Edição 450 | 11 Agosto 2014

Acessar e questionar o documento — a importância da ação educativa em acervo

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Andriolli Costa

Haike Kleber da Silva defende a importância de dar a conhecer as informações disponíveis em acervos, incitando sua curiosidade e provocando-a a questionar as verdades preestabelecidas

Em 1988, a historiadora e arquivista Heloísa Liberalli Bellotto lança a primeira edição de seu manual Arquivos Permanentes: tratamento documental (Rio de Janeiro: FGV, 2004). Na publicação, referencial na área, a autora afirma: “Os arquivos públicos existem com a função precípua de recolher, custodiar, preservar e organizar fundos documentais originados na área governamental, transferindo-lhes informações de modo a servir ao administrador, ao cidadão e ao historiador”. Dentro desta lógica, ainda que relevante, a difusão cultural, educativa e editorial é colocada em segundo plano.

Para a pesquisadora Haike Kleber da Silva, no entanto, a difusão do conhecimento disponível no acervo é fundamental. “Dar a conhecer o potencial do patrimônio documental à sociedade é primordial. Não devemos esperar pelas demandas do público; devemos estimulá-los, incitar sua curiosidade ou — como expressamos no artigo — dar publicidade ao que já é público, mas que está guardado ou é desconhecido”. 

Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, Silva trata da influência historiográfica na concepção de produtos educativos e pedagógicos por meio do acervo documental do Arquivo Público do Estado de São Paulo, aborda a Lei de Acesso à Informação, problematiza o direito autoral de produtos midiáticos e apresenta exemplos de experiências bem-sucedidas de ação educativa.

É o caso do projeto do acervo paulista em parceria com o Memorial da Resistência de São Paulo, para alunos do Ensino Fundamental II e Médio, no qual enfocou-se o período da ditadura militar. “Nesse caso, a atividade é constituída de uma oficina onde são apresentados e discutidos alguns conceitos (crime político, ditadura, agentes subversivos) identificados nos documentos produzidos pelo DEOPS/SP”. Deste contato direto com o documento têm-se um propósito, que é o de “fazer entender aos alunos que a História não está pronta e acabada, que os documentos sob a guarda do Arquivo são produtos de seu tempo e exprimem as relações sociais do contexto em que foram produzidos”.

Haike Kleber da Silva possui graduação em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, mestrado em História pela Unisinos e doutorado na mesma área também pela UFRGS. Atuou profissionalmente em instituições de acervo e envolveu-se voluntariamente em discussões sobre políticas públicas voltadas ao patrimônio. Atualmente, trabalha no Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde é responsável pelo Centro de Difusão e Apoio à Pesquisa, que inclui as atividades ligadas ao atendimento ao público, às políticas de ação educativa, à produção editorial impressa e eletrônica e à coordenação do acervo da biblioteca e hemeroteca. É autora de Entre o amor ao Brasil e ao modo de ser alemão: a história de uma liderança étnica (1868-1950) (São Leopoldo: Oikos, 2006) e co-organizadora, entre outros livros, de A História da Câmara e a Câmara na História (São Leopoldo: Oikos, 2006) junto com a professora Marluza Harres.

Confira a entrevista.

 

IHU On-Line - De que forma os paradigmas contemporâneos que afetam a História como disciplina influenciam o modo como se trabalham os acervos? 

Haike Kleber da Silva - De que trabalho se está falando? Daquele feito pelo pesquisador? Ou do trabalho feito pelo técnico na descrição arquivística? Prefiro tratar da influência historiográfica especificamente na concepção de produtos educativos e pedagógicos por meio do acervo documental do Arquivo Público do Estado de São Paulo, que é o trabalho realizado pelo nosso Núcleo de Ação Educativa. 

Atualmente, o trabalho pedagógico é influenciado pelas concepções historiográficas da Escola dos Annales , que, a partir das primeiras décadas do século XX, impulsionaram novas abordagens para o campo da História e ampliaram a noção de documento. Antes desse paradigma historiográfico, a construção da História tendia para a eternização dos “grandes heróis”, privilegiando o evento, a neutralidade, o tempo linear, etc. O documento escrito era concebido como elemento indispensável para a construção histórica, pois nele estava contida a verdade absoluta dos fatos, sendo considerado como prova irrefutável.

No alargamento da concepção de documento também vieram à tona novos métodos para a pesquisa e leitura dos acervos documentais. Se para o Positivismo a única crítica ao documento foi a sua autenticidade, para a Nova História  a crítica é voltada ao seu conteúdo. Entra em cena a história-problema: quais as intencionalidades do documento; qual o contexto que foi criado; por quem, para quem e por que foi produzido? Retomam-se aqui as contribuições de Jacques Le Goff  ao problematizar o conceito de “documento/monumento”. Essas influências podem ser evidenciadas nas atividades desenvolvidas pela nossa equipe, como as exposições virtuais, as oficinas e cursos pedagógicos e a coleção Ensino e Memória. 

Ensino e Memória

No caso das exposições virtuais e da Coleção Ensino e Memória, estas são elaboradas a partir de uma temática histórica, compostas por textos e sugestões de atividades didáticas para uso em sala de aula, além de reprodução de imagens do acervo sobre o tema em questão. A escolha da temática dialoga com o potencial do acervo e com as propostas curriculares. Os textos buscam explorar o assunto, resgatando sujeitos históricos antes esquecidos pela historiografia (a participação dos marinheiros na Revolta da Chibata ; dos mascates e ambulantes na constituição do espaço urbano; das mulheres na guerra e no futebol). Já as atividades pedagógicas problematizam questões do presente e do passado, oferecendo possibilidade para que o aluno confronte, interprete, questione e reflita sobre o fato histórico por meio da análise das fontes documentais. 

Essa dinâmica/propósito não se difere das concepções adotadas na elaboração das demais atividades. No caso das oficinas pedagógicas, o trabalho é realizado diretamente com professores e alunos de graduação abordando questões teóricas e metodológicas sobre os usos dos documentos de arquivo na sala de aula. 

Nas oficinas pedagógicas, trabalhamos com alunos da Educação Básica, desde o público de Ensino Fundamental I até o Médio. Nesses casos, o propósito é o de fazer entender aos alunos de que a história não está pronta e acabada, que os documentos sob a guarda do Arquivo são produtos de seu tempo e exprimem as relações sociais do contexto em que foram produzidos. Uma das temáticas desenvolvidas dentro dessas oficinas trata das “Fontes Históricas” e tem como objetivo trabalhar conceitualmente o papel das fontes primárias na pesquisa e na construção do conhecimento.

Outro exemplo é um projeto que realizamos em parceria com o Memorial da Resistência de São Paulo, para alunos do Ensino Fundamental II e Médio, no qual abordamos o período da ditadura militar. Nesse caso, a atividade é constituída de uma oficina onde são apresentados e discutidos alguns conceitos (crime político, ditadura, agentes subversivos) identificados nos documentos produzidos pelo DEOPS/SP. Em seguida, os alunos visitam a exposição de longa duração do Memorial que foi elaborada a partir do relato e da experiência de presos políticos. Assim, a proposta da atividade é explorar a relação entre História e Memória e como ela se constrói.

 

IHU On-Line - Qual o objetivo de um acervo? Atender às necessidades da administração a que servem ou salvaguardar e socializar informação? 

Haike Kleber da Silva – Trabalhei esta questão juntamente com minha colega Andresa Barbosa  em artigo publicado em 2012 na revista Acervo, do Arquivo Nacional. Na ocasião, discutíamos a importância da difusão em Arquivos, já que ela foca principalmente a socialização da informação. Polemizamos com as afirmações de Bellotto  em seu famoso manual Arquivos Permanentes: tratamento documental (Rio de Janeiro: FGV, 2004), no qual ela enfatiza — tanto na edição original de 1988 como na de 2007 — que as funções principais dos Arquivos Permanentes são o recolhimento, a custódia, a preservação e a organização de documentos gerados pelo governo de forma que sejam úteis à administração, aos cidadãos e à historiografia. Deixa a difusão “cultural”, “educativa”, “editorial” em segundo lugar, para além das competências primordiais, servindo, no entanto, para dar à instituição “contornos sociais”. Entendemos assim que para Bellotto os “contornos sociais” estão em segundo plano. E é essa ideia que contestamos veementemente no artigo.

Dar a conhecer o potencial do patrimônio documental à sociedade é primordial. Não devemos esperar pelas demandas do público; devemos estimulá-los, incitar sua curiosidade ou — como expressamos no artigo — dar publicidade ao que já é público, mas que está guardado ou é desconhecido. Dar publicidade e visibilidade às fontes e à riqueza documental dos Arquivos de forma ampla, para públicos distintos do acadêmico ou da administração, é construir valor, sem o que a instituição não se sustenta.

A legislação já evoluiu bastante, sobretudo com a Lei de Acesso à Informação, extensiva a outros órgãos que não apenas os Arquivos. O cidadão tem à sua disposição agora um instrumento efetivo de cobrança de seus direitos no que se refere ao acesso à informação. Ao Arquivo cabe ainda mais: promover a divulgação do patrimônio documental que preserva ampliando o conhecimento sobre ele.

 

IHU On-Line - Pensando ainda na disseminação de informação, qual a sua visão sobre a não abertura dos arquivos da Ditadura militar, que permanecem em segredo de estado? 

Haike Kleber da Silva – Sua pergunta é relativa aos arquivos ainda não abertos, certo? Entendo que esses estão com os dias contados. Uma série de instituições e principalmente a sociedade civil estão bastante engajadas no desvelamento desses arquivos. A disponibilização de mais e mais conjuntos documentais de forma irrestrita tem mostrado isso. O Arquivo Nacional, impulsionado pela Lei de Acesso à Informação, liberou em 2012 a consulta a documentos do SNI; no mesmo ano, o Arquivo Público Mineiro disponibilizou na internet 250 mil páginas de documentos do antigo Departamento de Ordem Política e Social de Minas Gerais; em 2013, o projeto Brasil Nunca Mais Digital trouxe a público, também na rede, 900 mil páginas relativas a cerca de 710 processos julgados no Supremo Tribunal Militar; e como não poderia deixar de dizer, no mesmo ano, o Arquivo Público do Estado de São Paulo disponibilizou cerca de 1 milhão de páginas de documentos do DEOPS-SP na internet. E o processo de abertura apenas começou. 

Lembro que alguns Arquivos, mesmo antes da Lei 12.527, já forneciam acesso aos documentos da ditadura presentes nos conjuntos documentais dos órgãos de repressão de seus respectivos estados. Rio de Janeiro e São Paulo estão entre eles. Pesquisas, trabalhos acadêmicos e uma série de processos de reparação são resultado da abertura desses Arquivos. Portanto, a abertura dos arquivos da ditatura é um processo que foi iniciado e certamente não tem volta.

 

IHU On-Line – Em nível empresarial, como encarar, por exemplo, o caso das emissoras de TV, que mesmo sendo concessões públicas não liberam seus arquivos de programas e telejornais?

Haike Kleber da Silva – Não gostaria de entrar na questão da empresa privada x concessão pública por simplesmente desconhecer o tema. Mas acho que posso aproveitar o gancho para falar dos direitos autorais das emissoras e empresas jornalísticas sobre o conteúdo — que é, na maioria das vezes, a vida pública e, do ponto de vista do conhecimento, o saber, a cultura. Particularmente, penso que está mais do que na hora de rever a Lei de Direitos Autorais à luz das novas tecnologias de difusão do conhecimento e sob o prisma prioritário da socialização da cultura. Convivo, no trabalho do Arquivo, com os entraves que a legislação coloca para divulgação e uso de periódicos e fotografias que registram importantes momentos da história do país. E estamos “com a faca e o queijo nas mãos”: tecnologia para difusão e um público sedento para devorar essa riqueza cultural. 

 

IHU On-Line – Sobre acervos privados, existe alguma proposta de promover a socialização destas informações por meio da digitalização dos documentos? 

Haike Kleber da Silva – Acervos privados — recolhidos a instituições públicas sem restrição à divulgação das informações quando da doação — são passíveis de digitalização e difusão na internet. No Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde se encontram alguns conjuntos privados (de interesse público), já foram feitas algumas iniciativas de digitalização. Exemplo disso é o acervo do antigo Partido Democrático. Melhor ainda falar do acervo fotográfico do jornal Última Hora, cujo volume disponível hoje é de 97 mil imagens. Atualmente, um projeto financiado pela Petrobras vem promovendo o tratamento de preservação, informação e reprodução digital de mais 166 mil fotografias do Última Hora.

 

IHU On-Line – Ainda sobre digitalização, quais são os benefícios e os entraves para este tipo de ação? E o historiador perde alguma coisa sem este contato direto com o material de análise? 

Haike Kleber da Silva – Em minha experiência profissional só tenho visto vantagens na digitalização de acervos. Qualquer pesquisador que entenda minimamente como funciona um banco de dados online tem acesso a fontes documentais de vários lugares do mundo. É claro que o que deve ser cuidado é o uso da estratégia de forma indiscriminada. É necessário, em primeiro lugar, que o detentor do acervo promova o tratamento da informação, que trabalhe sobre o acervo físico ou, nas palavras do jargão da comunidade dos Arquivos, que se promova o tratamento arquivístico. Esta, por sinal, é condição sine qua non para qualquer disponibilização ao público, seja on-line ou no salão de consultas. 

Não tenho dúvidas sobre a validade da digitalização para difusão; como estratégia de preservação, ainda me parece temerária em razão dos custos de armazenamento. No Arquivo Público do Estado de São Paulo estamos justamente no meio dessa discussão.

Perguntada se o historiador perde pela falta de contato com o documento original, respondo que não vejo perda alguma. Os ganhos em agilidade e acessibilidade são infinitamente maiores que as perdas. É claro que se espera boa qualidade da reprodução para que os detalhes possam ser evidenciados. Particularmente gosto muito dos originais. Mas se sua manipulação constante pelos pesquisadores afetar a integridade física do documento, é melhor encontrar saídas para sua estabilização. E nisso a digitalização pode ajudar.   

IHU On-Line - Que ações têm sido desenvolvidas para permitir a democratização das informações contidas em acervos? Quais instituições no Brasil ou no mundo você destacaria por realizar trabalhos exemplares? 

Haike Kleber da Silva – As ferramentas de internet têm sido grandes aliadas dos Arquivos e Bibliotecas para a democratização dos seus acervos. Pequenos bancos de dados ou grandes sistemas de busca estão disponíveis em sites de várias instituições. A digitalização dos documentos vem complementar os instrumentos de pesquisa mais ou menos sofisticados com a visualização dos documentos digitalizados. Esta estratégia é utilizada por uma infinidade de instituições, chegando às vezes a compor redes — como é o caso da Europeana . Dentro do Brasil posso destacar aqui a Hemeroteca Nacional Digital  como bom exemplo. 

O que mais um Arquivo pode fazer para permitir a democratização das informações contidas nos acervos? A gama de possibilidades é bastante grande. No Arquivo Público do Estado de São Paulo, por exemplo, além do acesso tradicional aos documentos originais no salão de consultas, promovemos a difusão por meio de exposições físicas e virtuais, o atendimento a grupos escolares de todos os níveis (do Fundamental I ao Superior), a produção de páginas eletrônicas temáticas e a divulgação do acervo “em doses homeopáticas” por meio de chamadas no Facebook, além, é claro, da disponibilização de documentos em bases de dados na internet. 

Mas ainda devemos fazer mais. Há um público específico que não é atingido por estas estratégias e merece uma atenção especial. Os Arquivos devem se preocupar com o atendimento e o acolhimento das demandas das pessoas com deficiências colocando em pauta a criação de políticas de acessibilidade. Esse é um desafio que tem nos ocupado nos últimos dois anos.

 

IHU On-Line - Quais as grandes dificuldades para a ação educativa em acervos? Seria a falta de políticas públicas? De recursos humanos e financeiros? 

Haike Kleber da Silva – Não posso deixar de pontuar primeiramente que trabalhar os acervos documentais como produto de difusão, e principalmente produto pedagógico, é um dos desafios colocados na atualidade para as instituições arquivísticas no Brasil. Se, em países como Espanha, França e Inglaterra essa questão está bem encaminhada, pelo menos desde a década de 1950, no Brasil, a realidade é bem diferente. 

Em uma pesquisa realizada em 2010 em sites institucionais dos Arquivos estaduais, constatou-se que, dos 27 sites pesquisados, somente sete mostravam algum indício da oferta de atividades de cunho educativo ou cultural a partir do acervo. Essa constatação nos aponta para várias questões referentes às condições de infraestrutura e de recursos humanos nas quais os Arquivos e a memória pública se encontram. Também podemos refletir aí sobre a priorização das funções de Arquivo de cada instituição: o velho tema da difusão como “quinta roda da carreta”. Essa é uma discussão importante que merece ainda muita atenção da sociedade e daqueles que podem transformar essa realidade. 

No Arquivo Público do Estado de São Paulo, o que temos em termos de ação educativa hoje é fruto de um trabalho de sete anos, com investimento em mão de obra especializada e muito engajamento da equipe.

 

IHU On-Line - Tendo em vista que materiais como fotografias, mapas, jornais, revistas, manuscritos são documentos sensíveis, é possível que qualquer acervo abra suas portas para ações educativas? 

Haike Kleber da Silva – Qualquer ação deve respeitar as condições e restrições de conservação dos documentos. Para documentos mais sensíveis — como as fotografias, passíveis de degradação pela variação de temperatura —, utilizamos reproduções nas atividades educativas sem perda alguma na aprendizagem. Envelopamento em poliéster para o manuseio dos mapas e o uso de luvas para todo e qualquer documento ajudam a trabalhar conceitos de preservação. Mas é necessário que haja orientação especializada dos conservadores: eles é que nos dirão o que tem e o que não tem condições de ser utilizado.

 

IHU On-Line – Deseja acrescentar mais alguma coisa? 

Haike Kleber da Silva – Eu me sinto honrada de poder estar aqui participando da festa dos 35 anos da ANPUH-RS, entidade na qual me engajei e para a qual acho que dei uma boa parcela de contribuição. Além disso, retornar à Unisinos para mostrar um pouco do que tenho feito desde que abandonei os “pagos do Rio Grande” também é muito gratificante. Parte de minha formação como pesquisadora se deu nessa universidade. Parte de minha ligação com os acervos também. Sempre tive um apego especial pelos periódicos publicados em alemão na “colônia” preservados com bastante zelo pelo Prof. Rambo  e sua equipe. Como diz o ditado: “o bom filho a casa torna”!

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