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Redação
O homem que calculava narra as aventuras de um calculista persa, chamado Beremiz Samir, no caminho entre Samarra e Bagdá, no século XIII. Ao longo da história, são apresentados problemas e curiosidades matemáticas, inspirados nos contos de Mil e Uma Noites. Malba Tahan ensinava matemática por meio da ficção e é aqui que reside a grande curiosidade. O autor Malba Tahan, nascido em 1885, na Árábia Saudita, cuja obra seria traduzida pelo fictício professor Breno Alencar Bianco, nada mais é do que o pseudônimo do matemático e escritor brasileiro Júlio César de Mello e Souza. Júlio César foi um aluno com mau desempenho em matemática, apontando o ensino tradicional como vilão. A própria biografia do professor, que ficou célebre por sua atuação inovadora, com uma didática própria, lúdica e divertida, é um enredo de ficção, visto que somente conseguiu destaque para os seus contos quando criou um fictício autor americano, R. S. Slade, viabilizando a publicação de sua obra.
Gustavo Paim é professor do curso de Direito da Unisinos.