Edição 314 | 09 Novembro 2009

IHU Repórter - Lauro Antônio Lacerda d’Ávila

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Graziela Wolfart

O professor Lauro d’Avila, da Unidade de Ciências da Comunicação da Unisinos, é quem conta sua trajetória de vida na edição desta semana da IHU On-Line. Formado em Administração e em Comunicação Social - Habilitação Relações Públicas, Lauro é uma pessoa que já passou por diversas experiências de vida, como perdas familiares muito marcantes e difíceis. Mas, em todos os momentos, ele sempre tem procurado se manter o mesmo. Por onde passa nunca deixa inimigos, desejando sempre conviver bem com todos e respeitar diferenças. Suas características são a calma e a timidez. No entanto, paradoxalmente, como ele mesmo reconhece, fala bastante e gosta de se expressar, se comunicar. Conheça um pouco mais deste colega da comunidade acadêmica da Unisinos

 

Origens e família – Nasci em Carazinho, Rio Grande do Sul. Minha mãe era de Vacaria e meu pai de Lagoa Vermelha. Eles tiveram uma primeira filha – Maria Aparecida, que faleceu no parto. Minha mãe recebeu, então, o diagnóstico de que não poderia mais ter filhos. Depois de consultar um especialista em Porto Alegre, meus pais descobriram que podiam ter outros filhos e foi daí que eu nasci num cenário de muita expectativa. Meu nome foi dado em homenagem ao meu avô Lauro d’Avila, notário em Alfredo Chaves, hoje Veranópolis. O Antônio foi escolhido por minha mãe em razão de sua devoção por Santo Antônio de Lisboa. Meu pai era bancário e minha mãe professora. Quando eu tinha um ano de idade nossa família mudou-se, em função de uma transferência do meu pai, para São Leopoldo, onde me criei. Minha infância foi muito feliz e dela tenho ótimas lembranças. Éramos quatro: meu pai, minha mãe, eu e meu irmão. Todos já deixaram esta vida em razão de cânceres irreversíveis. Minha mãe faleceu aos 46 anos. Depois meu irmão, igualmente, aos 46 anos. E, posteriormente, já com mais idade, faleceu meu pai. Os valores que deles herdei posso resumir em três palavras: amor, fé e integridade.

Formação – Estudei no Grupo Escolar Visconde de São Leopoldo, no centro de nossa cidade. Depois, fui para o colégio dos irmãos maristas, o São Luís, onde fiz o ginásio. Em seguida, cursei o científico no Colégio Estadual Pedro Schneider, ainda na sua sede antiga. Então, fiz vestibular na Universidade Federal do Rio Grande do Sul para a Faculdade de Arquitetura, mas não passei. Tentei na Unisinos e consegui o ingresso no curso superior. Cursei as disciplinas do antigo “básico”, num semestre. Desejava o Curso de Arquitetura, mas não pude freqüentar as aulas, porque as de desenho artístico necessitavam de luz natural (o mesmo desenho artístico que me reprovou no vestibular não unificado da UFRGS), e eu estava no Exército e não disponibilizava de tempo durante o dia. Desisti da Arquitetura e parti Administração de Empresas, sem saber exatamente do que se tratava. Levei dez anos para concluir o curso, pois como oficial R/2, convocado pelo Exército Brasileiro, perdia muitas aulas e provas. O quartel onde servi por quase sete anos, entre o tempo de aluno e de oficial foi o 19º BITMz. Mesmo com as dificuldades de administração do tempo entre minhas atividades profissionais e meus estudos, perseverei e conclui a graduação em Administração. Depois, cursei também Comunicação Social Habilitação Relações Públicas, na Unisinos. E fiz igualmente aqui o Mestrado em Administração, com professores da PUC Rio. Tenho planos de fazer um doutorado na área de Comunicação Organizacional.

Vida profissional – Quando saí do Exército, passei três meses trabalhando na Prefeitura de Campo Bom, numa assessoria técnica. Então, recebi uma proposta de emprego em uma empresa de grande porte, localizada na cidade de Guaíba, onde eu havia deixado currículo: a Aracruz, que na época chamava-se Riocell e hoje se denomina Fibria. Lá trabalhei por mais de 18 anos. Foi uma experiência profissional muito importante na minha história de vida. Ela, na sua origem, era uma multinacional norueguesa que gerou um grande problema de opinião pública, uma celeuma muito grande à época. Tal experiência teve a ver com a minha escolha profissional pela Comunicação Organizacional. Entrei na empresa como assessor de planejamento, em uma área de Relações Públicas. Com muito trabalho - e oportunidades - ganhei espaço e fui me direcionando para assumir a área, mas faltava a formação em Relações Públicas. Iniciei o curso na UFRGS e lá permaneci por três semestres, mas pedi transferência para a Unisinos porque a Federal entrou em greve e eu queria me formar rápido. Já formado e com reconhecimento na área recebi um convite para trabalhar na Unisinos, como professor. Eu já trabalhava na Ulbra como docente no Curso de Administração. Por um tempo conciliei aulas nas duas universidades e o trabalho na empresa. Foi um período bem conturbado. Muitos deslocamentos e dificuldade de conciliar o profissional e o familiar. Então, optei pela Unisinos, onde estou trabalhando e aprendendo até hoje. Após a minha atividade executiva na Riocell trabalhei no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, na Assessoria de Administração Central. Depois de um longo trabalho com engenheiros, meus interlocutores agora eram médicos. Não permaneci por tanto tempo, mas aprendi muito, principalmente sobre ações comunicacionais de accountability e de relacionamento estratégico, com públicos essenciais.

Casamento e filhas – Casei e tive duas filhas. A Gabriela, que se formou em Direito na Unisinos e tem 29 anos. E a Luísa, 22 anos, que cursa Ciências Sociais na UFRGS e deseja ser arqueóloga. Atualmente resido em Novo Hamburgo.

Autores – Hermann Hesse e Fritjof Capra.

LivroO Lobo da Estepe, de Hermann Hesse, e Despertar dos Mágicos, de Louis Pauwels e Jacques Bergier.

Filme O Homem de La Mancha, baseado em um musical da Broadway, escrito por Dale Wasserman e dirigido por Arthur Hiller, sobre Miguel de Cervantes.

Lazer – Ler, escutar música e até tocar música de vez em quando.

Um sonho – Conhecer a Grécia e uma região no sul da Alemanha,em Baden-Würtenberg onde fica a cidade medieval de Calw, local de nascimento do escritor Hermann Hesse. Um sonho importante que eu tinha e já realizei foi conhecer Liverpool - o berço dos Beatles, com minha esposa Jane. Lá conhecemos lugares e lembranças de todo aquele tempo sempre presente em nossas vidas beatlemaníacas.   

Unisinos – É parte integrante da minha vida. É um local aonde as pessoas chegam e saem com muita pressa. Eu não gosto desse ritmo ansioso, pois a Unisinos tem tantas ofertas, lugares e serviços que passam despercebidos por quem tem tanta pressa. Enquanto instituição ela formou e tem formado pessoas que ocupam lugares transformadores na sociedade. Recebo notícias de muitos ex-alunos com trajetórias profissionais gratificantes para quem por algum tempo lhes ajudou a construir o seu projeto de vida profissional. É assim que encaro a minha atividade de professor.

IHU – Vejo o IHU com o melhor dos olhares. Sempre que posso participo dos eventos promovidos pelo Instituto. Gosto também das publicações. O IHU é o traço humanístico da Unisinos. Dos espaços ofertados pela Unisinos é o que eu mais freqüento, junto com a Biblioteca. Neles me sinto muito bem.

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