Edição 417 | 06 Mai 2013

Editorial

close

FECHAR

Enviar o link deste por e-mail a um(a) amigo(a).

Redação

Examinar o conceito de autonomia em suas diferentes acepções e, sobretudo, analisar a herança e atualidade kantiana para compreendermos os desafios que se colocam em nosso tempo a partir do protagonismo e responsabilidade do sujeito é o tema em discussão da revista IHU On-Line desta semana.

Para Jerome B. Schneewind, professor emérito da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, e autor do clássico A invenção da autonomia (São Leopoldo: Unisinos, 2001), o iluminismo kantiano pode nos mostrar conflitos insolúveis entre a felicidade e o dever.

O filósofo Oswaldo Giacoia, docente na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, assinala que, reagindo ao “kantismo”, Nietzsche assentou no perspectivismo histórico e genealógico a sua compreensão de autonomia.

O filósofo francês Paul Valadier, acentua que “heteronomia e autonomia são indivisíveis”, e que desde a Renascença europeia a autonomia é cada vez mais reivindicada.

O filósofo e psicanalista Mario Fleig atenta para a contraposição entre uma “sociedade organizada à luz de imperativos morais do tipo kantiano” e outra cujos imperativos egoístas são seu modelo. O delírio de autonomia, observa, surge do imperativo de gozar sem limite.

Os impasses do indivíduo como fundamento do direito são uma das perspectivas abordadas por Daniel Tourinho Peres, professor da Universidade Federal da Bahia – UFBA, que aponta a existência de nexo confuso entre autonomia e individualismo.

Vinícius Berlendis Figueiredo, docente na Universidade Federal do Paraná – UFPR, pondera que para Kant, a autonomia não se basta a si mesma e que a relação entre democracia e autonomia não é evidente.

A pós-modernidade exalta a autonomia e atribui caráter absoluto ao sujeito, que transfere essa prerrogativa à razão, constata Carlos Josaphat, teólogo.

Por fim, Rejane Schaefer Kalsing, professora do Instituto Federal Catarinense, em Santa Rosa do Sul-SC, examina detalhadamente o conceito de autonomia na obra de Kant e pontua a novidade desse sistema em relação ao eudaimonismo aristotélico.

O aborto e seus dilemas para as mulheres é o tema da reportagem da semana.

Maria Manuela Brito Martins, da Universidade Católica Portuguesa – Polo do Porto, analisa as influências neoplatônicas de Heidegger em seu percurso filosófico.

O Semiárido e Hannah Arendt são o foco do artigo de Daniel Arruda Nascimento, do PPG Filosofia da Universidade Federal Fluminense – UFF.

O aquecimento global e suas implicações para o futuro humano são examinados pelo geólogo Ernesto Lavina, da Unisinos, que estará no IHU no dia 07-05-2013, terça-feira, no evento em preparação para o XIV Simpósio Internacional IHU – Revoluções Tecnocientíficas, Culturas, Indivíduos e Sociedades. A modelagem da vida, da produção do conhecimento e dos produtos tecnológicos para a tecnociência contemporânea, a ser realizado nos dias 21 a 24 de outubro de 2014.

A todas e todos uma ótima leitura e uma excelente semana!

Últimas edições

  • Edição 552

    Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

    Ver edição
  • Edição 551

    Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

    Ver edição
  • Edição 550

    Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

    Ver edição