Klemperer,  um linguista que viveu na Alemanha durante a guerra, descreve como o nazismo penetrou na carne e sangue das pessoas pelas palavras, frases, discursos, que o mal era o bem. O poder autoritário fez o povo alemão um povo obediente e submisso. Muito ainda temos a aprender sobre o fascínio que despertam as ditaduras. O historiador Richard Overy,  em seu livro Os Ditadores: a Rússia de Stálin e a Alemanha de Hitler (Venda Nova: Bertrand Editora, 2005), estuda o nazismo e o estalinismo, em suas semelhanças e diferenças, sistemas construídos durante vários anos, que seduziram as massas e convenceram artistas, cientistas, professores universitários e juízes. Para quem deseja conhecer mais o que ocorreu na Segunda Guerra Mundial, sugiro não só livros e filmes, mas a visita pela Internet dos museus como o Yad Vashem,  em Jerusalém, e o Museu Judaico, em Berlim.

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