Edição | 08 Novembro 2004

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Miguel Sellitto - Prof. Dr. na Unidade Acadêmica de Ciências Exatas e Tecnológicas da Unisinos

Nasci em uma família italiana de longa tradição católica e foi com muita curiosidade que recebi de meu primo Michele Sellitto, que mora na Itália, o livro Ipotesi su Gesù, de Vittorio Messori (Torino: Società Editrice Internazionale,1983). Messori é um jornalista católico, de reconhecida trajetória ligada ao catolicismo. A obra apresenta uma interessantíssima descrição da situação político-religiosa na bacia mediterrânea oriental, sob o império romano, no período que antecede e circunstancia o surgimento do cristianismo. Também relata fatos de crônica da época, citados, entre outros, por Flavius Josefus, relacionando-os com citações bíblicas. Descreve os fragmentos de Qumram, herança documentada dos estudos dos essênios sobre os sinais dos tempos, baseados na tradição hebraica das setenta semanas de Daniel, que antecipariam a messiânica chegada. Também apresenta recentes descobertas arqueológicas que evidenciam fatos bíblicos, tais como a escavação da piscina Betesdá de cinco arcos e do pátio lajeado. Descreve o primeiro século em Israel, incluindo outros movimentos messiânicos, até a destruição do templo de Jerusalém e a diáspora, ao redor de 70 DC. A contextualização serve ao autor para que chegue ao seu objetivo, uma análise, na qual classifica as hipóteses já lançadas sobre Jesus em três categorias escolares: crítica; mítica; e de fé. A escola crítica, ou historicista, diz que o Jesus histórico é um homem que foi, progressivamente, divinizado. Em resumo, uma obra fascinante que retoma um debate que não se esgota nunca: as hipóteses sobre Jesus. Não creio que haja uma edição em português, mas aqueles que tiverem acesso á obra, acessarão uma fonte de inspiração de profícuas e proveitosas reflexões sobre um tema  atual.
 

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