Edição 282 | 17 Novembro 2008

Antologia de poemas de Gerard Manley Hopkins

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Augusto de Campos e Alipio Correio de Franca Neto

Lanterna externa

Uma lanterna move-se na noite escura,
   Que às vezes nos apraz olhar. Quem anda
   Ali? – medito. De onde, para onde o manda
Dentro da escuridão essa luz insegura?

Homens passam por mim, cuja beleza pura
   Em molde ou mente ou mais um dom maior demanda.
   Chovem em nosso ar pesado a sua branda
Luz, até que distância ou morte os desfigura.

Morte ou distância vêm. Por mais que para vê-los
   Volteie a vista, é em vão: eu perco o que persigo.
Longe do meu olhar, longe dos meus desvelos

Cristo vela. E o olhar de Cristo, em paz ou perigo,
   Os vê, coração quer, amor provê, pé ante pé, com suaves zelos:
Resgate e redenção, primeiro, íntimo e último amigo.

Tradução de Augusto de Campos

The lantern out of doors

SOMETIMES a lantern moves along the night, / That interests our eyes. And who goes there? / I think; where from and bound, I wonder, where, / With, all down darkness wide, his wading light? / / Men go by me whom either beauty bright / In mould or mind or what not else makes rare: / They rain against our much-thick and marsh air / Rich beams, till death or distance buys them quite. / / Death or distance soon consumes them: Wind / What most I may eye after, be in at the end / I cannot, and out of sight is out of mind. / / Christ minds: Christ’s interest, what to avow or amend / There, éyes them, heart wánts, care haúnts, foot fóllows kínd, / Their ránsom, théir rescue, ánd first, fást, last friénd.

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