Edição 284 | 01 Dezembro 2008

Perfil Popular - Jane Lúcia Alves do Couto

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Bruna Quadros

A paranaense Jane Lúcia Alves do Couto é quem conta a sua trajetória de vida nesta semana, à revista IHU On-Line. Ela, que trabalha na secretaria do Centro de Formação Urbano Rural Irmão Araújo (Cefuria), uma instituição com sede no Paraná que atua nas áreas social e política, além da economia solidária, conversou por telefone com a equipe na última semana, durante uma paradinha no trabalho. Mesmo com a infância difícil, privada de luxos, Jane conseguiu vencer na vida, sendo uma pessoa simples e honesta. Acompanhe, a seguir, a história de Jane:

“Mesmo com a vida difícil, meus pais me ensinaram a sempre ser sincera, procurar sempre ser uma pessoa certa.” Assim, Jane Lúcia Alves do Couto começa a contar a sua trajetória de vida. Ela, que é natural de Curitiba, no Paraná, onde mora até hoje, teve uma infância difícil, privada de regalias. “Meu pai trabalhava em uma fábrica de madeiras e minha mãe era auxiliar de produção em uma empresa de telefonia. Eles sempre pagaram aluguel. Meu pai só conseguiu comprar uma casa, quando eu já estava com sete anos de idade. Não tínhamos luxo, apenas o essencial para viver.”

Mesmo assim, Jane não deixou de aproveitar o seu tempo de criança. “Gostava de jogar bolita, jogar bola e pular corda.” Aos 13 anos de idade, a mais velha dos três irmãos precisou deixar a infância de lado. “Comecei a trabalhar cedo para ajudar em casa.” Foi com o primeiro emprego, de babá, que ela comprava roupas para ela e para os irmãos, o que ela considera como um peso a menos para os seus pais.

Jane afirma que não gostava muito de estudar. Por isso, cursou até o primeiro ano do ensino médio. “Depois parei, porque casei e tive o meu filho. Não tinha mais tempo para estudar.” Aos 33 anos, Jane já teve diversas atividades profissionais. Trabalhou como auxiliar de produção, auxiliar de cozinha e em uma gráfica. Há nove anos, ela é uma das funcionárias do Centro de Formação Urbano Rural Irmão Araújo (Cefuria), uma instituição com sede no Paraná que atua nas áreas social e política, além da economia solidária. “Comecei como auxiliar de limpeza. Há três anos, estou na recepção, atendendo ao telefone e na videoteca popular.” Segundo Jane, quem mais procura os vídeos são professores e estudantes. “Gosto muito de trabalhar no Cefúria, onde abri mais a minha cabeça e me soltei mais. Eu não era de conversar, de expressar os meus sentimentos. Aprendi bastante aqui.”

Casada desde os 16 anos com o metalúrgico Simão, Jane tem um filho, o Wesley, que está com de 15 anos. “Minha família é tudo. Gosto de ser dona-de-casa, de cuidar do meu marido e do meu filho. Gosto muito da minha vida de casada.” Jane conta que, quando era solteira, não saia muito, porque seu pai era muito rígido. O que fez falta na juventude, agora, é compensado em família. “A gente gosta muito de assistir a filmes juntos, aos finais de semana.” Os filmes românticos e dramáticos são os que mais prendem a atenção de Jane, assim como À Espera de um milagre.

Religião
“Sou católica, fui catequista, quando era adolescente, mas não estou indo muito à Igreja”, destaca Jane sobre a sua religiosidade. Religião é tudo, na opinião de Jane. “Temos que estar sempre com Deus, porque sem Ele não somos nada.”

Visão política
Para Jane, na política há muito conflito entre os próprios governantes. “Com isso, o povo fica perdido, sem saber o que fazer.” Jane afirma que não gosta de acompanhar os acontecimentos políticos. No entanto, arrisca uma solução para o país. “É preciso um investimento melhor em educação e saúde, porque, sem saúde, o povo não vai para frente.”

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