Edição 271 | 01 Setembro 2008

Novas visões na fé não podem ser invenções individuais

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

Graziela Wolfart e Márcia Junges

Para Dom Sebastião Gameleira, bispo da Diocese Anglicana do Recife, a totalidade da Igreja só se dá na comunhão de todas as Igrejas. “Pura autonomia é pecado”, pois temos de estar em aliança uns com os outros

Convidado a refletir sobre as repercussões da Conferência de Lambeth para a Igreja Anglicana e para a Igreja Cristã de forma geral, Dom Sebastião Armando Gameleira Soares, bispo da Diocese Anglicana do Recife, fez mais. Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, ele subsidia a discussão com uma explicação mais aprofundada sobre o cenário da Igreja Anglicana.

Dom Sebastião explica que a Comunhão Anglicana se caracteriza estruturalmente por algumas tensões permanentes as quais “são muito positivas e fecundas e, ao mesmo tempo, envolvem riscos”. Para ele, “isso nos leva a insistir na necessidade de ser uma Igreja intensamente orante, com profunda abertura ao diálogo e radicalmente confiante no Espírito Santo, uma Igreja da pedagogia da Graça e não da imposição da Lei, onde as pessoas se sintam chamadas a viver a santidade na liberdade”. Sobre a Conferência de Lambeth, Dom Sebastião aponta como um grande avanço a possibilidade de uma atenta escuta recíproca e que “nos fez conhecer melhor as razões que nos movem no debate”. Ele menciona o conflito sobre a ordenação de homossexuais e acredita que, mesmo sem superá-lo imediatamente, “saímos todos com um intenso desejo de que a Igreja se mantenha una, apesar da diversidade e das presentes adversidades”. E explica: “Não se trata só de acolher ou não homossexuais, mas de fazê-lo de maneira aberta e pública, como ‘política’ institucional da Igreja”.

Casado e pai de três filhas e um filho, Dom Sebastião Gameleira é mestre em Filosofia, Teologia e Exegese Bíblica, e especialista em Sociologia e bacharel em Direito. Foi professor do Instituto de Teologia do Recife - ITER, de 1973 a 1989, assessor do Centro de Estudos Bíblicos – CEBI e bispo da Diocese Anglicana de Pelotas-RS, de 2000 a 2006. Desde 2006, é bispo diocesano da Diocese Anglicana do Recife, que abrange os nove estados do Nordeste.

IHU On-Line - O senhor pode falar sobre a estrutura da Igreja Anglicana hoje, de forma geral, para entendermos sua situação atual?

Sebastião Gameleira Soares - O cristianismo chegou às ilhas britânicas entre os séculos II e III d.C. Formou-se entre os povos celtas uma Igreja bastante autônoma e inculturada, pela própria situação de ilhas. Invasões de vikings e de anglo-saxões devastaram os povos locais e sua Igreja. No século VI, o papa Gregório Magno envia Agostinho e um grupo de monges para evangelizar e reorganizar a Igreja. Com isso, fortalece-se o vínculo com Roma, e Santo Agostinho  é considerado o primeiro arcebispo de Cantuária. Na verdade, porém, as relações com Roma nunca foram inteiramente tranqüilas, até que a Inglaterra adere à Reforma. A Reforma, além de movimento religioso, foi um novo ordenamento econômico e político da Europa, com a quebra do Império e o surgimento de Estados nacionais (Alemanha, Suíça, Inglaterra). Igrejas “nacionais” eram a legitimação desse processo nacionalista. A reforma inglesa, porém, não foi acentuadamente doutrinal, como no Continente, mas, sobretudo, política (ruptura com o poder do Papa) e litúrgica (a complicada liturgia medieval substituída pelo Livro de Oração Comum). O conflito de Henrique VIII  com o Papa foi só a gota d’água de processo muito mais profundo.

“Via media”: Igreja Católica aberta a conquistas da Reforma

A ruptura com Roma situa a Inglaterra no campo da Reforma e abre à influência particularmente da Suíça calvinista (presbiteriana). O século XVII foi de intenso e sangrento conflito entre a tendência católica e a protestante. Isabel I  teve a sabedoria de perceber que a Igreja era decisiva para a unidade e pacificação do reino. Por isso, promoveu o que depois ficou conhecido como “via media”: Igreja Católica aberta a conquistas da Reforma. Surge, assim, uma forma de Igreja onde Catolicismo e Protestantismo não são vistos como contraditórios, mas complementares, e por isso virtualmente ecumênica; Bíblia e liturgia na língua e nas mãos do povo; valorização do “sacerdócio comum dos fiéis” com a manutenção das ordens sagradas e dos sacramentos; liberdade para o casamento do clero; liderança episcopal combinada com maior participação do laicato; afirmação da legitimidade da Igreja local (“Igreja da Inglaterra” e “inculturada”). Essa Igreja “inglesa” foi levada às colônias pelo Império Britânico e pelo movimento missionário. À medida que as Igrejas locais vão adquirindo autonomia, nasce a Comunhão Anglicana, que é uma união de Igrejas autônomas, todas em comunhão com a Sé de Cantuária. O Arcebispo de Cantuária  é o símbolo da unidade da Igreja, tem autoridade moral (não poder jurídico) e a tarefa pastoral de apoio, articulação e representação do conjunto da Comunhão.

IHU On-Line - Como se organiza a Igreja e como se dá o processo de decisão em sua estrutura?

Sebastião Gameleira Soares - A Igreja local é a diocese e é autônoma. As dioceses se articulam regionalmente em províncias. Regem-se por suas próprias leis em consonância com as leis da província. A autoridade maior são o sínodo diocesano e o sínodo provincial. Aí estão presentes os bispos e representações do clero e do laicato. A autoridade não se concentra, falamos de “autoridade dispersa e compartilhada”. Para a fé e a prática, a Bíblia é a suprema norma de autoridade. Deve ser lida à luz da Tradição da Igreja, com os recursos da Razão (ciências) e da Experiência de vida, com confiança na guia do Espírito Santo. A fonte de autoridade, portanto, é aquilo que a tradição católica chama de “sensus fidelium”, ou o consenso do povo cristão. A síntese do que se deve crer se acha no Credo Niceno.  Portanto, diz-se que, para a unidade da Igreja, é preciso sustentar um “Quadrilátero”: a Bíblia, como norma suprema de fé e prática; os Credos históricos da Igreja, como síntese da doutrina contida nas Escrituras; os Sacramentos, como expressão e meios de graça, particularmente os Sacramentos da Iniciação Cristã, Batismo e Eucaristia; e o Episcopado histórico como expressão do ministério apostólico de supervisão.

Instrumentos de unidade

Como disse acima, não há concentração da autoridade numa única instância. O que temos são os chamados “Instrumentos de Unidade”: o Arcebispo de Cantuária, Primaz de toda a Comunhão Anglicana e símbolo máximo da unidade da Igreja; a Conferência de Lambeth, que reúne todo o episcopado de dez em dez anos; o Encontro periódico de Primazes; e o Conselho Consultivo Anglicano, formado por representações das províncias (bispos, clérigos e leigos).

O processo de decisão, portanto, se dá nas dioceses e nas províncias. No nível internacional, além dos “Instrumentos de Unidade”, o que há são redes de articulação, ordens religiosas, instâncias de apoio e agências diversas, entre elas as agências missionárias. Tudo isso é muito importante para fomentar o mútuo conhecimento, a partilha de pontos de vista, o diálogo, o debate e, finalmente, a consolidação do “sensus fidelium”. Mas é nas Igrejas locais (dioceses e províncias regionais) que se pode chegar a decisões. Por isso, a Comunhão Anglicana se caracteriza estruturalmente por algumas tensões permanentes as quais são muito positivas e fecundas e, ao mesmo tempo, envolvem riscos. Isso nos leva a insistir na necessidade de ser uma Igreja intensamente orante, com profunda abertura ao diálogo e radicalmente confiante no Espírito Santo, uma Igreja da pedagogia da Graça e não da imposição da Lei, onde as pessoas se sintam chamadas a viver a santidade na liberdade. Algumas dessas tensões são as seguintes: entre Catolicismo e Protestantismo, autoridade episcopal e iniciativa popular, obediência e liberdade, autonomia e interdependência, unidade e diversidade.

IHU On-Line - Quais os principais avanços trazidos nas discussões da Conferência de Lambeth?

Sebastião Gameleira Soares - A Conferência de Lambeth tem aspectos de um “concílio mundial” do Anglicanismo, pois, a cada dez anos, reúne bispos e bispas, que são guardiães da fé e representantes de suas Igrejas. É espaço de diálogo para testar e compartilhar o consenso das Igrejas, especialmente em relação a pontos em debate. Não tem nenhuma autoridade jurídica para decidir, pois quem decide são as dioceses e províncias locais, mas existe uma grande autoridade moral para propor e recomendar. E, naturalmente, manifesta o consenso da Igreja ou aspectos em debate e até mesmo posições em conflito. É preciosa instância para indicar rumos da caminhada.

Igreja e os homossexuais

Como se sabe, tem havido intenso debate e conflito em torno da questão de qual atitude a Igreja deva tomar em relação a pessoas homossexuais. É um debate que nasce particularmente nos países do hemisfério norte, sociedades que já resolveram em grande parte seus problemas econômicos básicos. É bom lembrar que não se trata simplesmente de acolher ou não homossexuais, até de ordenar ou não homossexuais. Sabemos que em todos os ambientes e profissões há pessoas homossexuais, inclusive nas Igrejas e no clero. Ou seja, ao longo da história, a Igreja tem acolhido homossexuais e até os tem ordenado. Só que isso se faz discretamente. A Igreja Anglicana tem uma característica: o que chamamos de “senso da realidade” leva a trazer ao debate público o que outras instituições tratam silenciosamente ou “põem debaixo do tapete”, daí mais facilmente aparecer o conflito. Hoje, as pessoas homossexuais desejam não ser excluídas, mas reconhecidas em sua condição sexual diferente.

Daí surge o problema, pois a Bíblia e a Tradição da Igreja têm palavras claras de condenação a essa condição de vida, sob o pressuposto de que se trate de “opção” livre (pecado) e não de “condição” em que se acha a pessoa.

A Conferência não resolveu o problema

Ou seja, não se trata só de acolher ou não homossexuais, mas de fazê-lo de maneira aberta e pública, como “política” institucional da Igreja. Quem defende isso o fará alegando razões de justiça e o princípio supremo do amor a todas as pessoas, qualquer que seja sua condição.

A Conferência não resolveu o problema. Seu método foi o de nos colocar juntos para orar e dialogar. Orar para que nosso debate seja “em Deus” e não movido por motivos menores; dialogar para livremente manifestar os vários pontos de vista e escutar atentamente as razões de quem discorda. Nisto, a Conferência foi um grande avanço, pois tornou possível uma atenta escuta recíproca e nos fez conhecer melhor as razões que nos movem no debate. Mesmo sem superar imediatamente o conflito, saímos todos com um intenso desejo de que a Igreja se mantenha una, apesar da diversidade e das presentes adversidades.

IHU On-Line - Que divergências permanecem abertas?

Sebastião Gameleira Soares - Não se chegou a nenhum acordo final. Vê-se mais claramente agora, porém, a necessidade de aprofundar a hermenêutica bíblica, pois é preciso discernir melhor o que é “revelação de Deus” e o que, eventualmente, é expressão cultural da época de escritura da Bíblia. É necessário ainda dar atenção aos elementos que nos possam vir das ciências humanas (Fisiologia, Psicologia...) na explicação da condição sexual de cada pessoa. Além disso, não podemos polarizar a discussão ética na sexualidade; é preciso alargar a discussão para os grandes problemas éticos da atualidade, como as questões da Justiça, da Vida e da relação entre dimensão pessoal e coletiva do ser humano. Ademais, a reflexão teológica nos deve ajudar a perceber melhor a relação e a distinção entre qual é o núcleo da prática da vida cristã (a condição de filiação divina) e a condição concreta de cada ser humano para viver aquela sublime vocação. Finalmente, somos chamados a aprofundar o conceito sociológico e teológico de “interdependência”. Para manter a Comunhão da Igreja, temos de manter igualmente as duas faces da medalha: autonomia e interdependência. Cada Igreja não é autônoma para decretar o que se deve crer e o que praticar; isso precisa estar fundado no “sensus fidelium”, e diz respeito ao conjunto da Igreja. Cada Igreja, por pequena que seja, é “toda” a Igreja (“Catholica”), mas não o é “totalmente”. A totalidade da Igreja só se dá na comunhão de todas as Igrejas. Pura autonomia é pecado, pois temos de estar submissos à soberania de Deus e de Sua Palavra, e em aliança (“mútua submissão”) uns com os outros.

IHU On-Line - Como a ordenação de mulheres ao sacerdócio e ao episcopado, e a ordenação de padres homossexuais repercute na Igreja Anglicana no Brasil?

Sebastião Gameleira Soares - A ordenação de mulheres foi um foco de tensão há muitos anos atrás no Anglicanismo mundial. Ainda hoje há províncias que não ordenam mulheres ou só as ordenam ao diaconato. No Brasil, nunca se chegou a conflito por isso e as mulheres já se ordenam há mais de vinte anos e são bem recebidas nas comunidades. Na América Afrolatíndia (América Latina e Caribe), temos agora a primeira mulher bispa, a auxiliar de Cuba . Quanto a homossexuais, sabemos que os há também em nosso clero, como em todas as Igrejas e profissões. No entanto, não temos questões como a de “política institucional”, diferentemente do que se pensa em alguns países do Norte.

IHU On-Line - Representantes da Igreja Anglicana afirmam que se trata de uma questão hermenêutica e, portanto, relativa, o fato de se condenar o homossexualismo como pecado com base na Bíblia. O senhor concorda? Por quê?

Sebastião Gameleira Soares - Dizer que é uma “questão hermenêutica” significa dizer que depende de como se interprete a Bíblia, não que seja necessariamente uma questão relativa. Ou seja, é preciso perceber com mais clareza como se deve interpretar a Bíblia, pois nela há o núcleo da revelação divina permanente e a marca humana do tempo, da cultura, em que foi percebida e transmitida essa revelação. Há perguntas de hoje que a letra da Bíblia e a Tradição não podem responder, pois não eram perguntas postas no passado. Mas, para resolver as questões de hoje, precisamos, isto sim, nos orientar pelos critérios que a Bíblia e a Tradição nos comunicam. Aí está a dificuldade: quais os critérios bíblicos para julgar certas situações críticas de hoje. Esse tem de ser o esforço teológico da Igreja e isso não se dá facilmente, nem rapidamente, pois é preciso que amadureça o “sensus fidelium”, mediante o diálogo e o conflito sob a guia do Espírito Santo. Pois novas visões na fé não podem ser invenções individuais. Não se trata de “adaptar” o Evangelho à mentalidade da época, mas perceber o que Deus nos quer dizer “em cada época”, em continuidade com a Tradição fundamental da fé. Foi assim que a Igreja refletiu, por exemplo, em relação ao divórcio.

IHU On-Line - Qual a fundamentação teológica para alicerçar a ordenação de mulheres e homossexuais?

Sebastião Gameleira Soares - Na verdade, a ordenação de homossexuais não é um problema teológico. Pode ser um problema ético e será sempre, como a ordenação de qualquer pessoa, uma questão pastoral de discernimento de vocação e capacidade para o exercício do ministério. De fato, as Igrejas, ao longo da história, têm ordenado pessoas homossexuais. Quanto às mulheres, há a longa tradição bíblica e eclesial de só ordenar homens. De novo, trata-se de questão hermenêutica. É da natureza da revelação divina a exclusão de mulheres ou isso dependeu da multissecular cultura patriarcal? Uma comissão de biblistas e teólogos, nomeados por Paulo VI,  respondeu a essa questão dizendo não haver nas Escrituras e na Tradição nenhum argumento decisivo para que se excluam as mulheres, como questão dogmaticamente fechada. Entendemos, segundo Gálatas 3, 28, que “somos uma só coisa em Jesus Cristo”. 

IHU On-Line - Qual a sua impressão a respeito da ausência dos 230 bispos apontados como conservadores, na Conferência de Lambeth? O que essa atitude revela sobre os rumos da Igreja Anglicana?

Sebastião Gameleira Soares - Na Conferência, éramos 650 bispos, de todas as tendências. Assim, a questão de fundo não é a do conflito entre progressistas e conservadores, mas a atitude não anglicana de se fechar ao diálogo e pretender impor a toda a Igreja o próprio ponto de vista. Esse já não é o nível do debate doutrinal e teológico, mas o de projetos de poder e de controle do conjunto da Igreja por parte de determinados grupos e seus interesses. Como isso se desenvolverá, ainda não o sabemos. Por enquanto ainda há pontes de ligação.

IHU On-Line – Que outros temas a Igreja deveria discutir mais?

Sebastião Gameleira Soares - Em todo esse debate, ficam no ar para muitas pessoas algumas perguntas. Para além das questões hermenêuticas (interpretação da mensagem bíblica) e eclesiológicas (autonomia e interdependência das Igrejas; projetos de poder e de imposição do próprio ponto de vista), não seria importante, com a mesma veemência com que se debate sobre ética sexual, debater e combater a injustiça, a fome, a violência, a corrupção? Por que essas questões não têm o mesmo poder de mobilização dos grupos de Igreja, como o têm as questões de sexualidade? Não se faz necessária uma reflexão mais profunda sobre a fé cristã e normas e costumes morais? Da fé no Evangelho decorrem necessariamente determinados costumes? É tarefa do Cristianismo declarar a Lei para regular o comportamento humano, ou testemunhar a Graça em qualquer situação? Mesmo que julguemos certas condutas como desejáveis ou até mesmo mais correspondentes às estruturas da Natureza, nossa missão em Cristo é fixar fronteiras a partir dos critérios de “normalidade”, ou acolher todas as pessoas como filhas de Deus? A experiência “mística” da filiação divina se traduz necessariamente naqueles comportamentos tidos como “desejáveis” na sociedade? São perguntas que nos devem provocar a refletir, para que amadureça o “sensus fidelium” na direção que o Espírito queira indicar à Igreja.   

Para saber mais...

Conferência de Lambeth: assembléia dos bispos da Igreja Anglicana, que acontece de dez em dez anos. A primeira aconteceu em 1867, e a 14ª iniciou em 16 de julho e terminou em 3 de agosto de 2008 no campus da Universidade de Kent, na Cantuária, Inglaterra. Esta Conferência é um dos quatro instrumentos de governo e entendimento democrático dentro da Comunhão Anglicana. Os demais instrumentos são o Arcebispo da Cantuária, o Conselho Consultivo Anglicano e a Reunião dos Primazes. A conferência se realizou num momento delicado para a Igreja Anglicana, que se encontra dividida por causa de algumas recentes decisões. Duzentos e cinqüenta bispos anglicanos conservadores não participam da Conferência de Lambeth. Eles pedem o restabelecimento da linha tradicional, em contraposição à linha episcopaliana estadunidense, que aprovou a ordenação episcopal de um homossexual. Também a recente decisão do Sínodo realizado em York, na Inglaterra, de aprovar a ordenação episcopal de mulheres causou tensões entre os bispos anglicanos, o que provocou rumores de um cisma. O site do Instituto Humanitas Unisinos – IHU (www.unisinos.br/ihu) tem dado ampla repercussão ao tema. Para conferir maiores detalhes, acesse as Notícias do Dia e digite a palavra chave “Lambeth”. Confira, ainda, a entrevista “A Igreja não pode estar desconectada do mundo”, concedida pelo reverendo cônego Francisco de Assis da Silva, secretário-geral da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil à edição 270 da IHU On-Line, de 25-08-2008.

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição