Edição 277 | 14 Outubro 2008

IHU Repórter - Viviane Todt

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Bruna Quadros

Na última semana, a professora Viviane Todt visitou a redação da revista IHU On-Line para contar suas experiências profissionais e pessoais. Há onze anos na Unisinos, ela considera a universidade como sua segunda casa. Doutora em Sensoriamento Remoto, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), atualmente, Viviane integra o corpo docente dos cursos de Informática e Geologia da Universidade. Quando estava ainda na graduação, lecionar era algo que não estava nos planos de Viviane, devido a um grande desafio: vencer a timidez. Hoje, ela se orgulha da profissão, que lhe permite ir além das convencionais metodologias de ensino. Acompanhe, a seguir, a história de Viviane:

 

Origens – Nasci em Porto Alegre, há 36 anos. Meus pais são oriundos de famílias simples e pude presenciar o esforço de cada um deles na criação dos filhos – tenho ainda dois irmãos mais novos (Fabiano, funcionário público, de 33 anos, e Anelise, escritora, de 25 anos). Embora as dificuldades econômicas fossem visíveis naquele tempo, meus pais sempre se esforçaram para que tivéssemos uma boa formação escolar e acadêmica, sabendo a importância que estas teriam para o nosso futuro.

União – Minha irmã é a minha melhor amiga. Moramos juntas há seis anos. Temos uma relação muito próxima, de cumplicidade, amor e carinho.

Infância – Tenho somente ótimas recordações daqueles anos. Posso afirmar que fui uma criança que aproveitou cada etapa de seu desenvolvimento, trazendo comigo recordações incríveis daquela época. Meus pais moravam no bairro Glória, numa casa que possuía um pátio amplo e eu passava manhãs e tardes brincando na rua – num tempo em que isso ainda era possível. Curiosamente ou não, um dos meus passatempos favoritos era brincar de “escolinha” – eu me imaginava horas e horas exercendo o papel de professora.

Valores – Minha mãe sempre nos passou a importância da educação. Como disse anteriormente, ela e meu pai sempre incentivaram os filhos a estudar e construir uma carreira para adquirir a própria independência. Além disso, meus pais me ensinaram a ter respeito pelas pessoas e a valorizar a família.

Formação acadêmica – Sempre fui uma aluna muito dedicada. Fiz graduação em Informática, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Assim que terminei, ingressei no mestrado em Sensoriamento Remoto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Naquela época, meu maior sonho profissional era ir estudar no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para dar continuidade aos estudos de Sensoriamento Remoto. Comecei a trabalhar com pesquisas que utilizassem técnicas de Inteligência Artificial para o mapeamento e o monitoramento da superfície terrestre, através de imagens de satélite, o que norteou o meu trabalho de doutorado no INPE. Por conta disso, morei durante três anos e meio em São José dos Campos (SP).

Superação – Acredito que devemos vencer os nossos limites dia-a-dia. Um exemplo que marcou a minha adolescência foi a necessidade de superar a timidez. Para poder apresentar o meu primeiro trabalho de conclusão de curso, necessitei realizar dois cursos de oratória.

Unisinos - Já estou há 11 anos na instituição. O câmpus, em meio à natureza, é lindo. Além disso, a estrutura da universidade é muito boa para o desenvolvimento do trabalho. A Unisinos oferece a oportunidade de exercer diferentes atividades em um único lugar e, por isso, ser uma pessoa mais completa. Atualmente, dou aulas de sensoriamento remoto para os alunos do curso de Geologia, e de computação para a Engenharia. Também coordeno a disciplina de trabalho de conclusão dos cursos de Informática. Hoje, moro em São Leopoldo. Mudei-me de Porto Alegre, principalmente por causa da universidade. Sou grata pelas oportunidades que a instituição me proporcionou ao longo desse tempo, inclusive pelo apoio para a realização do doutorado.

Profissão - Ser professor é muito mais do que simplesmente transmitir conhecimentos. É crescer junto, é ouvir, orientar, despertar o gosto por aprender mais.

Família – É onde encontro o apoio e o carinho necessários em cada momento importante da minha vida; meus pais e meu irmão moram em outro Estado, o que faz com que eu não consiga vê-los com a freqüência que gostaria.

Casamento – Acredito que hoje em dia as mulheres vêm cada vez mais conquistando a própria independência profissional, o que torna o casamento uma questão de escolha. Viver junto exige uma boa dose de sabedoria e se o casal conquistar um ponto de equilíbrio e o amor for a base da união, casamento pode ser para sempre, sim.

Lazer – Viajar é uma das minhas grandes paixões. Se eu pudesse, viajaria todo o mês para um lugar diferente. Tive a oportunidade de conhecer países como a Dinamarca, França, Equador, Hawaii, Itália, Estados Unidos, entre outros. Também gosto muito de escutar música. Posso dizer que funciona quase como uma terapia para mim. Entre meus artistas favoritos, estão Barão Vermelho, Capital Inicial, Shakira, Paralamas do Sucesso. Cinema também é algo que me fascina; não raro são os momentos em que assisto a três filmes, um seguido do outro. Atualmente, tenho ocupado minhas horas de lazer com algo que descobri recentemente e me atraiu por completo: artes marciais, mais precisamente o I Ai Do, que é a arte dos samurais, ou ainda, a arte de enfrentar o desconhecido.

LivroConversando com Deus, de Neale Donald Walsch; A consciência sem fronteiras – pontos de vista do oriente e do ocidente sobre o crescimento pessoal, de Ken Wilber; A magia da espada japonesa, de George Guimarães; e A 600 graus Celsius – o depoimento do homem que sobreviveu à explosão do vulcão Galeras, de Stanley Williams e Fen Montaigne.

Sonho – Se eu morrer hoje, morro feliz, porque fiz todas as coisas que gostaria de ter feito.

Política brasileira – Falta ética e respeito, tanto da parte dos políticos quanto do povo. Não se vê mais os princípios básicos de ética na educação, tampouco iniciativas federais para a melhoria do ensino nas escolas públicas. A educação é a única porta capaz de modificar o sistema precário que tanto nos é visível, desde o péssimo atendimento da maioria dos nossos postos de saúde à violência doméstica, por exemplo. Deveria, portanto, ser de uma qualidade inquestionável e imediata.

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