Edição 252 | 31 Março 2008

Tropa de elite: uma mancha na farda da polícia brasileira

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Bruna Quadros

Corrupção, violação dos direitos humanos e tráfico de drogas retratam a realidade social do país, no filme de José Padilha

De um lado, o autoritarismo extremo do Batalhão de Operações Especiais da polícia (Bope), no Rio de Janeiro. Do outro, policiais que desvalorizam a sua profissão em um cenário que já não causa mais estranheza: o da corrupção. Os aspectos são, sim, contraditórios, uma vez que profissionais designados a zelar pela segurança de uma sociedade, acabam manchando a farda da polícia brasileira. Mais do que isso, violam cruelmente os direitos humanos.

Esta realidade obscura, que também carrega o peso do tráfico de drogas e da violência urbana, ganhou visibilidade, em 2007, no filme Tropa de elite. Inspirado no livro Elite da tropa, de André Batista, Rodrigo Pimentel e Luis Eduardo Soares. Lançado em 2007, o filme do diretor José Padilha fez sucesso antes mesmo de ganhar as telas do cinema. Conhecido, inicialmente, em cópias piratas, Tropa de elite atraiu 700 mil espectadores para as bilheterias, em apenas dez dias de exibição.

O enredo ganhou espaço na edição número 240 da revista IHU On-Line. No artigo “O Bope em ritmo de rock”, André Dick, doutor em Literatura Comparada e revisor das publicações do IHU, afirma que Tropa de elite, ao contrário do que muitos falam, não é um elogio à ação dos policiais do Bope do Rio de Janeiro. “Ele flagra uma determinada situação, uma maneira de agir de uma determinada polícia. No entanto, o filme procura encontrar um lado positivo no lado negativo dessa polícia, por mais que isso pareça paradoxal”, destaca Dick.

Mais do que a farda, a falta de ética da polícia mostrada no filme mancha a integridade dos cidadãos brasileiros, pois viola friamente os direitos humanos. Para Dick, Tropa de Elite quer revelar a realidade crua. “Em relação especificamente à violência – bem menor, por exemplo, do que a apresentada em Cidade de Deus -, o filme não revela mais do que o espectador que acompanha telejornais já imagina acontecer: agressões a ‘testemunhas’, tiros a esmo, violação dos direitos humanos, embora as ditas cenas de tortura devam, infelizmente, ser muito piores na realidade”, ressalta.

O filme será exibido no dia 05 de abril, das 08h30 às 11h45, integrando a programação do evento Páscoa 2008: um grito contra a violência, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU. A análise da obra será proferida pela Profa. Dra. Flávia Seligman, docente da universidade. A exibição de Tropa de elite será na sala 1G119, junto ao IHU.

Para conferir o artigo completo, acesse o nosso sítio: www.unisinos.br/ihu

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