Edição 233 | 27 Agosto 2007

Paulo Aloísio Muller

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IHU Online

A vida profissional de Paulo Aloísio Muller, 37 anos, está alicerçada nos princípios e valores da Unisinos. Há 19 anos, desde o primeiro emprego, ele trabalha na universidade. Paulo já integrou o Correio e o Setor de Compras. Atualmente, ele é motorista de ambulância e também atua nos Transportes Administrativos. Natural de Estrela, no interior do Estado, Paulo é de origem humilde. Passou por algumas dificuldades e soube, com dignidade, superar cada uma delas. Confira, a seguir, a entrevista concedida com exclusividade à revista IHU On-Line.

Origens - Meus pais eram agricultores, no município de Estrela, onde nasci. Quando era criança, já trabalhava. Ia à aula de manhã, e, à tarde, ajudava meus pais na roça para garantir o sustento da família. Tenho dois irmãos mais velhos. Minha relação com eles e com os meus pais sempre foi muito boa. Minha irmã cuidava de mim e me dava banho, quando eu era criança.

Infância e estudos - Minha infância foi muito humilde. Para comprar lanche na escola, levava frutas para vender na cidade aos meus colegas. Comprava não só o lanche, mas também os livros. Cursei o Jardim de Infância, Pré, 1º e 2º Graus no Colégio Santo Antônio, de 1975 a 1987. Eu ia para a Escola, que fica a 10 km da cidade, de ônibus. Era muito amigo do motorista; sempre ia sentado ao lado dele. Criamos um laço de amizade muito grande. Eu não gostava muito de estudar, mas conseguia acompanhar as aulas. Nunca fui reprovado, embora tivesse algumas dificuldades.

Trabalho e curso superior - Em 1988, com a ajuda do meu tio, o Padre Mallmann, diretor da Biblioteca da Unisinos, vim para São Leopoldo. Graças a ele, eu comecei a estudar e, em junho do mesmo ano, comecei a trabalhar no Correio da universidade. Eu era o único funcionário do setor. Me dedicava bastante. Ingressei no curso de Administração de Empresas. Por opção, não o concluí. Ainda não sei se é bem esta a área que eu quero. Fiquei no Correio até 1993. Um ano depois, fui convidado a trabalhar no Setor de Compras, onde permaneci por um ano. Logo após, fui chamado para trabalhar na Central de Serviços, que envolvia Correio, Transportes e Achados e Perdidos. Com isso, me chamaram para trabalhar junto ao Setor de Transportes. Comecei como ajudante. Tinha uma pessoa para fazer a distribuição dos serviços e eu fazia a parte de alimentação de planilhas. Em 2001, assumi a parte de distribuição de serviços.  Em 2004, houve uma fase de terceirização da frota e da gestão de transportes, e eu, então, ficava como motorista de ambulância e monitorando os serviços. Um ano depois, a gestão de transporte da universidade foi retomada. Hoje, estou fazendo a distribuição do serviço, junto com um colega que me auxilia. Ao todo, são nove motoristas. Além de distribuir os serviços, sou motorista da ambulância da universidade, quando necessário.

Família – Me casei em 1996 e tenho dois filhos: o Lucas, de 7 anos; e a Daniela, de 3. Minha família representa tudo para mim. Se não fossem meus pais, eu não estaria aqui. Dedico muito a eles tudo o que eu tenho. Vejo que os meus filhos se espelham em nós, os pais.

Política brasileira - Temos que dar um basta nos nossos governantes. Há muita injustiça e  corrupção. É hora de haver mais conscientização.

Educação - Meus filhos estudam em uma escola pública. Considero a educação boa, em termos de aprendizado.

Livros - Não me dedico muito à leitura, mas acompanho bastante os jornais, revistas etc.

Lazer - Nas horas vagas, aos finais de semana, costumo ir à Estrela com a minha família para visitar os meus pais e sogros. Moro em apartamento, e, indo para o interior, meus filhos têm mais liberdade. Eles podem correr à vontade. Também sou juiz de futebol, nos jogos de várzea, em Estrela.

Hobby – Além de apitar, gosto de jogar bocha com os amigos.

Filmes - Não gosto muito de assistir a filmes. Já minha esposa e meu filho são fascinados.

Sonhos - Não tenho grandes sonhos. Quero apenas continuar levando a vida com saúde e ver a minha família bem.

Unisinos - Trabalho aqui há 19 anos. Assim como outras empresas, a Unisinos também passa por dificuldades. É um orgulho permanecer aqui por tantos anos. Costumo executar o meu trabalho da melhor forma possível.

 

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