Edição 265 | 21 Julho 2008

Editorial

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Nazismo: a legitimação da irracionalidade e da barbárie

Nazismo: a legitimação da irracionalidade e da barbárie

Antes e depois do Holocausto. Assim podemos dividir o mundo tomando em consideração um dos eventos mais traumáticos que se tem notícia na humanidade. Os crimes de guerra marcaram a humanidade para sempre. Para analisar os motivos que guindaram, há 75 anos, Adolf Hitler ao poder, um líder político desconhecido até o início da década de 1920, cuja retórica era mais convincente do que coerente, ao cume do poder numa pátria que gerou gênios em inúmeros campos do conhecimento, a IHU On-Line ouviu especialistas de diferentes áreas.

Assim, entrevistamos Alexander Von Plato, historiador alemão, que analisa como a história oral trabalha com a memória desse período. Para outro historiador alemão, Andreas Wirsching, não há mais espaço para os extremismos na política do país, confinados a minorias sem expressão. A artista Yeda Arouche analisa o conceito de arte degenerada, criado pelos nacional-socialistas para designar a arte moderna fora dos padrões oficiais do regime. Já o advogado André Weyermüller, mestre em Direito pela Unisinos, explica como foi possível Hitler chegar ao poder usando mecanismos legais. Saul Kirschbaum, professor da USP, doutor em Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaica, entende que a pós-modernidade tem o nazismo como sua própria essência. O filósofo Ricardo Timm (PUCRS) entende que a Filosofia mudou depois de Auschwitz, ao passo que o escritor Moacyr Scliar aponta o nazismo como a legitimação da irracionalidade. O filósofo Vladimir Safatle, professor na  USP e o psicanalista e filósofo Mario Fleig analisam, respectivamente, a hiper-racionalização como esteio do agir nazista, e o nazismo como ligado a uma ordem da paranóia que comanda uma montagem perversa. Complementando as reflexões sobre o tema, o historiador alemão Michael Stürmer garante que Hitler foi subestimado, e que a Europa não tinha muita escolha. Assim, houve silenciosa concordância e colaboração.

Leia também uma entrevista com Valdir Marques, professor nas Faculdades Jesuíta - Faje -, Belo Horizonte, sobre Paulo de Tarso.

“Entre folhas” e “Dois instantes” são os dois poemas do mineiro Mário Alex Rosa publicados nesta edição.

Completa esta edição, uma entrevista com Luiz Werneck Vianna, sobre as implicações da investigação da Polícia Federal sobre Daniel Dantas e o banco Opportunity. “O que constatamos, ao longo desse episódio, é que a política recua. Não há política. Está faltando sociedade organizada, reflexiva. A política está reduzida ao noticiário policial”, analisa o cientista político.

Ainda nesta edição recordamos a memória de Odair Firmino, um lutador das causas populares.

A todas e todos uma ótima semana e uma excelente leitura!

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