Edição 357 | 11 Abril 2011

100 anos de Marshall McLuhan: um teórico de vanguarda

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IHU On-Line

Há mais de quatro décadas poucos pesquisadores poderiam suportar a ideia de que um dia o mundo fosse conectado por redes que levariam os seres a viverem em uma espécie de aldeia global. Muito à frente do pensamento produzido pela tecnologia dos anos 1960, o filósofo e professor canadense Marshall McLuhan revolucionou a história da comunicação ao refletir com profundidade sobre as mudanças comportamentais provenientes do desenvolvimento da tecnologia.

A partir da primeira obra em que ganhou notoriedade, o livro A Galáxia de Gutenberg, ele começa a traçar com insistência a ideia de segmentação da sociedade e que os meios são mensagens. Cem anos depois do nascimento de McLuhan, seu pensamento continua atual. Aprimoramento de técnicas, redes de relacionamento virtuais e novos aparatos tecnológicos retomam para o debate as obras do autor que marcou o pensamento de uma época e inspiram a edição desta semana da IHU On-Line.

Entre os entrevistados, o filósofo Celso Candido de Azambuja analisa a relação de técnica e novas tecnologias com as referências do autor. Para ele, meios e homens estão em simbiose constante e vivem de mútuas e múltiplas interdeterminações. O doutor em Comunicação Pedro Gilberto Gomes explica a lógica do pensador e compara seu pensamento com o de Teillhard de Chardin, que teria inspirado parte das ideias do canadense. Crítico ao pensamento do pesquisador, o professor do curso de Comunicação da PUCRS Francisco Rüdiger faz uma análise sobre o pensamento de Marshall McLuhan e considera que ele “se converteu em guru de uma nova geração, porta-voz do espírito do tempo, filósofo ‘da’ comunicação de massas e suas tecnologias.”

Fazendo reflexões mais contemporâneas, a jornalista Filomena Bomfim levanta a ideia de que o excesso de informações das mídias permite o aprofundamento e a compreensão melhor da realidade, enquanto o pesquisador mexicano Octavio Islas afirma que as redes sociais são prolongamentos de veias e artérias do ser. Para a jornalista e pesquisadora Sonia Montaño, a fim de compreendermos parte da obra de McLuhan nos dias atuais, torna-se necessário fazer uma ecologia da mídia. Ou seja, compreender que o meio traz em si um modo de perceber o mundo, um ambiente.

Completa esta edição uma entrevista com o jornalista Ciro Marcondes Filho, a respeito das implicações da sociedade mediatizada. Pedro Gilberto Gomes publica o artigo “Da sociedade dos mídias à sociedade em midiatização”. Francisco Whitaker, cofundador do Fórum Social Mundial, Erico Hammes, teólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, e Roberto Zwetsch, teólogo e docente na Escola Superior de Teologia – EST, analisam as trajetórias do Fórum Social Mundial – FSM e do Fórum Mundial de Teologia e Libertação – FMTL e falam dos desafios e expectativas em relação à continuidade dos eventos.

A todas e todos uma boa leitura e ótima semana!

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