Edição 462 | 30 Março 2015

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Redação

A IHU On-Line apresenta seis notícias publicadas no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU no período de 23-03-2015 a 27-03-2015 relacionadas a assuntos que tiveram repercussão ao longo da semana.

Tem razão quem se revolta

"As legítimas manifestações de 15 de março caíram no engodo de construir um Outro demoníaco, aquele que acabou com o que era doce", escreve Renato Janine Ribeiro, professor titular de Ética e Filosofia Política do Departamento de Filosofia da USP, em artigo publicado no Jornal Folha de S. Paulo, 25-03-2015.

Eis o artigo.

"On a raison de se révolter", dizia o filósofo francês Jean-Paul Sartre no fim da vida, quando, depois de maio de 1968, se cansou de esperar que o Partido Comunista se consertasse e fez causa comum com os maoístas. Não é fácil traduzir a frase de Sartre. Seria algo como "tem razão quem se revolta".

Mas qual razão, quanta razão? Eu diria que é a razão do sintoma: sente-se a dor, procura-se a infecção, mas queixar-se não é diagnosticar a doença, menos ainda curá-la. O último dia 15 de março foi isso. A queixa é correta, o tecido social está sofrendo, mas diagnóstico e prognóstico ficaram pela metade.

A queixa: não se aguenta mais a corrupção. O caso da Petrobras mostra uma crise grave em uma de nossas maiores empresas. Pior, uma empresa que pertence a todos nós. Muito resta a explicar, da falta de controle à pura indecência. Como o PT foi entre tolerante e partícipe do processo, ele se torna a bola da vez.

 

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A parábola dos dois irmãos divorciados. Artigo de Andrea Grillo

O que pode dizer uma teologia capaz de verdadeira fidelidade criativa? Podemos realmente compreender uma "maior misericórdia" do Pai, ou estamos vinculados ao que a disciplina elaborou até agora, sem deixar saída para o "irmão mais novo"? Poderíamos continuar vivendo em uma Igreja tão condicionada pelas reservas de muitos "irmãos mais velhos"?

A opinião é do teólogo, leigo italiano, Andrea Grillo, professor do Pontifício Ateneu S. Anselmo, de Roma, do Instituto Teológico Marchigiano, de Ancona, e do Instituto de Liturgia Pastoral da Abadia de Santa Giustina, de Pádua. O artigo foi publicado na revista Settimana, n. 12, 22-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Um homem tinha dois filhos. O mais velho se casou e ficou com a esposa junto do pai. O segundo, depois, também se casou e foi embora para ficar longe com a sua esposa.

Depois de algum tempo, o primeiro filho foi abandonado pela esposa e ficou sozinho. Mas ficou junto do pai, permanecendo fiel à esposa e mantendo a palavra dada, a todo o custo. O segundo filho, algum tempo depois, também entrou em crise e foi abandonado pela esposa. Depois de uma longa tribulação, ele conheceu outra mulher, uniu-se a ela e, por fim, desposou-a. Quando voltou para junto do pai, temendo ser julgado por ele como indigno, foi por ele acolhido de braços abertos.

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O Vaticano reconhece que houve uma campanha de difamação de dom Romero

Trinta e cinco anos após o assassinato de dom Óscar Arnulfo Romero, o Vaticano reconheceu que houve uma campanha de difamação do religioso centro-americano, cuja beatificação esteve bloqueada na época de João Paulo II e que é reivindicada na nova era de Francisco, que o considera um modelo para toda a América Latina.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 23-03-2015. A tradução é de André Langer.

Assassinado em El Salvador — enquanto presidia a missa, no dia 24 de março de 1980 — por um francoatirador contratado pela ultradireita, dom Romero foi taxado tanto nos últimos anos de sua vida como após sua morte de ser “um desequilibrado”, “um marxista”, um “títere manipulado por padres da Teologia da Libertação que escreviam para ele os inflamados sermões” contra a oligarquia, as injustiças sociais e a repressão em seu país.

Intrigas e pressões que frearam o processo de canonização de dom Romero, que, finalmente, será beatificado no próximo dia 23 de maio em sua cidade, 19 anos depois que o processo fora aberto oficialmente pelo Vaticano, em 1997.

O arcebispo italiano Vincenzo Paglia, atual presidente do Pontifício Conselho para a Família e postulador da causa de beatificação de dom Romero, reconheceu em fevereiro passado os numerosos empecilhos que o processo sofreu.

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A humanidade corre o risco de ficar a seco

A Califórnia, atingida por quatro anos de seca, segundo a Nasa, tem "reservas para um ano", enquanto as faixas aquíferas estão nos níveis mínimos, escreve o jornal The Guardian.

O Brasil está vivendo a pior seca dos últimos 80 anos, tanto que, no estado de São Paulo, apenas 6% do reservatório artificial de Atibainha está cheio. No Irã, as bacias estão cheias a 40%, enquanto o lago Urmia se reduziu em 90% em uma década, e o rio Zayandeh-Rud secou.

A reportagem é de Claudia Grisanti, publicada no sítio Internazionale, 22-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

As Nações Unidas lembram que a água é fundamental para o desenvolvimento sustentável. Sem água, não há agricultura: a atividade é responsável por 70% do consumo hídrico global.

Para produzir uma caloria de alimento, são necessários de 1 a 100 litros, e até 2050 a produção alimentar deverá aumentar em 60% para saciar toda a população mundial.

A água também é essencial para produzir energia nas usinas hidrelétricas e as centrais termelétricas. Para a higiene e a saúde, é necessário o acesso à água potável, mas 748 milhões de pessoas ainda não o têm.

Os recursos hídricos também são fundamentais para o desenvolvimento industrial, para a vida nas cidades, para a superação das desigualdades e para a conservação da natureza.

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“A corrupção fede!”, diz Papa Francisco

“A corrupção fede, o mal rouba a esperança de Nápoles”, disse Francisco na manhã deste sábado, 21 de março. Invocou a acolhida e a dignidade para os migrantes, que não são cidadãos de segunda categoria. E “11 horas de trabalho por 600 euros e sem contribuição alguma para a aposentadoria... Tudo isso é escravidão, não é cristão, não devemos ficar em silêncio”. Francisco denunciou um sistema econômico que “descarta os jovens e os priva do trabalho, da possibilidade de levar o pão para casa”. E “esta falta de trabalho rouba a dignidade”. O Papa não leu um texto escrito e foi interrompido constantemente pelos aplausos da multidão. “Seu arcebispo me ameaçou, não podia não vir para Nápoles”, brincou o Pontífice argentino com os fiéis. Significativamente, Francisco começou a sua visita à cidade de Nápoles justamente pelo bairro que, em 1990 (de 09 a 13 de novembro), João Paulo II começou a sua visita à diocese partenopeia.

A reportagem é de Giacomo Galeazzi e publicada no sítio Vatican Insider, 21-03-2105. A tradução é de André Langer.

Com o passar dos anos, o Bairro de Scampia foi se convertendo em um lugar símbolo da Igreja comprometida. Em julho de 2006, o atual arcebispo de Nápoles, Crescenzio Sepe, entrou na cidade e sua primeira visita foi justamente a Scampia, bairro difícil, degradado, que se encontra na periferia ao norte de Nápoles. Francisco reuniu-se com a população local e os representantes do mundo da cultura, da legalidade, dos profissionais, da realidade do trabalho, dos marginalizados e migrantes. Tomaram a palavra um imigrante da comunidade dos filipinos na Itália, um trabalhador e o presidente da Corte de Apelação de Nápoles, Antonio Bonaiuti.

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Redução no número de filhos por família é maior entre os 20% mais pobres do país

Nos últimos dez anos, o número de filhos por família no Brasil caiu 10,7%. Entre os 20% mais pobres, a queda registrada no mesmo período foi 15,7%. A maior redução foi identificada entre os 20% mais pobres que vivem na Região Nordeste: 26,4%.

A reportagem é de Paula Laboissière, publicada pela Agência Brasil, 27-03-2015.

Os números foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e têm como base as edições de 2003 a 2013 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento mostra que, em 2003, a média de filhos por família no Brasil era 1,78. Em 2013, o número passou para 1,59. Entre os 20% mais pobres, as médias registradas foram 2,55 e 2,15, respectivamente. Entre os 20% mais pobres do Nordeste, os números passaram de 2,73 para 2,01.

Para a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, os dados derrubam a tese de que a política proposta pelo Programa Bolsa Família estimula as famílias mais pobres do país a aumentar o número de filhos para receber mais benefícios.

“Mesmo a redução no número de filhos por família sendo um fenômeno bastante consolidado no Brasil, as pessoas continuam falando que o número de filhos dos pobres é muito grande. De onde vem essa informação? Não vem de lugar nenhum porque não é informação, é puro preconceito”, disse.

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