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Furando a fila de escritos que me esperam o livro, que me levou para passear em julho, veio a mim casualmente, pelo gesto largo de um amigo. Intitula-se Tudo o que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade, de Marshall Berman. O livro foi lançado nos EEUU, em 1982, e no Brasil, pela Companhia das Letras, em 1986. Esta segunda edição que me chegou às mãos é de 2005. Marshall Berman é crítico literário e desenvolve sua carreira em universidades americanas na área das ciências sociais, principalmente ciência política. Nesse livro, Berman faz uma competente e erudita abordagem da modernidade, utilizando-se, para isso, da análise de diferentes objetos de estudo. Dessa forma, as 434 páginas do livro podem ser degustadas capítulo a capítulo, como unidades independentes, por onde vão aparecendo o Fausto de Goethe; o Manifesto Comunista de Marx; Baudelaire; as cidades de São Petesburgo, Paris e Nova York. Em cada capítulo, a modernidade vai sendo analisada em suas contradições e possibilidades, um projeto de transformação que se constrói sobre os cacos de um mundo que se perdeu, se quebrou, está se quebrando.
Cláudio Augusto Gutierrez, Prof. MS da Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde da Unisinos.
Li, recentemente, a obra de John Mitchell Finnis, intitulada Natural Law and Natural Rights. Oxford: Clarendon Press, 1980. 425p. As idéias desse autor foram utilizadas para a construção da minha tese de doutorado. O livro apresenta subsídios para a elaboração de uma crítica ao positivismo jurídico, com base no resgate dos princípios da lei natural. É lançado o entendimento de que o Direito existe para a realização de determinado fim. Esse fim é desenhado pela procura de determinados bens, que o autor denomina de bens humanos básicos e representam a dimensão substantiva da lei natural. No mesmo contexto, projeta as exigências metodológicas da razoabilidade prática, que são os meios para a realização concreta dos citados bens. A proposta da lei natural apresentada pelo autor está conectada com o ponto de vista prático, utilizando a concepção da razão prática e da phrónesis, tal como formulados por Aristóteles e São Tomás de Aquino. Com esse contorno, afasta o caráter metafísico e teológico que geralmente está associado à idéia da lei natural. Essa projeção da lei natural também ingressa na formulação do conceito de Direito, o qual terá como núcleo característico a razoabilidade prática para o enfrentamento dos desafios da sociedade. Trata-se, portanto, de uma reflexão pertinente aos novos contornos da atualidade, especialmente a partir do momento em que se busca construir uma projeção epistemológica para o Direito não calcada exclusivamente na forma, mas com os olhos focados no conteúdo.
Wilson Engelmann, Prof. Dr. da Unidade Acadêmica de Ciências Jurídicas da Unisinos.
O que Einstein disse ao seu cozinheiro: A ciência na cozinha, de Robert L. Wolke (Jorge Zahar, 2003). Recebi este livro na Páscoa deste ano da minha filha Cristina com uma dedicatória: “... inspire-lhe ainda mais nas suas receitas, que só você sabe fazer”. Na realidade não se trata do cozinheiro do Einstein, mas sim de uma série de explicações científicas sobre os bastidores da cozinha, fornecidas pelo professor emérito de química da Universidade de Pittsburgh. O autor, especialista de divulgar ciência, além de consultor da Cook´s Illustrated Magazine é articulista do Washinsgton Post. Neste livro, encontramos mais de uma centena de esclarecimentos, espalhados entre nove capítulos, comentários, histórias e interpretação dos fazeres em gastronomia. Ainda, explicações sobre componentes e ingredientes utilizados na composição de alimentos. Avaliações, comparações e explicações sobre os diversos processos utilizados na cocção, conservação e tecnologia culinária. Tudo sob o ponto de vista científico sem características de livro técnico ou científico. Nele encontramos até receitas curiosas, como Bolo do Diabo em Forminhas; Gelatina de Champanhe; além de outras, o famoso Gravlax, que corresponde ao peixe curado escandinavo ou salmão enterrado. Depois da leitura, entendi o comentário da Cris ao entregar este belo presente: “... este livro não é só teu, eu também quero usá-lo”. Com certeza, é uma obra para todos aqueles que gostam de fazer ou apreciar um bom prato e em especial compartilhar o momento.
Martin Sander, Prof. da Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde da Unisinos.