Edição 316 | 23 Novembro 2009

A fé reformada e os compromissos existenciais inevitáveis

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

Márcia Junges

Reverendo Hermisten da Costa afirma que fé calvinista é mais do que status vazio, e que o homem reformado vive plenamente, partindo da Palavra, cujo alvo final é a glória de Deus. Grandeza humana reside em sua semelhança com Deus.

“Nossa fé tem compromissos existenciais inevitáveis. Ser reformado não é apenas um status nominal vazio de sentido, antes reflete a nossa fé em atos de formação e transformação”, garante o reverendo Hermisten Maia Pereira da Costa, na entrevista especial que concedeu, por e-mail, à IHU On-Line. Ele continua: “Devemos acentuar que Calvino, com sua vida e ensinamentos, contribuiu para forjar um tipo novo de homem: ‘O reformado’, que vive no tempo, a plenitude do seu tempo para a glória de Deus!”. Teologia dessa orientação vê e atua na realidade, partindo da Palavra, almejando a glória de Deus. Conforme o reverendo, “dentro da perspectiva Reformada, a grandeza do homem está no fato de que ele foi criado à imagem de Deus e, mesmo que o pecado tenha obscurecido esta imagem, ele jamais deixou de sê-la, visto que isto implicaria em deixar de ser humano. A imagem de Deus não é algo colado, acidental à existência, antes faz com que sejamos o que somos: seres humanos”.

Graduado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul, também cursou Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUCMG, e Pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Possui cinco especializações, é mestre e doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo – Umesp, com a tese O Conceito de Escritura Sagrada no Seminário de Princeton e a sua Introdução no Pensamento Protestante Brasileiro. Cursou pós-doutorado na Universidade Presbiteriana Mackenzie e é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, além de lecionar no departamento de Teologia do Seminário Presbiteriano Reverendo José Manoel da Conceiçao, em São Paulo. Escreveu, entre outros, Calvino de A a Z (São Paulo: Editora Vida, 2006), Fundamentos da Teologia Reformada (São Paulo: Mundo Cristão, 2007) e A Inspiração e Inerrância das Escrituras (2. ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2008).

Confira a entrevista.

IHU On-Line - O que diferencia a empreitada de Calvino e Lutero de “purificar” o cristianismo?

Hermisten Maia Pereira da Costa - Só há Reforma quando há necessidade objetiva ou subjetiva. A busca por purificar a Igreja encontrou em Lutero a eficácia antes não encontrada por diversas razões políticas, sociais, econômicas e, principalmente, pela força repressiva da Igreja romana. Lutero  e Calvino, cada um ao seu modo, em contextos diferentes, esforçaram-se por fazer a Igreja voltar às suas origens bíblicas. Na realidade, Lutero iniciou o processo em 1517. Calvino, quando aderiu à fé protestante (em 1532-1534), o movimento reformista já havia se expandido pela Europa. Calvino faz parte de uma segunda geração que, dentro do mesmo propósito de Lutero, pôde consolidar a Reforma por meio de um trabalho constante e sistemático de expor as Escrituras e escrever e ampliar a sua obra magna, As Instituições da Religião Cristã forneceu a base para todo o desenvolvimento do pensamento reformado.

A Reforma, proposta por ambos, em que pese a motivação primária e intensamente religiosa, atingiu todas as esferas da realidade, buscando uma coerência prática com a nossa percepção oriunda da Escritura. Infelizmente, Lutero e Calvino não se conheceram pessoalmente. O doce e pacífico Melanchthon, amigo de Lutero e correspondente de Calvino nem sempre foi bem compreendido. O seu principal trabalho teológico Loci Communes (1521), quando foi traduzido para o francês (1546), recebeu o prefácio de Calvino.

Calvino tinha muito respeito por Lutero. Na única carta que lhe escreveu (25/01/1545), a qual este, ao que parece, jamais recebeu, Calvino se dirige a Lutero como “meu respeitadíssimo pai”, “respeitadíssimo pai no Senhor” e “meu pai sempre honorável”. A Reforma não foi um movimento no âmbito apenas da moral, antes forneceu um novo quadro de referência por meio do qual todas as áreas de nossa vida devem ser pautadas pela Escritura. Isto foi e continua sendo revolucionário e purificador em qualquer sociedade.

IHU On-Line - Quais são os maiores méritos dessa teologia protestante reformada?

Hermisten Maia Pereira da Costa - A grande relevância da Teologia Reformada continua sendo sua volta à Escritura, a qual revela de forma verbal definitiva Jesus Cristo, o Senhor Eterno. A partir deste retorno, a constante busca por interpretar a realidade e agir de forma coerente com esta perspectiva. Portanto, podemos dizer que o calvinismo prima não simplesmente pela preocupação teológica – o que sem dúvida é fundamental –, mas sim pela obediência incondicional ao Deus da Palavra. Assim, dentro desse princípio fundamental, podemos dizer que a teologia Reformada enfatiza, entre tantas outras coisas, que:

1) O fundamento de nossa relação com Deus está no Pacto da Graça por meio do qual Deus  “livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação através de Jesus Cristo....”. (Confissão de Westminster, VII.3).
2) A salvação por Graça unicamente em Jesus Cristo; o Deus encarnado: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem.
3) A suficiência do sacrifício de Cristo para salvar completa e totalmente o povo de Deus.
4) A fé como a boa obra do Espírito em nós que nos capacita a responder positivamente ao chamado de Deus.
5) A Palavra de Deus, e somente Ela é a autoridade final de todo o nosso pensar, crer, agir e sentir.
6) A inerrância e infalibilidade das Escrituras como princípios teóricos e práticos que norteiam a nossa perspectiva da realidade em todas as suas dimensões: religiosa, social, política, econômica, ética, profissional, familiar etc. Portanto, uma ética comprometida com as Escrituras.
7) O Culto a Deus como meta e razão de ser da Igreja, que se manifeste em consonância com a Palavra, em santo temor e sincera gratidão para com Deus.
8) Um compromisso com o real a partir da fé em Cristo, gerada em nós pelo Espírito.
9) A aceitação incondicional da Majestade de Deus e do Senhorio de Cristo em todas as coisas a começar de nossa salvação definitiva.
10) A compreensão de que a Igreja de Deus não é um conjunto de pessoas individuais, mas é o corpo de Cristo, o povo constituído por Deus por intermédio do Seu Espírito, para cultuá-Lo, viver a Sua Palavra e proclamar a Sua salvação em Cristo.
11) O zelo pela pregação fiel da Palavra, administração correta dos Sacramentos e o exercício fiel da disciplina.
12) Oração sincera e submissa. Calvino entendia que “com a oração, encontramos e desenterramos os tesouros que se mostram e descobrem a nossa fé pelo Evangelho” e, que “a oração é um dever compulsório de todos os dias e de todos os momentos de nossa vida”, e: “Os crentes genuínos, quando confiam em Deus, não se tornam, por essa conta, negligentes à oração”. Portanto, este tesouro não pode ser negligenciado como se “enterrado e oculto no solo!”. “Agora, quanto é necessário, e de quantas maneiras o exercício da oração é útil para nós, não se pode explicar satisfatoriamente com palavras”. Aqui está o segredo da Palavra de Deus, segundo a percepção de Calvino: Estudo humilde e oração, atitudes que se revelam em nossa obediência a Cristo. 
13) A Glória de Deus como alvo supremo de toda as coisas (1Co 10.31). “Não busquemos nossos próprios interesses, mas antes aquilo que compraz ao Senhor e contribui para promover sua glória” (Calvino).

IHU On-Line - Quais são as fontes de sua teologia? E como essa teologia calvinista inspira hoje outras teologias de orientação protestante?

Hermisten Maia Pereira da Costa - A Reforma jamais rejeitou os credos. Ela se valeu dos principais credos da Igreja. Aliás, é importante ressaltar que a Reforma foi levada a efeito por católicos piedosos. Lutero, por exemplo, se constitui num exemplo eloquente. A Reforma, partindo das Escrituras como única autoridade infalível, passou a examinar todas as contribuições históricas, tentando estabelecer o que considerava ser a interpretação correta das Escrituras. A Reforma, sem dúvida, foi um movimento com forte tonalidade hermenêutica.

A teologia calvinista continua com grande vitalidade na Europa e nos Estados Unidos. Ela tem sido descoberta aos poucos no Brasil. Aqui, conhece-se pouco da tradição Reformada. Faz-se uma caricatura que acentua, muitas vezes, pontos equivocados. O pensamento Reformado mantém a sua vitalidade porque entende que ele não é nem pode ser “arquetípico”, antes é uma reflexão sistematizada das Escrituras. A fonte é a Palavra. Ele se alimenta e oxigena na exegese bíblica. Creio que aí está seu vigor e poder de influenciar a sociedade de maneira intensa. O pensamento Reformado não se restringe a cinco pontos, como alguns pensam; diria: nem a mil. A teologia calvinista é uma forma de ver e atuar na realidade partindo da Palavra tendo como alvo final a glória de Deus.

IHU On-Line - Sob quais aspectos a teologia calvinista pode oferecer pistas para a autocompreensão do sujeito frente ao sentido de sua vida?

Hermisten Maia Pereira da Costa - A teologia Reformada sustenta que o homem não consegue ter uma visão correta de si por si mesmo. Ele precisa conhecer a Deus. Somente Deus pode nos dar uma visão adequada daquilo que somos e do que poderemos ser por Sua graça. Dentro da perspectiva Reformada, a grandeza do homem está no fato de que ele foi criado à imagem de Deus e, mesmo que o pecado tenha obscurecido esta imagem, ele jamais deixou de sê-la, visto que isto implicaria em deixar de ser humano. A imagem de Deus não é algo colado, acidental à existência, antes faz com que sejamos o que somos: seres humanos. Portanto, a essência do homem não pode ser simplesmente determinada em si e por si; é preciso uma dimensão verdadeiramente teológica para que possamos entender melhor o que somos. A genuína antropologia deve ser sempre e incondicionalmente teocêntrica! Conhecer a Deus é viver.

IHU On-Line - Por que Calvino é considerado o iniciador de uma era? Qual é o seu grande legado ao cristianismo?

Hermisten Maia Pereira da Costa - O vigor da influência de Calvino está no conjunto de seu pensamento, amparado na Escritura. A filosofia calvinista, como todo e qualquer sistema de pensamento e valores, não é neutra. Antes, parte da própria Escritura tendo como pressuposto a suficiência da Revelação para a interpretação e análise de toda realidade. Nesta tarefa, ela luta contra os ídolos do pensamento que surgem em cada cultura e em todas as épocas. Um ídolo chama outro ídolo, tendo sempre como ponto de partida o desejo humano de autossuficiência. Contrariamente, o pensamento calvinista reafirma como ponto de partida o Deus soberano e transcendente que Se revela na Escritura e que somente a partir desta compreensão podemos compreender a chamada realidade e atuar de forma criativa para a glória de Deus e o bem-estar da humanidade. A convicção da direção de Deus sobre a história e sobre a nossa vida em particular não se opõe à oração, à vida devocional. Desta forma, o calvinismo tem uma fé que, por graça, ultrapassa em muito os limites de nossa racionalidade, mas, também, é uma fé operante que crê que nós somos os instrumentos ordinários de Deus para construir, transformar e aperfeiçoar a cultura.

O estudioso inglês Tawney (1880-1962) observa que “o calvinismo foi uma força ativa e radical. Era um credo que buscava não meramente purificar o indivíduo, mas reconstruir a Igreja e o Estado, e renovar a sociedade permeando todos os setores da vida, tanto públicos como privados, com a influência da religião”.

Compromissos existenciais inevitáveis

O Cristianismo não é uma forma de acomodação na cultura, antes de formação e de transformação por meio de uma mudança de perspectiva da realidade, que redundará necessariamente numa mudança nos cânones de comportamento, alterando sensivelmente as suas agendas e praxes. Assim sendo, a nossa fé tem compromissos existenciais inevitáveis. Ser Reformado não é apenas um status nominal vazio de sentido, antes reflete a nossa fé em atos de formação e transformação.

O calvinismo fornece-nos óculos cujas lentes têm o senso da soberania de Deus como perspectiva indispensável e necessária para ver, interpretar e atuar na realidade, fortalecendo, modificando ou transformando-a, conforme a necessidade. Isso tudo num esforço constante de atender ao chamado de Deus a viver dignamente o Evangelho no mundo. 

No entanto, mesmo com toda essa influência, o calvinismo não moldou a cultura ocidental somente por meio de ideias, mas, principalmente, por meio de seus ideais que fizeram com que homens fiéis morressem pelo testemunho de sua fé. “Os protestantes franceses, ao serem levados para a prisão ou para a fogueira, cantavam salmos com tanta veemência que foi proibido por lei cantar salmos, e aqueles que persistiam tinham sua língua cortada. O salmo 68 era a Marselhesa huguenote” (Leith).

Na França, em diversas ocasiões, os protestantes foram atacados enquanto prestavam culto a Deus, orando, lendo a Palavra e cantando salmos. Depois de narrar algumas dessas perseguições, Baird constata: “A Liturgia do protestantismo francês foi banhada com o sangue de seus mártires”.

Do mesmo, no Brasil, quando os calvinistas franceses Jean du Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon e André Lafon   não negaram a sua fé diante de Nicolas Durand de Villegaignon  (1510-1571), foram presos. Jean Crespin registra: “Entretanto, os condenados consolavam-se e regozijavam-se em suas cadeias, orando e cantando, com extraordinário fervor, salmos e louvores a Deus”.

Na manhã de sexta-feira, 9 de fevereiro de 1558, quando Jean du-Bourdel, o autor da Confissão de Fé,  ia sendo conduzido ao rochedo para ser executado, acompanhado por Villegaignon e seu pajem, narra Crespin: “ao passar junto da prisão em que estavam os seus companheiros, gritou-lhes em alta voz que tivessem coragem, pois iam ser logo libertados desta vida miserável. E, caminhando para a morte, entoava salmos e louvores a Deus, o que causava grande espanto a Villegaignon e ao carrasco”.

Como nos adverte Kuyper, “[a] vida que o Calvinismo tem pleiteado e tem selado, não com lápis e pincel no estúdio, mas com seu melhor sangue na estaca e no campo de batalha”. A força prática da teologia reformada não está simplesmente em seu vigor e capacidade de influenciar intelectualmente os homens, mas no que tem produzido na vida de milhões de pessoas, conduzindo-as, em submissão ao Espírito, à fidelidade bíblica e a uma ética que se paute pelas Escrituras. A grande contribuição do calvinismo não se restringe aos manuais das mais variadas áreas do saber, mas, estende-se à integralidade da vida dos discípulos de Cristo que seguem esta perspectiva.

IHU On-Line - Como a erudição e a piedade se relacionam em seu pensamento?

Hermisten Maia Pereira da Costa - Calvino era um intelectual; todavia não usava do púlpito ou de seus escritos para ostentar isso, pelo contrário, é frequente a sua preocupação com a simplicidade e em não tentar ultrapassar o revelado por intermédio de especulações pecaminosas: A Palavra é a “Escola do Espírito”; é por meio dela que Deus nos fala. E Deus nos fala objetivando a nossa edificação.

Para Calvino, o conhecimento de Deus está associado à verdadeira piedade, que ele define como “reverência associada com amor de Deus que o conhecimento de Seus benefícios nos faculta”. E: “.... zelo puro e verdadeiro que ama a Deus totalmente como Pai, o reverencia verdadeiramente como Senhor, abraça a sua justiça e teme ofendê-lo mais do que a própria morte.” Ele então pergunta: “Quê ajuda, afinal, conhecer a um Deus com Quem nada tenhamos a ver?”. A sua resposta é simples: O conhecimento de Deus deve valer-nos, “primeiro, que nos induza ao temor e à reverência; em segundo lugar, tendo-o por guia e mestre, que aprendamos a dEle buscar todo bem e, em recebendo-o, a Ele creditá-lo”.  A piedade não pode estar dissociada da fé que confessa que Deus é o autor de todo o bem. Portanto podemos nEle descansar sendo conduzidos pela Sua Palavra.

Deve ser enfatizado que Calvino usou como ninguém de todas as ferramentas então acessíveis para uma boa exegese, dispondo o seu material de forma clara, lógica e simples, sendo chamado, não sem razão, de o “príncipe dos expositores”. Em sua interpretação bíblica Calvino combinou de forma harmoniosa a análise filológica com a teológica, associando tudo isso a um pensamento construtivo que fez com que a sua teologia tivesse seus próprios fundamentos na Palavra de Deus. Ele foi de fato o exegeta por excelência da Reforma, sustentando que a Escritura é a melhor intérprete de si mesma. A erudição, portanto, deve ter em vista a edificação do povo de Deus com o objetivo de que este, instruído na Palavra, possa glorificar ao seu Senhor.

IHU On-Line - Gostaria de acrescentar algum aspecto não questionado?

Hermisten Maia Pereira da Costa - O pensamento e a obra de Calvino nunca foram amplamente difundidos no Brasil. Quando os primeiros missionários presbiterianos aqui chegaram, a partir de 1855, eles não conheciam bem a obra de Calvino. A formação que tiveram (Fletcher e Simonton ) foi no Seminário de Princeton (fundado em 1812) que estudava a obra do grande teólogo Reformado Francis Turretin.  Charles Hodge  (1797-1878), então professor de Teologia Sistemática, elaborava a sua obra de Teologia Sistemática. Enquanto isso, ensinava, conforme aprendera, sob a égide do pensamento de Turretin, o grande representante escolástico da Teologia Reformada, do mesmo modo que Johann Gerhard (1582-1637), tido como um dos maiores teólogos luteranos da ortodoxia. De modo muito interessante Spener chama Gerhard de “piedoso teólogo”.

Recebemos Calvino sempre de segunda mão. Isto é apenas uma constatação. As suas obras começaram a ser traduzidas para o português em 1985. Ele começou a ser entendido a partir do início da tradução de seus comentários (1995). A sua obra começou a ser lida sistematicamente nos seminários de minha igreja, a Igreja Presbiteriana do Brasil, somente a partir de 1984. Ainda hoje, poucos seminários de minha denominação o lêem de forma sistemática.

O homem reformado

Hoje temos em nossa língua edições diferentes das Institutas, alguns de seus comentários bíblicos, catecismo e, recentemente foi lançada uma edição com algumas de suas cartas e saiu também, no mês passado, outubro, a primeira edição dos seus sermões do capítulo primeiro de Efésios. Muito desse trabalho é feito de forma abnegada e diletante por pessoas quase anônimas que, num ato heróico, propõem-se a este trabalho. Deus tem sido generoso conosco.

Devemos acentuar que Calvino, com sua vida e ensinamentos, contribuiu para forjar um tipo novo de homem: “O reformado” que vive no tempo, a plenitude do seu tempo para a glória de Deus! Portanto, como disse Barth:  “O verdadeiro discípulo de Calvino só tem um caminho a seguir: não obedecer ao próprio Calvino, mas Àquele que era o mestre de Calvino”.

Ser Reformado significa um apego irrestrito ao Deus da Palavra que nos instrui e nos capacita a viver para a Sua Glória, desempenhando o nosso papel na sociedade, seja em que nível for, apresentando o fruto de nosso labor como uma oferenda a Deus que nos criou e nos sustenta.  Este é o cristianismo que buscamos praticar. Glória, somente a Deus.

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição