Edição 474 | 05 Outubro 2015

Destaques da Semana

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Redação

Entrevistas publicadas entre os dias 28-09-2015 e 02-10-2015 no sítio do IHU.

Do Welfare State para o Workfare e a necessidade de novos sistemas financeiros autônomos

Entrevista com Andrea Fumagalli, doutor em Economia Política e professor no Departamento de Economia Política e Método Quantitativo da Faculdade de Economia e Comércio da Università di Pavia, Itália. 

Publicada em 02-10-2015

Apesar de seus prognósticos negativos acerca da situação econômica mundial nos próximos anos, que será marcada pela “instabilidade” e um “estado de crise permanente”, o economista italiano Andrea Fumagalli vislumbra, na criação de uma moeda alternativa, uma possibilidade de os países enfrentarem as dificuldades futuras e não terem de se “submeter” a medidas de austeridade. A proposta, explica, consiste em criar um “espaço de autonomia partindo diretamente da autonomia financeira, através da criação de um sistema financeiro, com uma moeda própria, a qual seria gerenciada pela comunidade em que ela estaria inserida”. Essa moeda, esclarece, “não seria substituta da moeda tradicional, mas estaria ao lado dela como um acréscimo para poder ativar os circuitos de produção econômicos que, por definição, não são globalizantes e não podem ser deslocalizados”.

 

Relatório Figueiredo: crimes continuam 50 anos depois 

Entrevista com Elena Guimarães, mestre em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Unirio e graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Atualmente, trabalha no Núcleo de Biblioteca e Arquivo do Museu do Índio/Fundação Nacional do Índio - Funai.

Publicada em 01-10-2015

“O Relatório Figueiredo deixa sua marca por se tratar de uma documentação que identifica e reconhece as violências cometidas contra os índios a partir da década de 1950, em que o Estado brasileiro aparece ora como autor direto de crimes, através de seus agentes, ora indireto, por omissão diante dos ataques de fazendeiros, grileiros, madeireiros, seringalistas, assim como na conivência destes com políticos e poderes locais”, diz Elena Guimarães à IHU On-Line. Na entrevista concedida por e-mail, a autora da dissertação “Relatório Figueiredo: entre tempos, memórias e narrativas”, contextualiza os principais momentos da produção e difusão do Relatório e comenta a difusão do documento 45 anos depois, quando ele foi resgatado pelas investigações da Comissão Nacional da Verdade - CNV.

 

Metas brasileiras para a COP-21: “esquecemos de debater o modelo de desenvolvimento” 

Entrevista com Maureen Santos, coordenadora do Programa de Justiça Ambiental da Fundação Heinrich Böll Brasil e professora do quadro complementar da graduação em Relações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio. Possui mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e graduação em Relações Internacionais pela Universidade Estácio de Sá.

Publicada em 30-09-2015

As metas brasileiras para a COP-21, que será realizada em dezembro deste ano em Paris, anunciadas pela presidente Dilma Rousseff no último domingo, durante o discurso na Conferência da ONU para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, em Nova York, apesar de terem sido “maiores do que se esperava”, deixaram de fora uma discussão sobre o modelo de desenvolvimento a ser seguido pelo país, avalia Maureen Santos em entrevista à IHU On-Line. Segundo ela, a discussão sobre o enfrentamento das mudanças climáticas não pode ficar limitada às metas de redução de gases de efeito estufa, mas também discutir se queremos manter o mesmo modelo de desenvolvimento que vem provocando o problema, e se as medidas que o país irá implementar para alcançar essas metas não perpetuam esse modelo que viola direitos e impacta os territórios no campo e na cidade.

 

A contaminação das águas e a disseminação de doenças de proliferação hídrica

Entrevista com Fernando Spilki, graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, com mestrado em Ciências Veterinárias pela UFRGS, na área de Virologia Animal, e doutorado em Genética e Biologia Molecular, área de Microbiologia, pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente leciona na Universidade Feevale.

Publicada em 29-09-2015

“As causas da contaminação da água no Brasil estão intrinsecamente ligadas a um processo de rápida e expressiva expansão dos centros urbanos, especialmente na segunda metade do século XX”, diz Fernando Spilki à IHU On-Line, em entrevista concedida por e-mail. Segundo o pesquisador, a expansão urbana foi feita sem planejamento e os corpos d’água foram “considerados meros receptores e canais de escoamento de resíduos domésticos e industriais. Era forte a ideia (e ainda é) da máxima de que a ‘diluição é a solução’, quanto maior ou mais caudaloso um corpo hídrico, mais contaminação se poderia jogar nele. O irônico é que justamente desses mananciais é que advém a maior parte da água destinada ao consumo nas grandes cidades”, pontua.

 

Uma antropologia processual para pensar novos sujeitos e o comum

Entrevista com Sandro Chignola, professor de Filosofia Política no Departamento de Filosofia, Sociologia, Pedagogia e Psicologia Aplicada na Universidade de Pádua, Itália. É autor, entre outros, de História de los conceptos y filosofia política (Madrid: Biblioteca Nueva, 2010). 

Publicada em 28-09-2015

A produção filosófica de Sandro Chignola, que tem como base uma interpretação histórica da filosofia e recorre a recursos sociológicos, centra-se em trabalhar dois problemas filosóficos que, segundo ele, são centrais para compreender a realidade contemporânea: “Como pensar o sujeito hoje e como pensar o comum”. Na entrevista concedida à IHU On-Line pessoalmente, durante sua participação no XVII Simpósio Internacional IHU Saberes e Práticas na Constituição dos Sujeitos na Contemporaneidade, que ocorreu entre os dias 21 e 24-09-2015 na Unisinos, o filósofo italiano explica que “para pensar o comum” é preciso “pensar que há algo como um indivíduo subjetivado”, que não é mais um indivíduo burguês moderno, mas algo diferente, que “tem de ser pensado de outra maneira”.

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