Edição 548 | 07 Junho 2021

Minha tese em quatro perguntas - Helânia Tomazine Porto

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Helânia Thomazine Porto é graduada em Letras, habilitação Língua Portuguesa, Língua Francesa e respectivas literaturas, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Colatina - FAFIC/ES, mestra em Administração, Comunicação e Educação pela Universidade São Marcos - UNIMARCO/SP e doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS/RS. Sua tese é intitulada Processos Comunicacionais, Identitários e Cidadãos: Pataxós em “territórios” de resistências e de utopias.

Qual o tema de sua tese?

Na tese procurei estudar os processos comunicacionais, tanto presenciais quanto digitais, realizados pelo povo indígena Pataxó da Bahia. Pensando essas redes de produção de sentidos articuladas às suas ações políticas, aos movimentos de (re)construção de identidades étnico-culturais e de cidadania comunicacional.

Qual o problema que discute? 

Problematizei sobre as formas de resistência, de ativismo e de constituição de poderes dos Pataxós através de suas articulações e participações políticas em redes multidimensionais. Sendo a questão principal: Como se dão os usos, apropriações e produções pelos Pataxós das mídias digitais, em articulações com outras dimensões constitutivas de suas redes sociocomunicacionais, para constituir ações políticas, processos de resistências e mudanças socioculturais na construção de cidadania comunicacional?

Quais foram os resultados? 

O conjunto de movimentos de pesquisa adotado apontou que as redes sociais digitais utilizadas pelos Pataxós vêm se revelando como lócus enunciativo que, além da função informacional e de comunicação, apresentam-se com potencial de produção de mecanismos políticos e de interações sociais, configurando-se como oportunidade de visibilidade de seus pleitos políticos, de divulgação da economia comunitária, de vinculações sociais, de afirmação de suas identidades étnico-culturais, junto à construção de uma cidadania comunicacional.

Quais seus interesses de pesquisa? 

Além da ampliação dos conhecimentos no campo da comunicação, o que me motiva é o meu pertencimento ao povo Kamakã da Bahia. Sou bisneta de Profira Maria de Jesus, mulher Kamakã do sertão baiano. E, estudar sobre os Pataxós da Bahia, em certa medida, possibilita falar da cosmovisão dos povos indígenas; e nessas interações, estabelecer conexões com fragmentos de meu passado ancestral.

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