Edição 283 | 24 Novembro 2008

Antonio Candido e a crítica cultural contemporânea

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André Dick e Márcia Junges

Mesmo não sendo reconhecida diversas vezes, há uma dívida à crítica cultural contemporânea traçada por Antonio Candido, analisa Célia Pedrosa. Para esse autor, pobreza e atraso de nossas instituições impediram pensamento científico organizado

“Acredito que muito de nossa crítica cultural contemporânea, fundada na desestabilização simultânea do universal e do nacional, e dos dispositivos historicistas de originalidade e influência, devem muito a Antonio Candido, embora raramente explicitem essa dívida”, disse a crítica literária Celia Pedrosa, em entrevista exclusiva, por e-mail, à IHU On-Line. Segundo ela, Candido nos “ensina uma rara lição, a lição do que se pode extrair da ousadia de estar atento ao inusitado e aberto ao reconhecimento da dúvida - ao contrário de uma grande maioria de críticos – inclusive dos que o reclamam como mestre - que, diante da diferença e do desafio, optam pelo dogmatismo da recusa e da desqualificação”.

Graduada em Português-Literatura pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Pedrosa é mestre e doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) com a tese Antonio Candido: a palavra empenhada (São Paulo/Niterói: EDUSP/EDUFF, 1995). Cursou pós-doutorado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em Portugal. É organizadora de, entre outros, de Crítica e valor (Rio de Janeiro: 7Letras, 2008). Atualmente, é professora de Literatura Brasileira e Teoria da Literatura e Coordenadora da Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal Fluminense.

IHU On-Line - O que torna Antonio Candido um nome referencial tanto para a sociologia quanto para a literatura no Brasil?

Célia Pedrosa - Sua pergunta já está apontando para uma das principais características da atividade intelectual de Antonio Candido, razão, sem dúvida, de sua importância para a reflexão crítica sobre a cultura brasileira. Essa característica é justamente o esforço em pensar articuladamente a produção literária e seu contexto sócio-histórico, de um modo dialético, como ele mesmo o considera. Dialético porque não sociologicamente mecanicista ou determinista, por um lado, nem esteticamente solipsista, por outro, ao contrário do acontecia na época em que começa a ensinar e a escrever.

No ensaio "Crítica e sociologia", ele nos apresenta muito simples e claramente essa perspectiva, ao ressaltar que “toda mimese é uma forma de poiese”, e que se deve portanto estar atento ao processo pelo qual elementos externos, contextuais, se transformam em elementos internos, estruturais, da obra literária. Nesse sentido, e paradoxalmente, quanto mais atento à estruturação formal da obra, e às particularidades de determinado autor, por exemplo, mais condições têm o leitor e o crítico de perceber seu valor social e histórico.

Um bom exemplo dessa metodologia de leitura pode ser encontrado no já clássico ensaio "Dialética da malandragem", que Candido dedica ao romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida.  Aí, ele vai nos mostrar que esse texto é profundamente realista justo na medida em que trai o modelo oitocentista de realismo costumbrista e naturalista. Pois em sua estruturação identifica como dado fundamental precisamente a lacuna quanto a determinadas informações sobre as personagens e seu contexto sócio-histórico. Por meio dessa lacuna, segundo ele, as Memórias figurariam um modo de funcionamento desse contexto que só bem mais tarde vai ser identificado e compreendido pela sociologia - a personagem principal, nomeada por Candido como malandra, representando então a existência anômica do  “homem livre na ordem escravocrata”  do Brasil do século XIX.

IHU On-Line - Na Formação da Literatura Brasileira, Candido tenta revelar os autores que fundaram o que seria uma literatura brasileira. Há algo de nacionalista nesta atitude, ou ele continua sendo um autor que privilegia sobretudo a universalidade de autores e obras?

Célia Pedrosa - O nacionalismo foi muito importante para nossa formação cultural, como tem sido sempre em sociedades submetidas à violência da colonização.  Atento a esse dado, Candido vai considerar nossa produção literária enquanto movida pela vontade de fazer literatura brasileira e contribuir para a construção de uma identidade nacional – identidade que, desse modo, perde toda naturalidade. Isso significa reconhecer o nacionalismo como ideologia e motor afetivo e político no qual ressaltam tanto aspectos positivos quanto negativos, pois, conforme ele nos lembra sempre em seus textos, “a contradição é o nervo da vida”. Dentre essas contradições, estão, por um lado, a que decorre do fato de que muito da inspiração e das formas de nacionalismo artístico aqui desenvolvidas  são fornecidas pelas culturas colonizadoras – como, aliás, a própria idéia de Estado-nação, postulada pelo iluminismo revolucionário francês, ou a concepção rousseauniana do “bom selvagem”, ou ainda a visão de Chateubriand  sobre as relações entre a natureza e a outridade americanas; e, por outro, a de que esse nacionalismo se tornaria mais  produtivamente artístico se, embora alimentado das particularidades locais, fosse também enriquecido por valores e procedimentos mais universalizantes, evitanto o simplismo exotizante e tipificador. Nesse sentido, podemos considerar que Antonio Candido atualiza uma compreensão antropofágica de nossa nacionalidade cultural e literária, lembrando que a antropofagia vai ser, ao longo do século XX, solicitada como móvel de diferentes tendências críticas e artísticas de viés polêmico e desestabilizante. Lembraria a esse respeito, por um lado, a estética tropicalista e, por outro, a  reivindivicação do entre-lugar latino-americano colocada por Silviano Santiago.

IHU On-Line - Na sua opinião, a linha ensaística de Candido tem influências claras de quais autores ou movimentos de teoria literária? E o que ela apresenta de mais importante para o leitor compreender a cultura brasileira?

Célia Pedrosa - Acho que a opção ensaística de Candido se fundamenta, antes de mais nada, não em autores e movimentos específicos, mas na importância por ele  atribuída ao ensaísmo como forma de reflexão e escritura intrinsecamente ligada a nossa história sócio-cultural. Segundo ele, em decorrência da pobreza e do atraso de nossas instituições, não tivemos logo condições de desenvolver e consolidar um pensamento científico organizado, com disciplinas e pesquisadores  autônomos. Nossos poucos intelectuais tiveram, ao longo do período de colonização, quase sempre que acumular as funções de artista, político e pensador. Veja o caso dos árcades mineiros, de José de Alencar, dentre tantos outros. Nessa deficiência, cujos efeitos até hoje se prolongariam, Candido dialeticamente vai identificar uma vantagem: a origem de um hibridismo flexível e imaginoso, em que observação e imaginação se associam, aproximando diferentes formas de saber e explicitando a força subjetiva que as move. Gilberto Freyre,  Sérgio Milliet  e Sérgio Buarque de Holanda  seriam exemplos mais modernos da produtividade desse tipo de escrita, em que a indisciplina face a  pressupostos e métodos convencionais das ciências produz resultados ainda hoje instigantes no que diz respeito tanto às possibilidades destas quanto ao conhecimento de nossas especificidades.

Essa indisciplina pode ser identificada como móvel de seu discurso crítico, justamente na medida em que ele, como vimos, é marcado pelo esforço de articular dialeticamente procedimentos e discursos diversos, convencionalmente compreendidos como antagônicos, como nos casos já referidos de articulação entre o literário e o sócio-histórico, entre o individual e o coletivo, entre o nacional e o universal.  Esse esforço se demanda, por um lado, necessariamente, ousadia face aos parâmetros convencionais de conhecimento científico, só se torna produtivo na medida em que é fundamentado no cuidado com que lê e avalia as mais diversas tendências  teórico-críticas, em seus  aspectos positivos e negativos.

Em relação a estas, e tomando como referência o campo dos estudos literários a partir dos anos 40 do século XX, Candido tenta integrar as demandas da perspectiva sociológica de um Georg Lukács  ao textualismo do New Criticism, enriquecido pelas reflexões formalistas e estruturalistas. Isso sem deixar de estar atento às lições ensinadas pela crítica não acadêmica, impressionista, de um Álvaro Lins,  por exemplo, com quem ele aprende a importância da sensibilidade para a avaliação das peculiaridades estilísticas de cada obra e/ou autor e do desafio que estas podem representar para o pensamento fundado na coerência de determinadas teorias sobre o literário e sua função.

IHU On-Line - Há textos referenciais de Candido para o estudo da literatura brasileira, como "Literatura e subdesenvolvimento". Levando em consideração a reflexão de Octavio Paz  - de que conceitos como subdesenvolvimento nada têm a ver com literatura, e sim com a área econômica -, como enxerga essa idéia de que, para Candido, a literatura brasileira ou latino-americana ainda não possui uma originalidade própria das grandes literaturas?

Célia Pedrosa - A perspectiva crítica de Candido é sem dúvida marcada – e não poderia ser de outro modo – por conceitos e valores hoje bastante questionados, como os de originalidade e exemplaridade estética e política de  obras canônicas. Seus modelos, nesse sentido, são, é claro, os grandes autores e obras da tradição européia.  No entanto, acho que ele, por força de seu interesse sociológico, vai atribuir à nossa produção literária uma importância decorrente de sua capacidade de colaborar na construção de um sistema cultural em que a interação de autores, obras e público em torno de valores estéticos e políticos específicos de nossa sociedade são mais relevantes que a sua adequação mecânica a um cânone universalista. Por outro lado, essa importância é avaliada de modo dialético, na medida em que não deixa de apontar os efeitos negativos dessa funcionalidade, quando ela é transformada em sinônimo de localismo e nacionalismo, do mesmo modo como a mera submissão ao cânone europeu será considerada mais um índice de subdesenvolvimento, semelhante, embora diverso, às formas ufanistas de afirmação da diferença.

Resumindo: Candido trabalha com pressupostos estéticos e históricos bem convencionais, se vistos com olhos de hoje. Mas é marcado pela necessidade, já apontada, de aproximar dialeticamente o que em princípio é dado como antagônico e de perceber efeitos contraditórios em toda forma ou idéia uniformes. Esta necessidade se manifesta tanto face às especificidades das diferentes situações sócio-históricas quanto face às especificidades de diferentes manifestações artísticas e literárias. Disso resulta uma forma instigante de lidar com a relação entre dominadores e dominados, criadores e emuladores, universais e particulares, em que se, por um lado, se reconhece a inevitabilidade da dominação econômica e, conseqüentemente, cultural, por outro se reconhece também a inevitabilidade de seus efeitos imprevistos – dinâmica que ele define como “o duplo gume” de nossa história literária.

Por isso, acredito que muito de nossa crítica cultural contemporânea, fundada na desestabilização simultânea do universal e do nacional, e dos dispositivos historicistas de originalidade e influência, devem muito a ele, embora raramente explicitem essa dívida.

IHU On-Line - Nos anos 1920, Candido era inserido no grupo de chato-boys, nome dado por Oswald de Andrade.  Esse mesmo crítico, no entanto, foi um dos que anteciparam o sucesso da própria obra de Oswald, de João Cabral,  de Clarice Lispector,  além de romances, como Grande sertão: veredas. Em que medida Candido pode ser visto como um antecipador, na posição de crítico?

Célia Pedrosa - Essa pergunta nos leva a uma retomada do que foi exposto na quarta pergunta. Contextualizando melhor, lembremos que Antonio Candido fez parte da primeira geração de críticos formados na universidade, com preocupação de pesquisa e sistematização teórico-metodológicas raras até então em nossa vida cultural. Mas, como vimos, ele soube utilizar a  formação acadêmica  para desenvolver a  capacidade  de  desestabilizar  a rigidez  dessa  mesma formação, paradoxalmente, como “aprendiz de feiticeiro” – imagem usada por ele para definir sua geração de chato-boys, sim, mas indisciplinados e polêmicos. Conforme ele mesmo nos informa, na universidade vai aprender tanto a importância da informação teórico-metodológica quanto a dos acontecimentos da vida cotidiana, entre os quais se alinham  os representados, para um crítico literário, pelo surgimento de  autores e obras desconhecidos, cuja leitura exige a flexibilização de procedimentos e valores já institucionalizados. Por isso, inclusive, junto com o magistério universitário, Candido vai valorizar a atividade de crítico jornalístico, obrigado a ler e opinar sobre tudo de novo que surgia. Por isso, vai conhecer e  acolher autores, como Cabral,   Clarice e Rosa,  discrepantes, quando de seu surgimento, do cânone moderno de nossa poesia e de nosso romance e da ênfase na perspectivação o nacional – neles identificando e valorizando, ao contrário, o construtivismo, a aboragem psicológica e o regionalismo universalizante, respectivamente.

Aliás, essa articulação de disciplina e flexibilidade aparece de modo ainda mais sugestivo quando motivada no crítico tanto pela atenção a um determinado contexto cultural quanto pelo reconhecimento de sua incapacidade de entendê-lo. No pequeno mas, nesse sentido, fundamental artigo "A literatura brasileira em 72", Candido reconhece a pluralidade de tendências artísticas dessa época, a discrepância que nelas se evidencia face aos parâmetros críticos modernos de inovação, originalidade e, no caso brasileiro, mobilização do nacional. Mas desse quadro ele vai derivar tanto a possibilidade de acontecimentos estéticos ainda inominados, quanto, em conseqüência, a autocrítica quanto às limitações de sua própria perspectiva, incapaz de avaliações definitivas desse processo.

Desse modo, ele nos ensina uma rara lição, a lição do que se pode extrair da ousadia de estar atento ao inusitado e aberto ao reconhecimento da dúvida - ao contrário de uma grande maioria de críticos – inclusive dos que o reclamam como mestre - que, diante da diferença e do desafio, optam pelo dogmatismo da recusa e da desqualificação.

IHU On-Line - Como um crítico de idéias firmes, Candido também tem alguns opositores referentes a algumas questões. Os principais talvez tenham sido Afrânio Coutinho  (em relação à Formação da Literatura Brasileira) e Haroldo de Campos  (que critica a ausência do barroco na mesma Formação). Quais idéias de Candido podemos ver como extremamente polêmicas?

Célia Pedrosa - Antes de mais nada, todo pensamento realmente crítico é polêmico, na medida em que coloca em crise, desestabiliza convenções e expectativas. No caso de Candido, esse efeito é provocado por sua perspectiva historiográfica que, como vimos, solicita  a nacionalidade, mas não como fato ou verdade apriorísticos, mas como valor ideológico, contraditório, tecido com elementos da outridade que se propunha a excluir. Por isso, ele não considera brasileiras as obras escritas no período barroco, já que não podia ser identificada, então, uma motivação nativista ou nacionalista, apesar de terem nascido aqui, ou aqui viverem seus autores.

Vista de hoje, aliás, a questão do barroco pode ser considerada um instigante cronotopo que funciona de modo desestabilizador em diferentes discursos da e sobre a modernidade. Lembremos, a esse respeito, as reflexões de Walter Benjamin  sobre o drama barroco alemão, e, partir dele, sobre as relações entre modernidade, alegoria, melancolia e fragmentação.  Lembremos, ainda, como a noção de neo-barroco vai ser importante para a compreensão de uma pós-modernidade artística que, na verdade, prefiro considerar um retorno diferido, perlaborado (como considera Jean-François Lyotard ) das origens mesmas da modernidade.

Não por acaso, portanto, Candido vai excluir, é certo, o barroco de nossa formação literária; mas o exclui de uma certa compreensão sistêmica e evolutiva de literatura. Parece-me que Haroldo de Campos, ao reivindicar sua inclusão, o faz de modo a com ela legitimar uma outra mas semelhante concepção sistêmica de literatura, fundada em uma outra forma de articulação do  particular /nacionais ao  geral/universal.

Acredito que, se há problema, ele reside na concepção sistêmica e  uniformizante - evolutiva  ou sincrônica - que, nesse caso, afeta a ambos os antagonistas. No caso de Candido, a noção de sistema acaba por ser realmente funcional, apesar das restrições do autor ao funcionalismo, isto é, sustentada por relações homológicas entre vida literária e atividade autoral, identificação formal e semântica da obra e identidade do público a que ela se conformaria. Mas enquanto tal, e tendo em vista a tradição com que dialoga, ela adquire um duplo valor. Por um lado, implica no reconhecimento, por parte do historiador e crítico, dos condicionamentos a que está sujeita a produção artística, para além de toda idealização estética, implicando numa saudável problematização dos valores universalizantes de  excepcionalidade, bem como da naturalidade dos  valores particularistas  de nacionalidade.  Por outro lado, essa contextualização da atividade artística, ao mesmo tempo em que explicita sua dependência de valores e procedimentos hegemônicos, torna-se deles devedora, impossibilitada de pensar, em nome da própria consistência sistêmica, a produtividade disfuncional e, nesse sentido, a existência, mesmo,  de discursos e práticas  minoritários, excepcionais, contra-hegemônicos.

Ressentimento

Acredito que a Formação da literatura brasileira se ressinta desse funcionalismo, ao mesmo tempo em que, justamente por causa dele, transforma as relações entre literatura, história e nacionalidade em problema, desestabilizando universalismos e particularismos institucionalizados. Nesse sentido, em suas limitações mesmo, ela dá a ver os caminhos divergentes a serem seguidos pelo pensamento crítico. Como já salientamos, essa divergência é incorporada, como insuficiência, pelo próprio crítico de Candido, que, em relação à literatura produzida nos anos 1970, não identifica as condições justificadoras de uma inserção funcional num sistema evolutivo do moderno-nacional, mas, por isso, ao invés de recusar-lhe valor, coloca em dúvida sua própria perspectiva.  Além disso, creio que no ensaísmo de Candido dedicado a leitura de obras e autores específicos, a preocupação com a funcionalidade sistêmica dá lugar a uma atenção à diferença que tem como efeito a provocação de toda possibilidade dogmática de definição de um sentido e uma função para a literatura. É o que ocorre, por exemplo, com suas leituras de Graciliano Ramos,  em que tanto a identificação dos bichos do subterrâneo quanto a do hibridismo entre ficção e confissão, convidam à subversão de parâmetros e fronteiras críticos fundamentais às definições hegemônicas de nosso sistema literário –  como as de realismo, regionalismo e nacionalismo -  subversão cujos efeitos podem ser associados às mais produtivas  questões contemporâneas, como aquelas que discutem as questões da autobiografia e da autoficção. 

IHU On-Line - Há algum ponto que não lhe foi questionado e gostaria de comentar?

Célia Pedrosa - Gostaria de lembrar aqui que um dos apesctos mais significativos do esforço de articular diversidades em Candido foi, para mim, a constância e a coerência com que ele tentou conciliar a autonomia da sensibilidade, da reflexão e a compreensão política do significado de ser indivíduo, professor, leitor - tentativa exercitada na leitura ao mesmo tempo estética e sociológica de cada obra literária, na prática ao mesmo tempo acadêmica, sindical e partidária do ser professor.

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