Edição 458 | 10 Novembro 2014

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Redação

Entrevistas especiais feitas pela IHU On-Line no período de 27-10-2014 a 10-11-2014, disponíveis nas Entrevistas do Dia do sítio do IHU (www.ihu.unisinos.br).

O “voto crítico” reelegeu Dilma. Pós-eleições, as contradições voltam à cena

Entrevista com Moysés Pinto Neto, professor no curso de Direito da Universidade Luterana do Brasil - Ulbra Canoas e da Univates

Publicada no dia 07-11-2014

“A estratégia de ‘fazer política pela esquerda’” é um dos fatores que explicam a reeleição da presidente Dilma Rousseff, ao ter mobilizado “‘Alma de Sion’, embora bastante hipócrita em muitos aspectos e confusa em outros”, comenta Moysés Pinto Neto em entrevista à IHU On-Line. Na interpretação dele, diante do “antipetismo irracional e pautado pelas piores referências midiáticas”, a maioria dos intelectuais de esquerda críticos ao governo “cedeu e reconheceu que Dilma era a ‘melhor inimiga’ da esquerda”. Parte dos votos que reelegeram a presidente são entendidos, portanto, como “voto crítico e o veto a Aécio, duas formas discursivas que consistiam em criticar severamente Dilma e o PT, mas no final declarar voto útil para evitar o retorno do PSDB”.

 

MP 651: a nova história grega da política ambiental

Entrevista com Antonio Silvio Hendges, articulista do Portal EcoDebate, professor e consultor em educação ambiental, gestão sustentável de resíduos sólidos e auditorias ambientais

Publicada no dia 07-11-2014

“Não considero vantajosa para a sociedade a ampliação dos prazos aos lixões”, afirma Antonio Silvio Hendges, ao comentar a Medida Provisória 651, que amplia o prazo para o fechamento dos lixões até 2018. A desaprovação à MP 651 é justificada pelo tempo em que a erradicação dos lixões é discutida no país. Segundo Hendges, “a PNRS esteve em debate durante 19 anos antes de sua aprovação — desde 1991 — e mais quatro anos para sua implantação, ou seja, foram 23 anos para que os municípios se adequassem”. 

 

As polarizações não dão conta das mudanças de imaginário

Entrevista com Ivana Bentes, professora e pesquisadora da linha de Tecnologias da Comunicação e Estéticas do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Publicada no dia 05-11-2014

 Os discursos de que o Brasil está dividido pós-eleições presidenciais, por conta da diferença de 3% entre a presidente reeleita e o candidato de oposição, “não explica a eleição de 2014”, avalia Ivana Bentes em entrevista à IHU On-Line. “Não podemos falar de um Brasil partido em dois pós-eleições, mas de uma constelação de interesses e desejos que expressam grupos e segmentos múltiplos”, enfatiza. Segundo ela, “a partição binária não serve a ninguém. É mais um ‘meme’ e uma narrativa redutora, polarizadora e conservadora. O mapa das eleições é muito mais mesclado e instável que o ‘muro’ que querem erigir entre nordestinos e sulistas, ou a polarização entre dois partidos, PT e PSDB”.

 

Desafios econômicos do governo Dilma: políticas macroeconômicas não são estratégia de desenvolvimento

Entrevista especial com André Biancarelli, doutor em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, onde leciona e é diretor do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica – Cecon

É “inadequado apontar continuidades” na política econômica adotada pelo governo Dilma em comparação com as medidas seguidas no governo Fernando Henrique Cardoso, especialmente quando se trata de um “plano mais estrutural”, diz André M. Biancarelli à IHU On-Line. A criticada “herança do governo FHC”, apontada por diversos economistas ao longo dos últimos 12 anos, é entendida por Biancarelli como “similaridades”, as quais “dizem respeito muito mais às estratégias macroeconômicas de curto prazo, ao manejo conjuntural das políticas monetária, fiscal e cambial, do que à estratégia de desenvolvimento”.

 

Casos de contaminação da água são mais comuns do que se conhece

Entrevista especial com Ricardo Hirata, professor do Instituto de Geociências da USP e Diretor do Cepas

Publicada em 03-11-204

A grave crise de abastecimento de água que vem assolando a região metropolitana de São Paulo chamou a atenção do País para um problema que vinha sendo anunciado há muito tempo. A crescente demanda hídrica, seja para o fornecimento de eletricidade, seja para o consumo ou para a produção industrial, aumentou a níveis muito superiores do que as alternativas tradicionais são capazes de suprir. Falar em desertificação talvez seja um exagero. No entanto, o fato obrigou governos e especialistas a buscarem alternativas para o abastecimento, e uma delas é o uso de águas subterrâneas.

 

A amizade espiritual entre Paulo VI e Dom Helder Camara

Entrevista especial com Ivanir Rampon, mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE e doutor em Teologia pela Pontificia Università Gregoriana, Roma

Publicada em 02-11-2014

A amizade entre Dom Helder Camara e Paulo VI teve reflexos para além da relação que ambos mantiveram ao longo de quase 30 anos. “Para ambos, o Concílio Vaticano II tornou-se uma missão”, e suas preocupações sociais repercutiram posteriormente no papado de Paulo VI, na encíclica Populorum Progresso e no desenvolvimento da Igreja brasileira durante o regime militar. De acordo com Ivanir Rampon, autor do livro Paulo VI e Dom Helder Camara - Exemplo de uma amizade espiritual, recém lançado pela Editora Paulinas, “Dom Helder e Paulo VI eram abertos à ação do Espírito Santo em suas vidas, na Igreja, no mundo... E isto não era um discurso formal, mas um modo de ser, uma espiritualidade”.

 

“O mais difícil é fazer com que as pessoas vejam o imigrante como a si próprias”

Entrevista especial com Deisy Ventura, professora adjunta e Pró-Reitora de Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

Publicada em 30-10-2014

“A exigência de autorização para trabalho prévia ao ingresso no país, por exemplo, baseia-se numa grande hipocrisia, pois hoje os migrantes engrossam o mercado informal brasileiro.” É com base nesse, entre outros argumentos, que Deisy Ventura defende o Anteprojeto de Lei de Migrações e Promoção dos Direitos dos Migrantes no Brasil, que propõe o abandono do Estatuto do Estrangeiro, que regula a situação jurídica dos imigrantes no país. Segundo ela, independente de haver uma mudança na lei, “os migrantes virão, de qualquer modo, enquanto existir emprego. Mas virão irregularmente, o que amplia a vulnerabilidade de todos os envolvidos”.

 

A reeleição de Dilma e a síndrome do ‘menos pior’

Entrevista especial com Bruno Cava, blogueiro do Quadrado dos loucos; ativista nas jornadas de 2013 e nas ocupas brasileiras em 2011-2012; participa da rede Universidade Nômade e é coeditor das revistas Lugar Comum e Global Brasil

Publicada em 29-10-2014

“A reeleição de Dilma é, antes, a reafirmação do sistema político brasileiro em não mudar os termos de sua disputa, reencenando a polarização entre PT e PSDB, uma dialética do menos pior que substitui o esvaziamento da dinâmica político-partidária”. A declaração é de Bruno Cava à IHU On-Line, ao comentar o resultado das eleições presidenciais deste ano. Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, ele frisa que “o último ato dessa peça, com Dilma de branco pedindo diálogo com a oposição, teve como pano de fundo o sorriso amarelo de Michel Temer”.

 

A crise do ebola e a gramática dos problemas de segurança

Entrevista especial com Gilberto Carvalho de Oliveira, pesquisador associado ao Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Portugal, e doutorando em Política Internacional e Resolução de Conflitos pela mesma universidade

Publicada em 28-10-2014

Ao analisar a epidemia do ebola pelas “lentes da segurança”, Gilberto Carvalho de Oliveira pontua que, além da “pobreza extrema e a falta de infraestruturas médicas eficientes” para dar conta de enfrentar as epidemias, é necessário compreender que desde meados dos anos 1980 “tem ocorrido uma mudança radical na maneira como os estudos de segurança têm sido conduzidos por muitos acadêmicos no campo das Relações Internacionais. Para ele, o “enfrentamento” às epidemias está diretamente relacionado com um “processo de securitização”, no qual “um determinado tópico constitui uma ameaça à ordem em vigor e, por essa razão, requer medidas emergenciais e excepcionais para a sua neutralização”.

 

"Lulismo recupera certo fôlego para projetar governo com marca própria"

Entrevista especial com Bruno Lima Rocha, doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e professor nos cursos de Relações Internacionais, Ciência Política e Jornalismo na Unifin, na ESPM-Sul e na Unisinos

Publicada em 27-10-2014

"Dilma venceu na comparação dos governos do lulismo diante da Era FHC; ganhou na autoestima dos brasileiros (identificação das camadas populares); no cálculo racional da real possibilidade de piora das condições materiais de vida; e, por fim, na rejeição a Aécio Neves e ao personagem que, vindo da oligarquia mineira, promoveria um 'novo' país com as velhas elites de sempre", afirma Bruno Lima Rocha. Segundo ele, "o Brasil que emergiu na luta contra o aumento das passagens e a vitória pontual em algumas importantes cidades não se identifica com o jogo da eleição indireta e pode voltar a se apresentar na arena política em 2015”.

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