Edição 520 | 23 Abril 2018

Fake news

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Ambiência digital e os novos modos de ser

O mundo contemporâneo e as sociedades hiperconectadas nos jogam diante de inúmeros desafios. Se por um lado o fenômeno das fake news é efeito desse novo ethos das sociedades em midiatização, a produção desse tipo de conteúdo não se restringe a ele. Trata-se de uma dimensão mais ampla da comunicação mediada não somente pelos usuários das redes, mas por tecnologias de inteligência artificial, sofisticados levantamentos de dados e emulações do comportamento humano por robôs. Toda essa ambiência produz um novo modo de ser e estar no mundo, que exige pensar quais tipos de valores estão sendo propostos. Não parece, contudo, haver dúvida de que estamos diante da necessidade de construirmos uma rede e uma sociedade que não sejam entrópicas e que tenham, como horizonte, o respeito à diversidade e a preservação dos valores da pessoa humana.

Para pensar essa problemática, a revista IHU On-Line desta semana reúne uma série de pesquisadores, de diferentes áreas, para pensar a emergência das fake news.

Rafael A. F. Zanatta, pesquisador em Direito e Sociedades Digitais com mestrado em Direito e Economia Política pela International University College of Turin, defende que devemos aprofundar as diferentes taxonomias do que está por trás das fake news.

Sérgio Amadeu, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo - USP, alerta sobre os riscos de acreditarmos em um “ministério da verdade”.

Segundo o professor, pesquisador e vice-reitor da Unisinos, Pedro Gilberto Gomes, estamos vivendo uma anomia ética que requer a produção de um novo pacto social.

Pensando a dimensão das fake news a partir do campo do Direito, Ricardo Campos, da Goethe Univerität Frankfurt, na Alemanha, é preciso preservar as instituições caras à democracia.

Antônio Fausto Neto, doutor em Sciences de La Comunication et de L'information - Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, da França e professor na Unisinos, investir na apuração das fake news é como tentar remendar um cano furado. Por isso ele sugere um “processo de letramento, educar a sociedade para compreender o protocolo de comunicação no qual ela vive”.

A professora e pesquisadora da Unicamp, Anna Bentes, aborda o tema das fake news a partir de uma abordagem linguística analisando os meandros discursivos.

Para a doutoranda e pesquisadora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Taís Seibt, construir uma cultura que privilegie a verificação das notícias é um dos caminhos para enfrentar as crises produzidas pela circulação de fake news.


Complementam a edição a entrevista com Angélica Massuquetti, professora da Escola de Gestão e Negócios da Unisinos, sobre a relação de combate à pobreza e a concentração de renda. A professora debaterá o tema no Ciclo de debates desigualdades no contexto econômico brasileiro, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos – IHU, no dia 03 de maio de 2018, das 17h30min às 19h na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no IHU.

Bruno Lima Rocha, na Coluna Internacional do curso de Relações Internacionais da Unisinos, discute a atual situação do governo de Honduras.

Na seção Publicações, apresentamos o artigo de Osiel Lourenço de Carvalho intitulado A perversão da política moderna: a apropriação de conceitos teológicos pela máquina governamental do Ocidente, a partir da perspectiva da obra de Giorgio Agamben, publicado por Cadernos IHU ideias, no. 269

A todas e a todos uma boa leitura e uma excelente semana!

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