Edição 415 | 22 Abril 2013

Biografia

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Redação

Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28-06-1712 – Ermenonville, 02-07-1778) foi um importante filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. É considerado um dos principais filósofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo.

Na adolescência, foi estudar numa rígida escola religiosa. Gostava de passear pelos campos. Em certa ocasião, encontrando os portões da cidade fechados, quando voltava de uma de suas saídas, opta por vagar pelo mundo.

Acaba tendo como amante uma rica senhora e, sob seus cuidados, desenvolveu o interesse pela música e filosofia. Longe de sua protetora, que agora estava em uma situação financeira ruim e com outro amante, ele parte para Paris.

Aos 37 anos, participando de um concurso da academia de Dijon, cujo tema era “O restabelecimento das ciências e das artes terá favorecido o aprimoramento dos costumes?”, torna-se famoso ao escrever o Discurso sobre as ciências e as artes, ganhando o prêmio em 1750. Após isso, Rousseau, então famoso na elite parisiense, é convidado a participar de discussões e jantares para expor suas ideias. Ao contrário de seu grande rival Voltaire , que também não tinha o sangue azul, aquele ambiente não o agradava. Rousseau tem cinco filhos com sua amante de Paris, porém, acaba por colocá-los todos em um orfanato.

Escritos tais como Emílio e Profissão de fé do vigário Saboiano irão acarretar perseguições e retaliações tanto em Paris como em Genebra. Chega a ter obras queimadas. Rousseau rejeita a religião revelada e é fortemente censurado. Era adepto de uma religião natural, em que o ser humano poderia encontrar Deus em seu próprio coração.

Entretanto, seu romance A Nova Heloísa mostra-o como defensor da moral e da justiça divina. Apesar de tudo, o filósofo era um espiritualista e terá, por isso e entre outras coisas, como principal inimigo Voltaire, outro grande iluminista.

Exílio

Politicamente, expõe suas ideias na obra Contrato social. Procura um estado social legítimo, próximo da vontade geral e distante da corrupção. A soberania do poder, para ele, deve estar nas mãos do povo, através do corpo político dos cidadãos. Segundo suas ideias, a população tem que tomar cuidado ao transformar seus direitos naturais em direitos civis, afinal “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”.

No ano de 1762, começou a ser perseguido na França, pois suas obras foram consideradas uma afronta aos costumes morais e religiosos. Refugiou-se na cidade suíça de Neuchâtel. Em 1765, foi morar na Inglaterra a convite do filósofo David Hume . De volta à França, casou-se com Thérèse Levasseur, no ano de 1767.

Depois de toda uma produção intelectual, suas fugas às perseguições e uma vida de aventuras e de errância, Rousseau passa a levar uma vida retirada e solitária. Por opção, ele foge dos outros homens e vive em certa misantropia.

Nessa época, dedica-se à natureza, que sempre foi uma de suas paixões. Seu grande interesse por botânica o leva a recolher espécie e montar um herbário. Seus relatos desta época estão no livro Devaneios de caminhante solitário. Falece aos 66 anos, em 2-07-1778, no castelo de Ermenonville, onde estava hospedado.

Principais obras

Discurso sobre as ciências e as artes (São Paulo: Atena, 1959)

Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens (2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999)

Contrato social (São Paulo: Abril Cultural, 1973)

Emílio, ou da Educação (São Paulo: Martins Fontes, 1995)

Os devaneios de um caminhante solitário (Porto Alegre: L&PM, 2009)

Cronologia

1712: Nasce em Genebra a 28-06 Jean-Jacques Rousseau. Suzanne Bernard, mãe de Rousseau.

1719: Daniel Defoe publica Robinson Crusoé, uma das principais influências literárias de Rousseau.

1745: Une-se a Thérèse Levasseur, com quem tem cinco filhos, que são abandonados.

1749: Escreve o Discurso sobre as ciências e as artes.

1755: Publica o Discurso sobre a origem da desigualdade e o Discurso sobre a economia política.

1762: Publica o Contrato social em abril e o Emílio, ou Da Educação em maio.

1776: Escreve os Devaneios de um caminhante solitário. Declaração da Independência das colônias inglesas na América.

1778: Rousseau termina de escrever os Devaneios. Morre em 02-07 e é sepultado em Ermenonville. Seus restos mortais foram traslados para o Panteão de Paris em 1794. Morte de Voltaire.

 

Fonte: http://bit.ly/dzJlN

 

O sitio www.ihu.unisinos.br publicou, durante o ano passado, vários artigos sobre Rousseau. Confira: 

 

Rousseau, um sonhador que nos ilumina. Reportagem de Pascale Senk, publicada em 31-08-2012, disponível em http://bit.ly/Rw1xKp 

Rousseau. O precursor de uma religião “à la carte”. Reportagem de Pascale Senk, publicada em 06-09-2012, disponível em http://bit.ly/OY1nHD 

“Rousseau descobriu aquilo que chamamos de empatia”. Entrevista com Jacques Lecomte, professor na faculdade de ciências sociais do Instituto Católico de Paris, publicada em 01-09-2012, disponível em http://bit.ly/OGprPi 

A volta de Rousseau. Entrevista com Alain Grosrichard, presidente da Sociedade Jean-Jacques Rousseau, publicada em 08-01-2013, disponível em http://bit.ly/Wy1dsM 

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