Edição 379 | 07 Novembro 2011

Editorial

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Redação

A primeira década de funcionamento do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Unisinos inspira o debate da IHU On-Line desta semana. Quais são os rumos da Filosofia em plena era da tecnologia da informação, da globalização do saber e da fragmentação do sujeito? A filosofia tem conseguido estabelecer diálogos com os demais saberes, refletir sobre o mundo contemporâneo ou, tal como a coruja de minerva a que Hegel se refere na sua Filosofia do direito, só levanta voo ao entardecer?

Para Celso Candido de Azambuja (Unisinos), a sociedade da informação em rede perdeu “para sempre a chance de produzir seus grandes sábios”, mas por outro lado nos fez avançar por novos caminhos, repletos de possibilidades.

Alfredo Culleton, coordenador da graduação em Filosofia da Unisinos, reflete sobre a memória como possibilidade de crítica à filosofia, pontuando a importância de Ockham e Suarez no pensamento contemporâneo.

Na opinião de Ernildo Stein – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS – é preciso atentar para o uso precoce da denominação de filósofo àqueles que se ocupam “com a história, a filologia e a justaposição eclética de textos”. Filosofar exige continuidade e produção de livros e volumes de investigação, assevera.

Massimo Canevacci, italiano e docente na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, é rigoroso em sua crítica à filosofia, apontando-a como arraigada num historicismo e atrasada no diálogo com o mundo digital. Estaria a filosofia “muda” em relação às redes sociais, atrás de uma muralha, como ele afirma?

O argentino Julio Cabrera, professor na Universidade de Brasília – UnB, pondera que o filósofo está constantemente “inventando a roda”, e que sem grandes intuições, não há grande filosofia.
Luiz Rohden, da Unisinos, traça as aproximações entre filosofia e literatura, enquanto Oswaldo Giacóia, da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, frisa que a independência do pensamento é a prerrogativa máxima da filosofia.

Roberto Romano, também da Unicamp, esclarece que “o desejo de produzir um sistema é recente na filosofia”, surgido no corolário do romantismo alemão.

O platonista francês Jean-François Mattéi ressalta que o mito da caverna continua sendo fundamental e relevante em nossa época.

Duas entrevistas completam a discussão: uma com o coordenador do PPG em Filosofia da Unisinos, Adriano Naves de Brito, que menciona o respeito da comunidade acadêmica brasileira pelo curso da instituição, e outra com o filósofo jesuíta francês, Paul Valadier.

Thiago Soares, jornalista e professor na Universidade Federal da Paraíba – UFPB analisa o fenômeno pop Lady Gaga como um espelho de nosso cotidiano.

O Papel da comunicação e da mídia de massa na crise da superprodução – informação, reflexão e ideologia: o caso da crise imobiliária irlandesa é o tema abordado pelo sociólogo Henry Silke, doutorando em sociologia pela City University of Dublin (Irlanda). Nesta segunda-feira, 07-11-2011, o economista Flavio Comim, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, falará sobre Amartya Sen: o desenvolvimento como liberdade para a superação da fome, da miséria e do mal-estar social. A conferência faz parte do Ciclo de Estudos: Repensando os Clássicos da Economia.

José Alberto Baldissera, historiador e professor da Unisinos, compartilha sua história acadêmica e pessoal no IHU Repórter.

A todas e todos uma ótima leitura e uma excelente semana!

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