Edição 542 | 30 Setembro 2019

Vilém Flusser

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A perseguição nazista da II Guerra trouxe Vilém Flusser para o Brasil em 1940. Nascido em Praga, na República Tcheca, em maio de 1920, o filósofo viveu por 20 anos no Brasil e acabou se naturalizando brasileiro, adotando São Paulo como sua cidade. Paulistano de coração, além de filósofo, atuou como jornalista e escritor. De volta à terra natal, morre em 27 de novembro de 1991.

Imagem: Acervo Sesc - SP

Seu trabalho inicial foi marcado pela discussão do pensamento de Martin Heidegger e pela influência do existencialismo e da fenomenologia. A fenomenologia, aliás, tem papel importante na transição para a fase posterior de seu trabalho, na qual ele voltou sua atenção para a filosofia da comunicação e da produção artística.

Nos anos de 1950 e 1951, dedica-se a preparar um livro sobre a história intelectual do século XVIII. A partir de 1960 inicia sua colaboração com a Revista Brasileira de Filosofia, editada pelo Instituto Brasileiro de Filosofia – IBF, ambos fundados por Miguel Reale, em São Paulo, aproximando-se de um círculo de intelectuais brasileiros de formação liberal.

A partir de 1960, leciona Filosofia da Ciência, na Escola Politécnica da USP, e Filosofia da Comunicação, na Escola Superior de Cinema e na Escola de Arte Dramática - EAD, também em São Paulo. Publica seu primeiro livro, Língua e realidade, em 1963. Ajuda a fundar a Faculdade de Comunicação e Marketing da Fundação Armando Álvares Penteado - FAAP, e dedica grande parte de seu tempo ao aprimoramento do departamento. Em 1966, inicia sua colaboração com o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.

Flusser pesquisou o significado histórico e cultural de formarmos uma coletividade que acredita acima de tudo nas imagens e escreve um conjunto de exposições sobre a ação de fotografar e de difundir imagens. Ele escreveu nos anos 1970 e 1980 sobre fotografia e postula que, no contexto do desenvolvimento da tecnologia da informação, a fotografia foi a primeira forma de imagem técnica a mudar fundamentalmente a maneira como o mundo é percebido. Historicamente, a fotografia é importante porque introduz uma nova era: "a invenção da fotografia constitui uma ruptura na história que só pode ser entendida em relação a essa outra ruptura histórica que é a escrita.

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