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Bruna Quadros
Origens – Toda a minha família é de Tubarão, em Santa Catarina. Tenho um irmão, que é quatro anos mais novo do que eu, que tenho 29. Meu pai tem formação em Metalurgia. Quando eu ainda era criança, surgiu uma vaga para ele trabalhar em Charqueadas. Nos mudamos. Quando tinha seis anos, a firma entrou em crise e demitiu os funcionários. O meu pai conseguiu uma vaga em uma metalúrgica de Gravataí. Desde então, moramos lá.
Infância – Minha infância foi em Gravataí. Eu brincava muito com os meus amigos, jogava futebol, brincava de esconder, de guerrinha, andava de bicicleta.
Valores – O que eles me ensinaram e que procuro seguir sempre é ser uma pessoa correta. Sou uma pessoa que não sabe mentir. Isso eu herdei dos meus pais, que prezam muito pela franqueza.
Estudos – Gostava de estudar, mas nunca fui um “Einstein”. Nunca tive reprovação. Gostava mais das matérias ligadas às humanas. Fiz o segundo grau técnico em eletrônica. Mas, até hoje, não consertei nada. Prestei vestibular na UFRGS e na Unisinos para Jornalismo, e passei na Unisinos. Desde a 6ª série, no colégio, tinha a inclinação pelo Jornalismo. Nesse período, fiz um jornalzinho para a turma, na máquina de escrever. A partir disso, passei a entender que eu gostava mesmo de jornalismo. Realmente, decidi quando fiz um curso de Page maker, um software especial para fazer jornais e revistas. Assim que eu terminei o curso, já apareceu uma vaga para trabalho, em Gravataí.
Graduação e experiências profissionais - Entrei na Unisinos em 1997 e me formei em 2001. Desde 1994, eu já trabalhava na área de computação gráfica e editoração. Sempre trabalhei em jornais de cidades do interior como diagramador. Já trabalhei em redações de jornal, como o jornal Correio de Gravataí, Jornal Daqui, Jornal de Cachoeirinha, e em gráfica. Durante o curso na Unisinos, tive a experiência de um ano de estágio na Rádio Gaúcha. Quando faltava um ano para eu me formar, a AgexCom abriu seleção para estagiários. Passei na seleção e fiquei como estagiário durante seis meses. No meio do ano 2000, surgiu a vaga para funcionário na AgexCom, na área de jornalismo. Participei da seleção e passei. Sou funcionário há oito anos.
Unisinos – Com as mudanças de currículo, a Unisinos está sempre procurando se atualizar, buscando atender às demandas do mercado de trabalho, para adaptar o curso. A Unisinos não deve nada, em termos de ensino, pelo menos no curso de Jornalismo, a nenhuma universidade, tanto que tem uma inserção muito forte dos alunos no mercado de trabalho. Na última seleção para o projeto Caras Novas, da RBS TV, dos 15 aprovados, quatro eram da Unisinos.
AgexCom – Trabalhar aqui na Agência é um prazer. Aqui, fazemos a orientação dos estagiários, nas funções pertinentes. Além da área de diagramação, apóio o professor responsável pela Área de Jornalismo, na parte de edição de textos e fotografia. É um trabalho prazeroso, porque a gente percebe que os alunos aprendem com o que a gente ensina. É uma semente que plantamos e vai ficar para o resto da vida na pessoa. São poucas as oportunidades que têm este retorno, esta satisfação, além do salário.
Família – Sou noivo e ainda não tenho filhos. Talvez, em breve, eu case. Mas ainda não tem data definida; somente planos.
Lazer – Eu gosto de jogar videogame. Também gosto de jogar cartas, ir ao cinema e de saídas gastronômicas. Em 2006, fiz co-direção de um curta-metragem, chamado O gabarito. É uma história para adolescentes. Se passa em um colégio e, num certo dia, um professor de matemática saiu da sala e deixou cair o gabarito da prova no chão. O dilema era devolver ou não para o professor.
Filme – A montanha dos sete abutres é um filme antigo, da década de 1950, mas me impressiona pela atualidade da mensagem. É a história de um jornalista muito antiético, que trabalhou na grande imprensa, mas, além de alcoólatra, fazia qualquer coisa para ter a notícia publicada, e acabou sendo demitido de um grande jornal. Foi para uma cidade do interior dos Estados Unidos, para trabalhar em um jornal pequeno e tentar voltar ao mercado de trabalho, aos grandes jornais. Depois de um ano, ele foi cobrir uma caça aos jacarés, parou em um posto de gasolina e descobriu que ali próximo uma pessoa estava soterrada, ainda viva, em um túnel de escavação. Ele percebeu que aquela seria a sua oportunidade. Com isso, ele montou um circo em cima do fato. A reportagem começou a ganhar destaque em todo o país, e as pessoas passaram a ir até o local para acompanhar o que estava acontecendo, como no caso da menina Isabella Nardoni, morta em São Paulo. Esse circo que a mídia monta já existia na década de 50, e acontece até hoje.
Livro – Capitães de areia, uma obra do Jorge Amado, que conta a história de meninos de rua, em Salvador, na Bahia. Gosto muito de ficção.
Política brasileira – É um assunto difícil. Não aprovo o sistema como ele é; essa forma de senadores e deputados representarem as pessoas. Tudo o que acontece em Brasília, de certa forma, é conseqüência desse sistema falho. Não há muito controle, e as pessoas ficam tentadas a cometer certos deslizes. Fico triste, porque são poucas as pessoas que lutam para mudar isso. As pessoas vão para o Congresso e Senado para se aproveitar. Parece que não há muita solução, não há o que fazer. As únicas pessoas que podem mudar são aquelas que estão lá. É muito desanimador.
Fé – Sou católico, mas não sou fanático nem praticante. Não costumo freqüentar a igreja e procuro fugir do mito criado em cima de Jesus. Acho que Jesus foi, na verdade, um grande marqueteiro. Soube se expressar muito bem e conquistar o público. Tenho dúvidas sobre muita coisa que falam, mas acredito em Deus e tenho fé.
Instituto Humanitas Unisinos – É muito interessante o trabalho desenvolvido. Poucos lugares têm um instituto voltado para o pensamento humano. Os cursos e seminários são muito pertinentes, porque fazem com que se chegue à raiz de problemas atuais.