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Bruna Quadros
Origens - Nasci em Novo Hamburgo. Minha mãe, Ethel, é natural de São Sebastião do Caí. Meu pai, Werner, é alemão e veio em 1953 para o Brasil trabalhar em uma fábrica de móveis. Tenho duas irmãs, a Cátia e a Juliane, que mora na Alemanha. Eu sou a filha mais velha e estou com 52 anos.
Infância – Nós morávamos no centro de Novo Hamburgo, em uma rua pequena e livre de trânsito, entre ruas de muito tráfego numa época. Era uma época em que a cidade ainda não era tão grande e desenvolvida. Todos os vizinhos tinham filhos mais ou menos da mesma idade. Era uma turminha muito grande para molecagens, brincadeiras nas ruas e nos pátios vizinhos e festas de aniversário.
Valores – Quando ainda estávamos na escola, meus pais eram muito exigentes com os nossos resultados nos estudos. Também trabalhavam muito para nos proporcionar um ensino de qualidade. Quando meu pai comprou o primeiro carro, eu estava com 22 anos. A primeira televisão veio quando eu tinha 16 anos. Acredito que daí venha o valor da cultura e do aprender que transferi para a minha filha também. Muito importantes para mim também são a honestidade e o respeito às pessoas e às suas crenças.
Estudos - Eu ia muito bem na escola, mas porque eu me esforçava bastante. Entrei na Unisinos aos 19 anos, no curso de Letras – Português/Inglês. Levei 10 anos para me formar, porque comecei a trabalhar para poder pagar os meus estudos. Escolhi o curso de Letras porque eu tinha facilidade com idiomas.
Sala de aula - Esta oportunidade surgiu porque na Fundação Evangélica, em Novo Hamburgo, onde eu estudava, queriam mudar o modelo das aulas de alemão e começaram a dividir os alunos por nível de conhecimento. Por isso, precisaram de mais professores. Mesmo sem formação, como eu sabia bem o alemão, eles me convidaram para dar essas aulas. Para mim, foi conveniente, porque eu podia ganhar o meu dinheiro e, ao mesmo tempo, estudava. A demora na minha formação foi porque eu comecei a dar cada vez mais aulas.
Casamento - Me formei aos 29 anos. Depois disso, passei um tempo na Alemanha, onde conheci o meu marido, Hans, na casa de estudantes em que morávamos, em Freiburg. Quando voltei ao Brasil, pois precisava continuar a trabalhar na escola, nos correspondíamos – por cartas! E ele me telefonava uma vez por mês. Depois de algumas idas e vindas, nos casamos na Alemanha. Meu marido é engenheiro florestal, mas não conseguiu emprego na Alemanha, onde o mercado já estava bastante saturado. Ao chegar ao Brasil, também foi difícil achar trabalho nesta área. Porém, como a cultura de flores está “no seu sangue” – seu pai era floricultor, ele começou uma floricultura e, hoje em dia, cultiva plantas em São Sebastião do Caí, onde meu pai tem uma chácara e onde moramos, também.
União – Nossa filha, Katharina, está com 15 anos. A família é muito importante para todos nós. Minhas irmãs também são casadas. Uma delas mora na Alemanha e a outra mora em São Sebastião do Caí na chácara, também. Minha irmã que mora na Alemanha vem todos os anos para o Brasil.
Unisinos – Trabalho no Unilínguas desde 1995. Sou a coordenadora pedagógica e professora de alemão e inglês. Além da graduação, fiz uma especialização em Alemão. Meu sonho era dar aulas na Unisinos. Esse sonho eu consegui realizar. Gosto muito de trabalhar na universidade e tenho orgulho de mostrar o câmpus, quando recebemos visitantes de outros países. Minha filha estuda no Unilínguas e, se eu a coloquei para estudar aqui, é porque eu confio na instituição e no trabalho que realizamos aqui.
Lazer – Adoro cozinhar. Nada sofisticado, mas muito bom. Para eu ir morar em São Sebastião do Caí, a casa tinha de ter duas condições: possuir um terraço coberto e um fogão campeiro. Aos finais de semana, sempre preparo alguma coisa e todos almoçam lá em casa.
Livro – Normalmente, tenho três ou quatro livros na cabeceira da cama. Acabei de ler a trilogia His dark materials, de Philip Pullman, e estou lendo Instanbul, de Ohran Pamuk.
Filme – Cinema não me faz falta, mas, quando vou, adoro ter ido. Não me canso de assistir ao primeiro filme De volta pra o futuro e Perfume de mulher. Também gosto muito de “musicais”, como Moulin Rouge e Chicago.
Política brasileira – Há uma tendência de não acreditar muito na honestidade dos governantes. O político diz alguma coisa e já vêm as desconfianças.