Edição 259 | 26 Mai 2008

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“Estou lendo o livro As boas mulheres da China (São Paulo: Cia. das Letras, 2003, 281 p.), que traz um relato da autora Xinran sobre as histórias de suas ouvintes. Apresentadora de um programa de rádio na cidade de Nanquim entre 1989 e 1997, a jornalista colheu depoimentos que ajudam a compreender questões femininas que poucos, ainda hoje, ousam discutir em seu país. A obra fala sobre amor, religião, família, sexo e política. Conta a trajetória de mulheres marcadas pela violência, pelo desamparo e pela opressão durante os últimos 60 anos. Através de suas vivências, também se descobre como estas mulheres conseguem manter as esperanças e acreditar numa vida melhor apesar de suas tragédias pessoais. Xinran ajuda o leitor a compreender a cultura chinesa e desvendar a condição feminina na China moderna.”

Patrícia Weber - professora das disciplinas de Rádio do curso de Jornalismo da Unisinos, Mestre em Comunicação

“Quando um autor ganha o Nobel, além do prêmio, vem a visibilidade para quem não o conhecia. Assim encontro Orhan Pamuk com o livro Neve (São Paulo: Cia. das Letras, 2006, 487 p.). Um livro difícil de ser lido, não pela linguagem, mas em função da suas sombras, do lusco-fusco que o texto nos impõe. Grande parte da estória se passa em poucos dias, durante uma grande nevasca numa cidade do interior da Turquia, o que provoca o fechamento das estradas e cria as condições para uma sublevação; revolucionários que defendem a ocidentalização do povo. Durante a leitura, percebemos idéias velhas tornarem-se novas e as novas em velhas, heroísmo e canalhice convivendo na mesma personagem e, o mais interessante, a revolução se processando no palco de um teatro e televisionada para toda a cidade-estado. A neve é vista como uma cortina que abre e fecha a cena das contradições humanas, inclusive do autor, que emerge numa de suas personagens, escrevendo a sua própria história de amores inatingíveis, ideais políticos confusos e violência sem pudor. Um livro instigante e que deve ser lido com os olhos nos conflitos religiosos, políticos e psicológicos contemporâneos.”

Fábio Alexandre Moraes - coordenador do curso de Psicologia da Unisinos e mestre em Psicologia Social e Institucional, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

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