Edição 250 | 10 Março 2008

Editorial

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IHU Online

Maio de 1968: 40 anos

1968 é um marco no século XX. Quarenta anos depois, a IHU On-Line busca discutir com sociólogos, filósofos, psicanalistas e jornalistas, o seu impacto na sociedade, na política, na religião e, especialmente, na cultura. 

Na concepção do filósofo e professor da Universidade de Brasília (UnB) Miroslav Milovic, a revolução de 68 possibilitou repensar a política como um campo não-representativo, além dos partidos. Entretanto, o sociólogo argentino Ernesto Laclau garante que o movimento da época “não chegou a constituir o imaginário hegemônico, que poderia mostrar a definição de um novo tipo de estado”.

Embora reconheça mudanças significativas no campo da sexualidade e do individualismo, o psicanalista e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Benilton Bezerra Jr. ressalta que houve, nos últimos anos, uma mudança de paradigma. Essas conquistas, explica, “se transformaram de um direito conquistado a uma espécie de obrigação de cada um”.
Para o jornalista e professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS) Juremir Machado, 68 representou muito mais uma revolução cultural do que política. As principais transformações se deram nas relações interpessoais. “Mudaram as relações entre pai e filho, professor e aluno, patrão e empregado e as relações hierárquicas.” 

No campo da religião, Marcel Gauchet, sociólogo francês, diz que o cristianismo ganha uma nova forma na sociedade. Para ele, essa mudança é recorrente da modernidade e da inserção da autonomia no cotidiano. “Os cristãos estão na democracia e devem trabalhar pela mesma razão, como os não-cristãos, na definição de uma organização que resulte unicamente da vontade das pessoas.” Uma entrevista com Alain Touraine completa o tema de capa desta edição.

O filme desta semana, Sicko - $O$ saúde, é comentado pela professora e pesquisadora Stela Meneguel, do PPG em Saúde Coletiva da Unisinos. Além do documentário de Michael Moore, também os filmes Matrix e Cidade de Deus são comentados nesta edição por Celso Candido de Azambuja e Marcus Mello, respectivamente.

A exibição e o debate sobre Matrix abre o pré-evento do Simpósio Internacional Uma Sociedade Pós-Humana? Possibilidades e limites das nanotecnologias. Ainda nesta edição publicamos um poema de Ralph Waldo Emerson, traduzido por Augusto de Campos.

A todas e todos, uma ótima leitura e uma excelente semana!

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