Edição 234 | 03 Setembro 2007

Editorial

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José Bonifácio de Andrada e Silva e o movimento pela Independência do Brasil

José Bonifácio era um autoritário que não acreditava muito nos ideais iluministas que animaram a Revolução Francesa. Ele achava que a solução para o Brasil deveria vir do alto, de preferência com ele”, afirma Isabel Lustosa, pesquisadora da Fundação Casa de Rui Barbosa, refletindo sobre o assim chamado Patriarca da Independência.

Na Semana da Pátria, a IHU On-Line debate a vida e a obra de José Bonifácio, figura importante para entender o Brasil. Para a professora Miriam Dolhnikoff, “Bonifácio, a princípio, acalentava um projeto de império luso-brasileiro”. Para José Murilo de Carvalho, historiador, a Independência do Brasil “foi um movimento socialmente conservador, apesar dos esforços de José Bonifácio”. No ponto de vista de Márcia Miranda, a emancipação efetiva do Brasil “não implicou em qualquer modificação na ordem econômica”. Já Ana Rosa Cloclet afirmou que “o projeto elaborado por José Bonifácio confrontava diretamente com o projeto de integração dos Reinos”.

José Bonifácio, já nos primórdios do Brasil independente, “defendia a restrição aos grandes latifúndios e incentivava a pequena e média propriedade, defendendo, assim, a reforma agrária”, analisa Maria Emilia Prado, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Segundo ela, “no caso de Bonifácio, o mais importante foi sua defesa do fim da escravidão. A reforma agrária seria o segundo movimento natural após o fim da escravidão e indispensável para construção de uma nação moderna”.

A memória de José Bonifácio nem sempre foi tão enaltecida. Foram os republicanos paulistas, no final do século XIX, constata a pesquisadora Cecília Helena  Lorenzini de Salles Oliveira, coordenadora do Museu Paulista, que “buscaram no passado da monarquia personagens que pudessem se contrapor à figura de D. Pedro, interpretado por esses grupos como tirano e déspota”. Se José Bonifácio se notabilizou como homem público, ele é pouco conhecido como estudioso e pesquisador do mundo natural. Esta faceta de José Bonifácio é analisada por Alex Gonçalves Varela. Segundo ele, “para Bonifácio, a natureza é fonte de conhecimento científico, mas também capaz de gerar riquezas que poderiam promover a industrialização do Reino português e, assim, promover a sua recuperação no contexto europeu”.

“A Vale é Nossa” é a proposta dos movimentos populares brasileiros nesta Semana da Pátria, quando se organiza o Plebiscito Popular sobre a anulação do leilão de privatização da Companhia do Vale do Rio Doce. O economista Paulo Passarinho analisa o processo de privatização da empresa brasileira. A página eletrônica do IHU tem publicado várias entrevistas, entre outras, com Marcos Arruda, Ivo Lesbaupin e D. Demétrio Valentini.

Na imprensa internacional, repercutiu intensamente a publicação, nesta semana, do livro com as cartas de Madre Teresa de Calcutá, revelando uma dimensão desconhecida da sua trajetória de vida. A noite escura de Madre Teresa é o tema da entrevista com Luis González-Quevedo, membro do Centro de Espiritualidade Inaciana - CEI-Itaici.

A todas e todos uma boa leitura, uma ótima semana e um excelente feriado!

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