Edição 391 | 07 Mai 2012

Clube da luta: um olhar de gênero

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Fernanda Azeredo de Moraes

Para Fernanda Azeredo de Moraes, o filme de David Fincher propõe uma crítica abrangente à sociedade de capitalista contemporânea, problematizando principalmente as lógicas de consumo e trabalho

O texto a seguir foi apresentado no Ciclo de Debates Gênero e Cinema, organizado pelo Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – Cepat, de Curitiba, em 2011. Para saber mais sobre o Cepat acesse www.ihu.unisinos.br/cepat. A autora, Fernanda Azeredo de Moraes, é bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência nas áreas de Sociologia e Antropologia com ênfase em Estudos de Gênero e Teoria Feminista.

O ciclo de filmes Gênero e Cinema buscou contribuir para o fim das opressões, discriminação e preconceito relacionados às diferenças de gênero bem como propor a desconstrução dos estereótipos e apresentar novas definições. A atividade contou com o apoio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU e do Sindicato dos Engenheiros do Paraná. Entre os filmes exibidos estavam o longa-metragem “Clube da luta”, dirigido por David Fincher e tema do presente artigo.

Clube da Luta - Ficha técnica

Nome original: Fight Club, 1999

Direção: David Fincher

Roteiro: Chuck Palahniuk (romance), Jim Uhls (roteiro)

Gênero: Ação/Drama

Origem: Alemanha/Estados Unidos

Duração: 139 minutos

Tipo: Longa-metragem

 

Confira o artigo.

O filme Clube da luta (David Fincher, 1999) propõe uma crítica abrangente à sociedade capitalista contemporânea, problematizando principalmente as lógicas de consumo e trabalho. Contudo se nos propormos a olhar para a questão da masculinidade – a meu ver uma das personagens principais da narrativa –, poderemos perceber o quanto o gênero é um sistema simbólico imbricado em todas as esferas da nossa cultura.

Para isso, é importante recapitularmos rapidamente como a masculinidade vem sendo discutida e problematizada na teoria social.

Um dos grandes insights da reflexão feminista da década de 1970 foi o conceito de gênero. Tornou-se cada vez mais claro que os estudos de mulheres não davam conta de problematizar o universo no qual as próprias mulheres estavam inseridas; percebeu-se que a condição feminina não podia ser compreendida de maneira isolada, que a estrutura social e cultural que o feminismo apontava como opressora das mulheres englobava homens também – tanto dominadores como oprimidos. Desse modo, fez-se necessária a criação de uma nova categoria de análise para pensar tais relações de poder que envolvem homens e mulheres: o gênero.

Referente à identidade pessoal, status social e designação legal, o gênero é independente do sexo – anatômico-biológico – e da sexualidade – desejo sexual. É uma construção sociocultural de práticas cotidianas – desde performances físicas como a maneira de caminhar, até escolhas, gostos, atitudes etc. – aceitas por um determinado grupo como definidoras de masculinidade ou feminilidade, ou seja, como definidoras de identidade de gênero. Assim, o sistema de gênero se organiza numa estrutura eminentemente relacional. Em nossa sociedade, tradicionalmente a feminilidade só pode ser definida e compreendida em contrapartida à masculinidade: a mulher é fraca enquanto o homem é forte, delicada enquanto ele é bruto... as dicotomias diametralmente opostas são inúmeras, como podemos observar no filme.

As implicações desse sistema de gênero sobre a vida das mulheres há muito vêm sendo problematizadas, tanto na teoria como na prática: hoje é senso comum dizer que mulheres não são fracas, que mulheres podem ser engenheiras, que mulheres são iguais aos homens, tão diversas e repletas de qualidades e defeitos quanto eles. Mas será que podemos dizer o mesmo sobre os homens? Será que os ideais de força, poder e virilidade foram tão relativizados quanto a suposta delicadeza e fragilidade feminina? A tão falada revolução sexual foi apenas para mulheres?

Ao longo da modernidade nos acostumamos a usar (e isso não é apenas no português) o termo homem como referenciando toda a humanidade. O “homem” se tornou o sujeito neutro da história. Ora, se existe alguma coisa que os movimentos feministas e negros – entre muitos outros movimentos sociais – revelaram ao longo do século XX é que esse “sujeito neutro” não existe, que a suposta neutralidade nada mais é que um esforço para invisibilizar o diferente – o negro, a mulher... – e colocar o dominante – o homem branco – como norma, relegando todos os outros a um lugar de desviantes. Ao chamarmos todos pelo nome de um – ao chamarmos homens e mulheres de simplesmente homem, e não de pessoas, humanos, ou qualquer outro termo não generificado – ignoramos a existência de alguns para valorizar a de outros.

Esse foi o cenário para o florescimento do feminismo e da discussão de gênero. Enquanto as mulheres tinham o gênero como definidor de suas existências, os homens eram a norma, o padrão, o sujeito universal não afetado por essa diferença. Foi lutando por igualdade que o movimento feminista pode dar-se conta do caráter relacional do gênero, compreender a sua dimensão sistêmica que abrange a tudo e a tod@s. A partir desse insight, torna-se claro “o homem”, em suas universalidades e peculiaridades, deve também ser colocado em xeque.

O privilégio muitas vezes é invisível para aquele que é por ele abençoado. Um homem branco de classe média dificilmente teria porque perceber como a raça, a classe ou gênero afetam sua vida. Mas quando mulheres e negros – dentre muitos outros – questionam suas condições e se emancipam, enquanto aquele que antes se entendia como neutro permanece imóvel, este se torna o novo disfuncional, o novo objeto a ser problematizado e transformado.

Para alcançar uma ordem de gênero mais justa e igualitária, revelou-se necessário observarmos o homem como homem, em suas particularidades dentro da ordem de gênero, atentando para sua identidade masculina, como ela é construída e representada, suas causas e consequências não só para eles, mas para tod@s nós.

E foi assim que nos anos 1970 na Europa e nos EUA surge o movimento de homens (men’s movement) e com ele os estudos de masculinidades. Fruto da compreensão de que não são apenas as mulheres que estão sujeitas ao gênero e da constatação de que também não são apenas elas que estão descontentes com essa ordem. Autores passam a afirmar que tal qual ser mulher, a masculinidade é um fardo também para os homens, é uma identidade que se constrói a altos custos para seus corpos e almas. Mesmo sendo o maior beneficiado pelo sistema de gênero vigente, o homem é também oprimido pela forma de socialização masculina imposta, sistema factualmente cruel petrificado em clichês como “homem não chora”, “homem não leva desaforo para casa”, ou mesmo em números inegáveis como a maior taxa de mortalidade por causas violentas entre homens jovens ou a expectativa de vida masculina, sempre invariavelmente inferior à feminina.

De acordo com a socióloga australiana Raewyn Connel, a masculinidade possui uma forte dimensão coletiva (CONNEL, 2003); seria o grupo, o conjunto de homens, através de seus signos e símbolos que atribuiria aos seus participantes a qualidade de “homem”, a identidade masculina. Assim, os momentos de convivência exclusivamente entre homens (como os demonstrados ao longo do filme), ou seja, de homossocialidade, seriam essenciais na constituição identitária de homens, uma vez que eles reforçariam e reiterariam suas identidades de gênero de maneiras simbólicas e performativas para a coletividade. Quando em conjunto, os homens teriam comportamentos e dinâmicas que serviriam para reproduzir simbolicamente suas masculinidades para si e para grupo: contam vantagem, fazem piadas, competem, demonstram força e virilidade, performances que tem o intuito de desmasculinizar o outro e, assim, reafirmar a identidade masculina do performante (ALMEIDA, 2000). Como já foi dito acima, a masculinidade se construiria em oposição à feminilidade, de forma que, bem como vimos no filme, as situações homossociais masculinas, os momentos de convivência exclusivos entre homens, sejam em bares, clubes, jogos de futebol, ou clubes de luta, alcançariam a reiteração e construção da identidade masculina em seus atores principalmente através da exclusão tanto física como simbólica do feminino.

O também sociólogo Michael Kimmel (1997, 2004) demonstra como durante a virada do século XIX para XX a crescente urbanização e o controle feminino do mundo da casa, da escola e da igreja amedrontavam os homens adultos de que a próxima geração de meninos se tornasse “fraca e feminilizada”, impulsionando-lhes a criar instituições que buscavam educar meninos dentro de “valores masculinos” e que proporcionavam um espaço de convivência exclusivo para homens. Os exemplos vão desde organizações escoteiras até times de futebol e clubes, espaços todos “for men only”, apenas para homens, como o personagem de Edward Norton se refere ao “novo grupo que encontrou”. Nesses espaços os homens teriam a possibilidade de encontrar um lugar de iguais, em que podem experimentar o conforto, o companheirismo e a compaixão sem se sentirem desmasculinizados.

Além disso, como é latente no filme, muitos grupos de homossocialidade masculina se tornam também uma maneira encontrada pelos atores sociais de fugirem do individualismo exacerbado atual e de se encontrarem como pessoas (relacionais) em relações mais horizontais e holísticas. Para os personagens do filme “Clube da luta” é uma possibilidade de fuga do individualismo atomista contemporâneo, um espaço que possibilita o sentimento de pertencimento a um grupo, uma identidade, um lugar e um objetivo no mundo. Essa busca da fusão da identidade pessoal com a de um grupo pode ser vista cotidianamente, em times e torcidas de futebol, “tribos urbanas” (como skatistas, punks, etc.) ou até em cultos religiosos.

Ainda, para podermos refletir criticamente sobre o filme, parece importante ressaltar que tal qual as mulheres, os homens estão sujeitos a um ideal de gênero inalcançável, fadados ao fracasso em sua eterna busca. E quem seria esse homem ideal? O homem branco, jovem, bonito, do hemisfério norte, rico, bem sucedido, atlético, heterossexual... as qualidades exigidas são muitas enquanto poucos são os que conseguem reuni-las. Tanto homens como mulheres constroem suas identidades cotidianamente. Trata-se de um processo performático sempre inacabado através do qual procuramos alcançar o ideal identitário de gênero, tentando continuamente provar, para os outros e para nós mesmos, a plenitude da identidade.

Assim, tradicionalmente os homens se arriscariam mais no trânsito, beberiam mais e seriam mais competitivos, sempre reiterando e aprimorando através dessas performances de coragem, virilidade, força e capacidade, suas identidades masculinas. Todavia, toda a identidade tem fissuras, é complexa, nunca é isso ou aquilo, e quanto menos o homem se aproxima do ideal colocado pela sociedade – se ele é velho, ou gordo, ou negro, ou pobre, ou gay... –, mais difícil e dispendiosa a missão de alcançar o ideal se torna, mais injusto ele parece e mais atraente fica a ideia de construir um outro ideal. E é isso que acho que podemos observar em relação ao filme.

No começo da história, o personagem principal é apresentado como um homem sujeito e submetido não só a uma ordem de gênero, mas também capitalista e individualista: ele é um escravo do sistema, compra móveis para adquirir uma identidade, tem um trabalho de colarinho branco no qual não se sente realizado ou desafiado. Ele é o homem comum, anônimo, sem nome; ele é qualquer homem. A insatisfação com o vazio de sua vida gera insônia e o faz começar a frequentar grupos de autoajuda. Não por acaso, o primeiro grupo que ele frequenta é o de câncer no testículo, um lugar só para homens literalmente “emasculados” que em grupo buscam frustradamente reafirmar sua masculinidade (“we’re still men”, “nós ainda somos homens”). É lá que ele consegue pela primeira vez a sensação que tanto buscava: a de fazer parte de algo, de partilhar com outras pessoas uma experiência, de estar, como o nome em inglês diz, em um grupo de suporte (apoio), em um support group.

E é essa relação que podemos perceber ao longo de todo filme: para além da crítica óbvia à sociedade de consumo presente no enredo e nas falas dos personagens, está também uma crítica ao individualismo exacerbado, uma busca por um sentimento de comunhão, por uma identidade de grupo que os complete e os motive, identidade essa que eles encontram no Clube da luta.

Então Marla aparece, “and she ruinned everything” (e ela estragou tudo). A personagem é o total oposto do protagonista: atravessa a rua sem olhar para os lados, rouba sem remorso, não se veste dentro do padrão, não trabalha. Ela não é uma “escrava do sistema”; ela é livre, e ela é mulher. Ela o assusta, o desestabiliza e o intriga, tira seu sono. E não pouco coincidentemente, logo depois surge Tyler.

Desde o começo, muito antes da revelação final do delírio do protagonista, fica claro que Tyler é tudo que ele deseja ser, mas não tem coragem. Como Marla, ele é livre do sistema. Apresenta-se assim um novo (contra) ideal de masculinidade que tem por base a não submissão ao capitalismo de consumo desenfreado e o descarte do autocontrole, da ascese. É um ideal que supera os símbolos hegemônicos de status, substituindo-os: no lugar de carros, dinheiro e roupas caras, o despojamento total de bens materiais, no lugar da boa aparência o desleixo, no lugar do domínio dos impulsos e das paixões a valorização da violência, no lugar da vitória como objetivo único, o prazer da luta e da convivialidade entre homens.

Ao falarem sobre casamento, Tyler diz: “we’re a generation of men raised by women. I’m wondering if another woman is really the answer we need” (nós somos uma geração de homens criados por mulheres. Me pergunto se outra mulher é realmente a resposta que estamos procurando). Assim é declarado: para se tornarem os homens que eles querem ser, eles devem se afastar das mulheres e resolverem “seus problemas entre si”.

No clube da luta, nesse espaço de iguais, onde todos estão descalços e sem camisa, esses “meninos perdidos” não lutam para vencer, para destruir o oponente, mas pelo prazer estético e êxtase físico da luta, pela fruição que ela possibilita para os lutadores e para o público. O clube da luta possibilita que em uma situação de riscos controlados esses homens revivam seus conflitos cotidianos e se transformem de ineptos garçons a deuses do ringue. A transformação de um é a transformação de todos. O que está em questão aqui não são mais os indivíduos, mas a identidade de grupo forjada a suor e sangue.

Assim, o que à primeira vista parecia como um estranho grupo masoquista hedonista se revela potencialmente uma organização política radical. A violência nunca foi o objetivo para esses homens, mas o meio de criação de um laço entre irmãos (e somente irmãos) para a subversão de um sistema em si veladamente violento. Todos abandonam suas identidades cotidianas, suas roupas de homens normais e responsáveis, para se tornarem “space monkeys” (macacos espaciais), soldados imbuídos da causa de destruir as amarras do sistema que os submetia a identidades permanentemente frustradas. E o interessante é que esse sistema a ser destruído é um sistema completo, como todo sistema, e inclui não apenas dominação econômica, mas também a dominação de gênero através da imposição de uma determinada masculinidade (produtiva e consumista) que prende esses indivíduos em ciclos de trabalho, consumo, casamento no qual eles se sentem cronicamente frustrados e impotentes.

Até a metade do filme as reuniões do clube eram caracterizadas por uma situação de risco controlado, “quando alguém gritar para, sinalizar, ou desmaiar, a luta acaba”, havia uma confiança e uma segurança mútua entre os participantes que começa a se romper quando as ações do clube da luta passam a extrapolar coletivamente as paredes suadas do porão. Em conflito, o protagonista se dá conta de que perdeu o controle – tanto do clube como de si – e, ao buscar desesperadamente compreender a situação, depara-se com a sua própria loucura, com seu alter ego que o libertou de sua vida vazia, mas que o colocou frente a escolhas com consequências radicais demais para serem encaradas. Em um embate suicida, ele consegue matar seu delírio, aquele personagem que o mantinha afastado da realidade, dizendo “estou com os olhos abertos”.

Como fala o protagonista, Marla e Tyler nunca estavam no mesmo espaço ao mesmo tempo, isso porque eles não podiam coexistir: ela é a realidade enquanto ele é o delírio. A radicalidade do projeto revolucionário do personagem de Brad Pitt, a irrealidade de sua existência, pressupõe uma negação de mulheres, é um projeto autodestrutivo. Marla realmente estraga tudo, não para o personagem de Edward Norton, mas para Tyler. Pois é por ela que o protagonista se dá conta que seu alter ego deve ser morto para que ele, agora livre e transformado, possa existir finalmente em harmonia com uma mulher livre como Marla. Ele já não precisa mais de Tyler, a sua revolução tinha sido completa. Ele era agora quem ele queria ser, sem se submeter a uma sociedade de consumo ou a uma dupla personalidade destrutiva. Não pouco significativamente, logo em seguida que o protagonista se livra de seu duplo monstruoso, Marla reaparece para assistir com ele, como a Eva para seu Adão, o “réveillon de uma nova era”.

Assim, parece que o filme Clube da luta pode ser visto como uma fábula de uma revolução masculina radicalizada, um olhar sobre uma revolução que nunca aconteceu mas que se torna cada vez mais necessária. Ela é for men only porque são esses homens “os filhos do meio”, os sujeitos médios que foram deixados à margem das transformações sociais ao longo do século XX, seja ou não por escolha dos mesmos. O clube da luta aqui retratado não serve apenas para reproduzir e reiterar um mesmo ideal de masculinidade, ele serve para que seja forjado um novo ideal e com ele, um novo mundo.

 

Referências

ALMEIDA, Miguel Vale de. Senhores de si: Uma interpretação antropológica da masculinidade. Lisboa: Fim de Século Edições, 2000.

CONNELL, Robert W. Masculinities. Berkeley: University of California Press, 1995.

KIMMEL, Michael. Manhood in America: a cultural history. New York: The free press, 1997.

______; ARONSON, Amy (org.). Men and masculinities: a social, cultural ans historical encyclopedia. Santa Barbara: ABC – CLIO, Inc. 2004.

MAFFESOLI, Michel. Homossocialidade: da identidade às identificações. Revista Bagoas: Estudos gays, gêneros e sexualidades. Vol. 1, n. 1, Julho/dezembro 2007. Disponível em: . Acesso em: 13 de maio 2009.

OLIVEIRA, Pedro Paulo de. A construção social da masculinidade. Belo Horizonte: Editora UFMG; Rio de Janeiro: IupeRJ, 2004.

SCOTT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 16, n. 2, p. 5-22, jul./dez. 1990.

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