Edição 488 | 04 Julho 2016

Linha do Tempo

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Redação

A IHU On-Line apresenta seis notícias publicadas no sítio do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, entre os dias 27-06-2016 e 10-07-2016, relacionadas a assuntos que tiveram repercussão ao longo da semana

Este é o tempo de redescobrir a confissão 

"Um mundo justo nunca existiu. A figura geométrica da história não é a reta, nem que ela seja lida para o alto, como um incontestável progresso, nem que ela seja lida para baixo, como incontestável decadência. Também não é o círculo do eterno retorno do igual. É, em vez disso, a espiral de um processo que vai se fazendo, não sem tragédias e contradições. O ponto específico do nosso tempo é outro: é a dificuldade, talvez até a impossibilidade, de confessar o próprio mal, declarando-o publicamente como tal e encontrando percursos de reforma e de expiação".

A opinião é do teólogo italiano Vito Mancuso, professor da Universidade de Pádua, em artigo publicado no jornal La Repubblica, em 27-06-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Segundo ele, "todos, hoje, denunciam o mal social do qual a humanidade ocidental é presa; poucos indicam os seus possíveis remédios".

 

As 70 milhões de crianças que vão morrer e o recall das cômodas assassinas 

Relatório do Unicef diz ainda que 750 milhões de mulheres se casarão ainda crianças, até 2030; notícia sobre cômodas assassinas ganhou quase o mesmo espaço. O comentário é de Alceu Luís Castilho, jornalista. 

Eis um trecho do texto, publicado por Outras Palavras, em 29-06-2016.

Li as duas notícias ao lado uma da outra, na home do UOL. 1) “70 milhões de crianças morrerão até 2030 se o mundo não agir, diz Unicef“. Antes de completarem 5 anos. 2) “Gigante de móveis Ikea fará recall de 29 milhões de cômodas após mortes“. (Mortes de crianças. Pelo menos seis crianças morreram desde 1989.) E fiz a conexão singela entre elas: em que momento faremos um recall desse sistema? As cômodas estão caindo. Elas vão cair. O sistema que permite 70 milhões de mortes de crianças e é naturalizado diariamente pelos meios de comunicação… precisa mudar. 

 

O estupro em grupo não é uma brincadeira 

Os estupros continuarão existindo não apenas enquanto não ficar claro a todos que o corpo da mulher não está à disposição de qualquer um, e que todo ato sexual se justifica e se fundamenta sempre e apenas no recíproco consentimento, mas também enquanto houver aqueles que continuem banalizando esses episódios de violência extrema ao falar de "brincadeiras" ou de "momentos de fraqueza", como infelizmente acontece ainda hoje, justificando, assim, o injustificável. A opinião é da filósofa italiana Michela Marzano, professora da Universidade de Paris V – René Descartes. 

Eis um trecho do artigo publicado no jornal La Repubblica, em 28-06-2016. 

Quando uma menina é estuprada por um grupo de coetâneos – como aconteceu em Salerno, na Itália –, na França, utiliza-se o termo tournante, que, literalmente, significa "fazer girar", pois faz-se com que ela "gire" entre amigos como se fosse um cigarro ou uma latinha de cerveja. 

 

Tribunal dos EUA condena ex-militar chileno pelo assassinato do cantor Víctor Jara em 1973

A Corte Federal de Orlando, na Flórida (EUA), condenou na última segunda-feira, 27-06-2016, o ex-oficial do Exército chileno Pedro Pablo Barrientos Nuñez pela tortura e execução do cantor Víctor Jara em 1973, durante a ditadura militar no país sul-americano. Segundo a decisão, a viúva e a filha de Jara deverão receber uma indenização de US$ 28 milhões, cerca de R$ 92 milhões. O veredito contra Nuñez, de 67 anos, foi divulgado após um julgamento que durou duas semanas.

A informação foi publicada por Opera Mundi, em 28-06-2016.

A decisão abre caminho para a extradição do ex-militar ao Chile, onde ele enfrenta acusações de assassinato relacionadas à sua atuação no regime ditatorial (1973-1990) imposto por Augusto Pinochet.

 

O fantasma da liberdade em tempos de emoticons. Artigo de Ezio Mauro

No seu livro Psicopolítica, o filósofo Byung-Chul Han revela os enganos do poder para nos tornar menos cidadãos, em uma era em que os sentimentos substituem as ideologias.

A opinião é do jornalista italiano Ezio Mauro, ex-diretor dos jornais La Stampa e La Repubblica. O artigo foi publicado no jornal La Repubblica, 30-06-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

 

O ódio aos LGBT e um Suicídio Evitado

“Há pais de família que dizem: “prefiro um filho morto a um filho gay”. E muitos pais os expulsam de casa. Entre os palavrões mais ofensivos existentes, estão a referência à condição homossexual e à relação sexual entre pessoas do mesmo sexo. No Brasil são frequentes os homicídios, sobretudo de travestis. Há muitos suicídios, principalmente de adolescentes”, constata Luís Corrêa Lima, padre jesuíta, professor na PUC-RIO, em depoimento que publicamos a seguir.

Segundo ele, “no mundo religioso cristão, muitas vezes se fazem citações descontextualizadas da Bíblia ou simplificações indevidas da doutrina, com extrema rigidez e um terrível ímpeto condenatório dirigido aos LGBT. Algumas vezes, como se viu, eles são considerados endemoninhados a serem exorcizados, ou são submetidos a oração de “cura e libertação” para mudarem a sua condição ou identidade”.

 

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