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Bruna Quadros
“Meu pai, Luis Gabriel, trabalhava no escritório de uma indústria. Minha mãe, Maria de Lurdes, era enfermeira.” Assim, Inês começa a contar a sua trajetória de vida. Ela, que é a filha mais velha entre outras três irmãs, aos nove anos de idade, teve uma grande perda. Sua mãe faleceu, vítima de câncer. “A maior tristeza da minha vida.” Mesmo com este sofrimento, Inês conseguiu aproveitar a infância. “Lembro de brincar de casinha, fazer comidinha e teatrinhos.” Com a morte de sua mãe, ficou para o pai de Inês a responsabilidade de criar as filhas. Foi com ele que Inês aprendeu a ter responsabilidade, amor ao próximo e a ser honesta.
Inês conta que morou em Jaguaraiva até os 12 anos de idade. “De lá, fomos para Telêmaco Borba, também no Paraná. Depois que minha mãe faleceu, meu pai acabou saindo da empresa onde ele trabalhava e queria trabalhar por conta própria. Então, ele comprou uma lanchonete lá.” Inês teve como estudar até o Ensino Médio. Não deu continuidade aos estudos, porque não tinha condições financeiras. “Para mim, o estudo é fundamental para educação, sabedoria. É importante para tudo.”
Aos 17 anos, Inês teve seu primeiro emprego, numa empresa de representações de fitas. Depois disso, fez concurso para o Banco do Estado, onde ingressou em 1978. Há 30 anos, Inês mora em Curitiba. Atualmente, Inês é aposentada, mas nem por isso parou de trabalhar. “Faço trabalhos voluntários para a comunidade e trabalho em uma padaria comunitária, vinculada ao Cefuria. Já estou nesta atividade há três anos. Atualmente, são três pessoas trabalhando na padaria, que funciona na comunidade São Sebastião.” Inês relata que decidiu atuar junto à comunidade, porque sempre gostou de ajudar as pessoas. “Meu grande sonho é poder ajudar as pessoas mais necessitadas, em termos de saúde, de alimentação saudável e moradia.”
Há cinco anos, Inês trabalha como tesoureira na associação de moradores da Vila Vitória, em Curitiba. Muitas pessoas da comunidade têm problemas, como depressão. “Para mim, este trabalho é muito importante, porque estou ajudando a outras pessoas. Eu não pararia com este trabalho, porque é muito gratificante ver as pessoas felizes, ver que fiz alguma coisa para ajudar.”
Inês é casada há 24 anos. Os filhos, Bruno Felipe, e Isabele, 17 a 21 anos, são suas maiores alegrias. “Orgulho-me do meu filho, que abriu a sua estofaria. Vejo que ele é muito responsável, porque aos 21 anos teve essa iniciativa. Estes valores vêm da família, da maneira como a gente o educou. Minha filha está concluindo o segundo grau e já pensa na faculdade que vai fazer.” Inês destaca que aprendeu com os pais que o casamento é uma vez só. “Eu também dou curso de noivos e sempre falo para eles que não puderam escolher o pai e a mãe, mas o companheiro tem que ser especial.”
Seguidora da religião católica, Inês destaca que quem não tem fé não tem os pés no chão. Ela demonstra que tem os pés no chão, também, quando o assunto é política. “Nesta época de eleições, o povo acha que todos são bonzinhos. É aí que está o erro. As pessoas estão sem esperança, votam no primeiro que chega e oferece alguma coisa em troca do voto. O povo precisa entender mais o que é a política em si, mudar a própria consciência.”